A Relíquia Dos Guardiões - A Caçada

Capítulo 3 - Visita.

De manhã, o sol iluminava a grande plantação de trigo que dava acesso à cidade de Sang I. Era uma cidade grande, porém bastante tradicional, no centro da cidade havia o grande templo dos guardiões e quem o comandava era a família Sang. Aya tinha uma amiga, integrante da família Sang, eles faziam a gestão do templo e da cidade, cuidavam de tudo desde seu surgimento.

Sang I era uma cidade importante, as histórias diziam que os guardiões se reuniam nela para juntar seus exércitos e daqui partiram para Eclipse, onde no castelo do Sol eram nomeados e ganhavam suas bênçãos para a batalha.

As bênçãos funcionavam como um desbloqueio de magia, meio que rasgava a conexão com o espiritual, causando um imenso vazamento em suas magias de afinidade, consequentemente ele aprimora os alcances de magia, claro que depois de receber a benção necessitavam de algum tipo de treinamento, mas tudo acontecia dentro do previsto, a história diz que sempre estavam preparados e que o Vazio nunca se antecipou antes, é como se não estivesse tentando ganhar algo com a guerra. parecia sem sentido, mas isso não importa agora. O vazio é previsível, como dizem, então não tinha com o que se preocupar.

A alguns séculos os Guardiões, o Sol e a Lua desapareceram. Poderíamos dizer que tudo isso seria uma bobagem, um surto coletivo de pessoas velhas e loucas. Mas... o Vazio é real e as relíquias também. Então... acho que não dá pra dizer que certa parte da história foi mentira.

Talvez, a parte de que se reunissem aqui seja verdade, já que as 4 relíquias surgem aqui a cada cem anos. E quem os encontra toma o lugar como representante do guardião da relíquia encontrada. O arco mágico da Fênix, o grimório da tartaruga, a espada do dragão e a relíquia do tigre.

Depois que os guardiões não apareceram em Sang I para a reunião e a convocação de soldados, quem procurou o Sol e a Lua em eclipse não as encontraram, o povo se desesperou, mas alguns dias depois quatro pessoas empunhando as armas dos guardiões se denominaram os representantes dos guardiões e assim que nasceu a caçada. Mas após um tempo isso se tornou uma briga por poder. As famílias ricas mandavam seus filhos homens à caçada, para representar suas famílias e criar status.

Shing, seria a representante de sua família, seu pai havia morrido doente quando Sing tinha não menos que 13 anos. Assim que ele partiu a garota foi inserida num mundo completamente desconhecido e sombrio, mas ela não parecia se importar. E no fim as duas foram criadas para a caçada.

Chegando à cidade, se despediu do fazendeiro do interior de Sang I que se direcionou a feira e Aya se destina ao grande templo. A cidade estava uma algazarra, todos estavam animados para o festival que acontecia um dia antes da caçada. E os que pretendiam participar, apenas esperavam apreensivos pela prova de fogo.

Na cidade havia naquele momento muitas carroças, pessoas de vários lugares, as pessoas riam e conversavam, as crianças corriam brincando. Era estranho pra Aya ver um povo tão despreocupado, quase sentiu inveja, queria poder ter uma vida tranquila.

Atravessando a floresta que separava o templo e a cidade, teve boas lembranças. Lembranças de uma vida não tão boa, mas uma vida sem muitas preocupações, uma vida que podia sorrir, que podia estar com ela todos os dias e que podia a ver sorrir, uma vida com sua paixão.

Aya observa as árvores e vê que o tempo passou, ela vê a sombra de seu passado, a sombra de duas crianças correndo pelas árvores de mãos dadas. Ela enquanto anda observa o chão tentando afastar as lembranças, esconder seu sorriso e com ele a satisfação de lembrar que ainda ama, deixando a culpa tomar conta.

– Isso não importa mais. - sibilou para si mesma.

Continuou a andar cabisbaixa, tentando não pensar em nada relacionado a esse "passado".