Lábios suaves e macios, como nunca idealizou que fossem. Carregavam um gosto diferente, do qual Jeon teve certeza de nunca ter provado outrora; e eram febris, quentes como brasa, se assemelhavam aos dedos brevilíneos que apertavam seu braço sem nenhum esmero, prezando a proximidade dos corpos.
A pulsação sanguínea acelerava e seu coração batia na garganta. Era até mesmo capaz de ouvi-lo, sendo assim, temeu que Jimin também o escutasse. Céus, o que eles estavam fazendo? Por mais que desejasse negar, Jungkook aparentava gostar daquele simples contato, delicado como um soneto. Contudo, era seu menino quem estava alí! Seu pequeno e frágil menino, ingênuo demais para compreender a importância de um beijo.
Pávido, afastou-se, ainda que hesitante. De seguida, desceu os olhos ébrios ao menor, notando que era fitado com receio pelos orbes castanhos.
Medo.
Jimin estava com medo, os tremores, a tensão dos músculos e a respiração fora do compasso o denunciavam.
— Jiminie. — Chamou, sua voz tão trêmula quanto às mãos, úmidas por uma tênue camada de suor, o peito palpitando desesperadamente. — Jiminie... Por quê?
— E-eu... — Balbuciou o pequeno, mordendo o lábio. — Eu não queria vê-lo triste por minha culpa e... Me perdoe, hyung, eu...
O oxigênio faltava em seus pulmões gradativamente e tudo que vinha à cabeça de Jeon sobre isso era que Jimin estava se sacrificando por ele. Se sacrificando em aproximar-se, apenas para satisfazer um desejo egoísta seu.
— Não, bebê. — Murmurou, puxando uma longa lufada de ar enquanto movia-se para fora do sofá, arrastando os pés descalços rumo às escadas.
— Hyung? — Jungkook estacou. Seu nome nos lábios do menor sempre soaria melodioso, como as notas de um piano. — Você realmente me ama?
Lentamente, Jeon virou-se confuso em direção a Jimin.
— Por que me pergunta isso?
O pequeno abaixou a cabeça, torcendo o tecido oxford de seu pijama entre os dedinhos.
— Digo... Nós, hum, beijamos as pessoas que amamos, não é? — Entre suspiros, a voz de Jimin saiu sussurrada, o mais velho quase não pôde ouvi-la.
O tom hesitante presente na voz do mais novo fora o suficiente para levar Jungkook à um provável delírio, ou senão o início dele.
Impressão sua ou Jimin não falava de amor fraternal? Poderia ser só sua imaginação, certo? Não seria possível, seria? Um simples ósculo não significava absolutamente nada, ele estava apenas ficando maluco.
— Aonde você quer chegar, meu anjo? — Questionou, embora estivesse ciente quanto às intenções de Jimin.
Como se estivesse com medo de suas próprias palavras, o menor se calou em um estendido voto de silêncio, suas bochechas evidenciando o mais vívido tom carmesim. Jeon enxergava nitidamente a rigidez de seu corpo, a tensão nos músculos dos braços. Jimin estava nervoso, mas... Por quê?
— Você... — O pequeno começou, num sussurro abatido. — Canta pra mim dormir? Como fazia antes?
O mais velho soltou o ar que nem percebeu estar segurando, balançando a cabeça num movimento frenético. À Jeon, era até engraçado observar a relutância do pequeno em pedir-lhe uma coisa tão simples, embora aquele desapontamento ilógico e desconhecido queimasse seu âmago, como se esperasse algo a mais por parte de Jimin.
[...]
Os olhos cansados do menino foram se fechando à medida que Jungkook cantava baixinho, o toque preciso e suave dedilhando o violão em seu colo, beirando a perfeição. Jeon tocava com maestria, seu timbre impecável, prezando a excelência de cada verso, dando tudo de sí àquela canção tão bela, às vezes nostálgica, Can't Help Falling in Love.
YOU ARE READING
close + ❝kookmin❞
Hayran KurguOnde Jimin tinha medo de ser tocado, e tudo que Jeon queria era chegar mais perto dele. Afinal, espaço foi algo inventado por Jimin. E esta era a palavra mais odiada por Jungkook. ©jimwnnie, 2017. ❁» kookmin; [jeon jungkook e park jimin ; plot: jow...