Capitulo 3 - loop infinito

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Acordei novamente, mais um dia que não tive a oportunidade de ver meus pais, dormi cedo demais e os horários não bateram, e eu como sempre atrasado para a escola, durante todo o percurso não pude deixar de pensar em June e em mil formas de pedir desculpas a ela por ter a feito relembrar aqueles acontecimentos, fiz o mesmo percurso até a loja de doces na esperança de encontrar com ela novamente, mas sem sucesso...
Chegando ao colégio fui direto a minha sala a procura de June, não a encontrei. Em seguida o sinal, não havia escapatória, eu estava condenado a mais um dia de aula, Dominic meu amigo mais próximo estava na carteira ao lado.
"Você viu June ?" Eu pergunto
Rachel a garota sentada atrás de Dominic se vira para mim e pergunta "Quando foi que vocês ficaram tão próximos ?"
" Nunca fomos próximos, só andamos conversando esses dias... Algum de vocês viu ela ?" Pergunto
"Não vi"  os dois respondem
A aula começa...
  O último sinal bate, decido ir até Rachel.
"Você sabe onde June mora ?" Pergunto
  "Eu vi ela entrando várias vezes na casa em frente a casa de Henry, onde teve aquela festa." Respondeu ela
"Aquela que os policiais acabaram 1 hora depois de começar ?" Pergunto
"Essa mesmo" conclui ela
Me despeço de todos e decido ir até a casa dela, eu estava um pouco deprimido... Resolvi Escutar musica, coisa que sempre me anima, ao som de "Fever", do The Black keys caminhei cantarolando até a casa dela, parei em frente e fitei intensamente aquela casa, decidi então ir até a porta e tocar a campainha, milésimo de segundo antes de eu apertar o botão escuto um barulho de fechadura abrindo, a porta se abre e vejo June com os olhos vermelhos como se estivesse me esperando, me perguntei se ela estava usando drogas ou simplesmente apenas chorando muito.
   "Podemos dar uma volta ?" Eu disse, quase que gaguejando, ela se recompõe recuperando toda sua graciosidade.
   "Sim" responde ela
Começamos a caminhar... Ela é o tipo de pessoa capaz de ficar calada por uma hora sem se incomodar, já eu sinto a necessidade de preencher os espaços, os silêncios.
"Por que você está tão quieta ?" Perguntei,Como seu eu já não soubesse o porquê...
"Eu só não estou me sentindo bem" respondeu ela
Chegamos em um parque em nos sentamos no balanço, e continuamos nos olhando sem dizer uma palavra, Depois de um tempo ela decide abrir a boca.
   "Sabe, o silêncio é pesado demais quando a gente espera por alguém sabendo que não virá, não mesmo. Sei que só fui mais uma, já me conformei com isso, mas mesmo assim..." Disse ela
É difícil achar as palavras quando a gente não tem mais o que dizer... Nós simplesmente ficamos ali, balançando a tarde inteira, como se o mundo e todos os nossos problemas tivessem deixado de existir...

Delírios de uma mente adolescenteOnde histórias criam vida. Descubra agora