Capítulo 1 - Introdução da guerra.

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A ovelha e a flecha.

Naquele pequeno grupo de soldados, bem alinhados, à espera de sua súbita morte. Nem todos tinham certeza de estarem preparados para a pesada espada do lobo, mas estavam cientes de que se corressem sentiriam o desespero e a agonia, e logo após a dor. Pois o que o Lobo mais adora é a caçada. Mesmo que corressem não conseguiriam fugir, porque a destruição, a dor, a agonia os seguiriam para o fim de suas existências. Os consumiram. residiriam nele ainda quando não se lembrarem mais. não havia como escapar, nem a alma mais corajosa se salvaria do desespero da morte, pois a Ovelha havia parado de ceifar a muito tempo, e só havia o Lobo.

– Dessa vez será um massacre, nunca vi tão poucos guerreiros neste campo, e ainda! não vejo nem um dos ancestrais aqui. – A ovelha observa os jovens guerreiros da ponta do penhasco ao longe.

– Esse campo tem cheiro de sangue. Adoro os banquetes que há aqui.

– É devastador – A ovelha levanta e dá as costas ao grande campo de batalha – Estou tão cansada.

A ovelha caminha cabisbaixa se afastando do penhasco.

– Como podes estar cansada se não me acompanhas a anos! – questionou o Lobo, um tanto irritado.

A ovelha abraçou-se ansiosa, apreensiva. ela rodopiava, andando de um lado para o outro, pensativa.

– Por favor, querida Ovelha...

A ovelha observa ao longe o vazio devorando tudo rapidamente. havia milhares de monstros, todos os seres que habitam o vazio, como milhares de insetos; correndo loucos, famintos, sedentos pela destruição.

Ela morde a unha do dedão da mão direita e fita o campo de batalha.

– Prepare-se, grande Lobo, pois a grande guerra há de começar. – Ela declara ao lobo sem o olhar.

O Lobo olha para ela, intrigado.

– Você virá?

A Ovelha respirou fundo e se voltou para o Lobo. Olhou fundo nos seus olhos e assentiu.

O Lobo abriu um imenso sorriso. Levantou-se de prontidão, animado para levar vidas amedrontadas. A Ovelha fica na ponta do penhasco, onde se tinha a melhor vista da guerra, que vinha acontecendo várias, e várias vezes. mas nessa desta vez a ovelha pedia para qualquer força do universo para que fosse diferente dessa vez, então, resolveu colher as almas daquela guerra, na esperança de nunca mais ver almas puras serem manchadas naquele campo de batalha.

Ela fecha os olhos, sentindo seus cabelos açoitando seu rosto pálido, e na ponta do penhasco, ela declara seu encantamento, quebrando seu ponto de inércia na história.

– Que nesse lugar só haja corajoso. Que levem sua guerra com honra, para que sintam o abraço da minha flecha, e morram com a minha misericórdia!

Logo após de citar o seu encantamento, ela dá as costas ao penhasco e se deixa ser empurrada pelo vento forte, assim caindo do penhasco com os braços abertos, segurando enfim sua arma.

O Lobo corre eletrizante, saltando da ponta do penhasco, sedento, sedento por mais caçada. Caçadas ao lado da sua querida Ovelha.

Ouve-se a "marcha" dos inimigos ficarem mais alto, assim que os jovens soldados conseguiram enxergar os inimigos, não conseguiram imaginar o quão numerosos eram eles, pode-se ver ao longe muitos tremerem empunhando suas espadas e sentir o peso de seus escudos mais intensamente. a tensão de saber que a morte estava logo a frente, que nunca mais iriam ver seus amigos, seus amores, seus pais..., mas tinham a esperança de que eles sobreviveriam para ter um pouco mais de tempo.

Muitos ali tinham a esperança absurda de que por algum motivo iriam conseguir vencer essa guerra e voltarem ilesos dali outros pareciam calmos, serenos, controlados, mas eram como o fundo escuro de um lago profundo, quem sabe oq habita ali? Também havia muitos outros que estavam imaginando simplesmente de quantas maneiras elas poderiam morrer naquela situação, analisando cada uma delas, antecipando dores, tristeza e angústias. Mas nem um deles ousou sair daquele lugar, nem mesmo na confusão de suas mentes, os corações estavam decididos a se sacrificar.

A Relíquia Dos Guardiões - A CaçadaOnde histórias criam vida. Descubra agora