capítulo dois.

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Jeon não sabia nada sobre aquele menino, mas mesmo assim o levou para dentro de sua casa e o encheu de cobertores quentinhos. Dizendo-lhe para não ter medo, pois ele o protegeria.

Quando o pequeno finalmente caiu no sono, Jungkook e Taehyung tiveram uma longa e exaustiva conversa. O namorado propôs que na manhã seguinte, levariam-no até um orfanato e o deixariam lá, acompanhado de demais crianças carentes até que enfim adotassem o menino.

Naquele instante, Jeon se viu obrigado a concordar. Afinal, Kim e ele ainda cursavam a faculdade e mal podiam pagar o aluguel sem algum sacrifício. O que fariam com uma criança?

— Ele ficará bem. — Taehyung assegurou, deslizando as palmas das mãos sob o rosto do mais jovem que, sem ao menos perceber, chorava silenciosamente.

Jungkook apenas assentiu, pousando um beijo na testa do ruivo. Mais tarde, quando se deitaram para dormir, Jeon pensou que aquilo parecia realmente uma grande bobagem. Eles eram jovens, jovens demais, não poderiam cuidar de uma criança, tampouco sustentá-la.
               
                              ...
Contudo, na manhã seguinte, o pensamento logo fora esquecido. Assim que Jungkook pôs os olhos naquela criança, soube que não poderia deixá-lo de forma alguma. Ele estava lá, parado em frente à porta, encarando o mais velho com a expressão mais linda que já vira em toda sua vida. Os olhinhos castanhos demonstravam medo, provavelmente temia o que iria lhe acontecer dalí em diante.

— Vai me mandar embora? — Escutou aquela voz doce, mesmo que hesitante, se manifestar. E deixou a pergunta pairar no ar, sem resposta. Pois já não mais sabia o que iria fazer.

Os olhos agonizantes de Jeon viajaram até os de Taehyung, buscando desesperadamente algum resquício de sentimento. Porém, a decepção lhe açoitou ao não encontrar nenhum vestígio do que buscava naquelas orbes tão belas.

— Eu fiz chocolate quente para você — comentou após alguns instantes, estendendo o copo na direção do pequeno. — Tem marshmallows também.

O brilho intenso nos olhinhos escuros demonstravam desconfiança, entretanto o menino não recusou a oferta. Esticou as mãos para receber a bebida, mas seu corpo inteiro se retesou quando acidentalmente, Jungkook tocou sua mão.

— O que houve, pequeno? — A voz mansa de Jeon fez crescer a vontade que o menino tinha de chorar. Ele grunhiu, recolhendo as mãos junto ao peito enquanto balançava compulsivamente a cabeça. Dor.

O que há com ele? — Taehyung se pronunciou pela primeira vez naquela manhã, pousando a xícara de café delicadamente sob a mesa.

Jungkook não soube responder, apenas se recordou da noite passada, quando tentou vestir um agasalho no pequeno. Lembrou-se daquela expressão tão dolorosa, repleta de pavor e agonia. Não me toque, não me toque, não me toque.

Você está bem? — Jeon insistiu, o tom aveludado presente em sua voz aqueceu o coração aflito do menino. Aquela pergunta. Seria possível alguém finalmente estar reagindo à sua situação? O desespero cessou-se aos pouquinhos e o pequeno se manteve forte.

Era a primeira vez que recebia algum tipo de afeto, temia que suas ações pudessem estragar tudo. Já conhecera tantos homens maus, que o fizeram chorar de forma incessante. Mas algo lhe dizia que aquele homem, que o observava com olhos zelosos, não lhe faria nenhum mal.

E de fato, estava certo.

                               ...
Jimin. Este era seu nome, mas Jungkook achou que Jiminie lhe caberia melhor. Naquele dia, ele e Taehyung o levaram até o orfanato em questão, porém não passaram da porta. O pequeno tombou os joelhos por terra, recusando-se a entrar no local enquanto lágrimas escorriam-lhe sob a face, completamente dominado pelo pavor.

Um suspiro escapou dos lábios de Jeon, e desta vez não pôde se conter, abaixou-se à sua frente e o envolveu com os braços firmes. Tão quentinhos e acolhedores.

Aquele toque. Doía, queimava como os outros, mas possuía algo de diferente. Era bom, mesmo que sua pele queimasse através dos tecidos e o deixasse febril. Em um instante de compreensão, o pequeno Jimin se envolveu entre o corpo do mais velho, com os braços trêmulos. As lágrimas generosamente vertiam dos olhinhos exaustos, e o menor se pendurou na parte de trás do casaco de Jungkook, com medo de que ele o soltasse.

Jeon já se encontrava em desespero ao ver o estado do menino, ouvindo aqueles lamentos sôfregos saindo de sua boca.

— Oh, Deus... — Jungkook escorregou os dedos sob o rosto delicado, limpando o rastro de algumas lágrimas que corriam livres pelo rosto de Jimin. — O que foi que te fizeram?

— Eu... — A voz do pequeno morreu entre soluços e suspiros, saindo em forma de sussurro.

— Não chore, por favor... — Tão suave, o timbre da voz de Jeon fez aquelas batidas aceleradas do coraçãozinho do menor irem se acalmando, trazendo-o uma sensação de conforto, jamais sentida antes. — Eu vou te proteger, Jiminie. Vou te proteger​ pra sempre.






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eu tenho altos colapsos de choro escrevendo essa fanfic, ela vai ser minha morte

até que enfim saí desse mini hiatus, não é mesmo? agora vai ter att toda semana, glória a deus

e as minhas férias, kkkkkkkkkk que felicidade omeu deus

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