Just a suicide (zarry)

Prólogo

Lá estavam eles, balançando no ritmo do ônibus. Perto da porta, Zayn já abria caminho para Harry, o primeiro a literalmente correr para casa todo o dia.

Era essa a rotina, todos pegavam o ônibus em frente a escola. Harry conversava com seus amigos, mas aparentava estar tenso (já era tão ele aparecer feliz, que estar tenso era parte de sua personalidade) até passar por uma árvore torta que sinalizava que seu ponto era o próximo, ele se calava imediatamente, ficava sério e se aproximava da porta.

Todos o zuavam por aquilo, a maneira que saia correndo do ônibus até sua casa era engraçada, quase patética. Zuavam até descobrir o motivo.

Aquilo perturbava Zayn profundamente, ser o ex-melhor amigo da garota que precisava que seu irmão corresse para casa para se certificar que ela não se mataria era um motivo plausível para isso. Zayn queria falar com Harry. Conhecia ele desde criança, haviam crescido juntos. Mas tinha vergonha. Ao primeiro sinal de depressão que Gemma havia apresentado, ele fugira covardemente. Entrará em pânico, não sabendo lidar e apenas se afastando. E no fundo tinha medo de virar o que ela havia virado. Ele se arrependia dessa decisão. Mas a covardia era grande demais para voltar atrás. Por isso, tudo o que fazia era abrir caminho para que Harry lidasse com isso.

Até que Harry passou um mês sem ir a escola. Uma forte gripe ou outro problema de saúde poderia explicar o sumiço, mas Zayn sabia a verdade, tinha ido ao enterro dela. Ele se sentia mal por Harry, queria ter falado com ele no enterro, mas novamente a covardia era maior.

Harry voltou a escola, voltou ao ônibus. Mas agora era diferente. Não havia motivo para correr. O ônibus passou pela árvore torta, sinalizando que seu ponto era o próximo. Todos, que estavam em um silêncio mortal, abriram caminho para ele. Naquele dia ele desceu do ônibus e não correu.

Zayn estava decidido a falar com ele, mas então sua mãe imitou a irmã de Harry.