Assim que Jungkook parou o carro cuidadosamente em frente à sua casa, o pequeno ser no banco de trás piscou os olhinhos, desencostando a cabeça do vidro onde repousara de maneira serena durante a curta viagem.
O mais velho desceu do veículo e deu a volta, abrindo a porta traseira para que o menino saísse.
— Onde eu estou? — Perguntou o garotinho em um baixo murmúrio, suas pupilas dilatadas pelo sono recente.
Ao invés de responder o que lhe fora questionado, Jeon abriu um sorriso tímido e se inclinou um pouco para examinar o rosto do menino, contendo-se para não dedilhar o machucado em sua bochecha.
— Não... — sussurrou o pequeno, calafrios passando por todo seu corpo com a proximidade do acastanhado. — Não me machuque, por favor.
Jungkook hesitou.
— Eu já disse que não quero te fazer mal algum. — Murmurou, sua voz soando quebrada no meio, como se estivesse realmente abalado.
O menino fungou baixinho e assentiu minimamente, evitando o olhar de Jungkook a todo custo.
— É a minha casa... — começou Jeon, buscando com desespero uma forma de quebrar o silêncio. — Você está com fome, pequeno?
O menor olhou para Jungkook fixamente, os cantos dos olhos repletos de lágrimas. Nesse instante, Jeon sentiu seu coração se partir. Porque aquela criança indefesa em sua frente, da qual ele não sabia absolutamente nada sobre, estava alí no banco de trás de seu carro, segurando o choro porque pensou que ele o machucaria.
Jungkook não o machucaria.
— Eu não irei mesmo te machucar. — Afirmou ele, exibindo o dedo mindindo da mão direita. — Eu juro de dedinho para você, anjo.
O garoto se encolheu como um mecanismo de defesa. Mas ainda assim, apesar de parecer assustado, Jeon viu seus olhinhos castanhos se iluminarem.
— E de coração? — Sua doce voz propôs, enfatizando a desconfiança que ainda possuía em relação ao mais velho.
Jungkook sentiu-se derreter e balançou a cabeça, concordando com a criança. Sem que ao menos percebesse, uma lágrima solitária desceu por seu rosto e morreu nos lábios avermelhados.
— Eu só quero cuidar de você, não há o que temer.
Jeon lhe estendeu a mão, convidando-o para sair do carro. O menininho mordeu o lábio inferior fortemente, olhando para as próprias mãozinhas entrelaçadas em seu colo.
— Jungkook? Jungkook, até que enfim você chegou!
Jungkook se virou, apenas para encarar o namorado que estava debruçado sob a porta da frente, tomando longas lufadas de ar. — Eu estava maluco de preocupação, o que diabos te deu?
— Agora vamos entrar, tá bem? Amanhã cedo eu tenho que estar no hospital e... — Ele fez uma pausa, parando de olhos frenéticos sobre o menininho no banco traseiro do carro de Jeon. — Oh, quem é esse?
Jungkook voltou-se para o menininho, que se encolheu ainda mais.
— Eu não pude deixá-lo. — Ele murmurou para Taehyung, esboçando um sorriso entristecido.
O outro fez uma careta.
— Deus, Jungkook.
— Você queria que eu o tivesse deixado morrer de frio? — Perguntou Jeon, e o namorado percebeu o quanto ele parecia angustiado.
Por isso nada disse, apenas se aproximou dos outros dois e ofereceu o cobertor que enrolava seu corpo para o menininho, chamando-o para fora do veículo. Timidamente, ele impulsionou o corpo para frente e pulou para fora do carro, o ar congelante do inverno atingindo seu rosto de uma forma nada sútil.
— Pronto? — Taehyung sorriu com os cantos dos lábios, apontando para a porta da frente. — Nós iremos cuidar de você, tá bem? Não se preocupe, está tudo bem agora. — acrescentou rapidamente ao ver os olhinhos arregalados de preocupação.
— Por que querem me ajudar? — Perguntou o pequeno, intercalando o olhar entre Jungkook e Taehyung.
Taehyung deu de ombros, ao que caminhou até a entrada da casa, esperando que o menino o seguisse enquanto Jeon fechava o carro.
— Eu me chamo Taehyung. — disse ele, após terem parado em frente à porta. O mais velho então se abaixou, ficando a altura do pequeno. — Você já conheceu o meu namorado, não é?
O menino acenou positivamente com a cabeça, seus ombros estavam tremendo e ele mal podia ficar de pé sem se apoiar contra a parede, pois suas pernas subitamente pareciam pesadas como chumbo.
— Eu não sabia que você ía vir pra cá hoje, confesso. — Taehyung umedeceu os lábios. — Mas veja! Jungkook resolveu me fazer uma surpresinha, não é mesmo?
— E-eu não quero incomodar. — gaguejou o menino, o coração acelerado com o medo repentino.
Taehyung o olhou com compaixão.
— Eu vou preparar algo pra você comer, tá bem? — Perguntou, abrindo um sorriso doce ao ver o garotinho concordar com a cabeça novamente, dando um passo adiante para entrar na casa.
Era tão quentinha. Tão quentinha e aconchegante, o pequeno pensou. Havia um grande tapete felpudo cobrindo o chão, as paredes pintadas com tons alegres, vasos de flores enfeitando aqui e alí, um sofá enorme e uma televisão legal.
Era tão mais legal do que o armazém abandonado e frio onde costumava ficar.
. . .
oi to triste
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close + ❝kookmin❞
FanfictionOnde Jimin tinha medo de ser tocado, e tudo que Jeon queria era chegar mais perto dele. Afinal, espaço foi algo inventado por Jimin. E esta era a palavra mais odiada por Jungkook. ©jimwnnie, 2017. ❁» kookmin; [jeon jungkook e park jimin ; plot: jow...