Ontem vi uma foto minha
Uma foto antiga,de quando era pequeno
Fiquei olhando para aquela criança lá
Dizem que sou eu
Dizem que eu era assim
E ainda tem saudadeE me pergunto:
Como assim, saudade
De quem?
Se aquela pessoa sou eu
E eu estou aqui...Mas não sou mais como eu era
Em algum momento entre aquela foto e hoje
Aquela pessoa morreu
E outra nasceuE, durante esse tempo todo
Quantos outros morreram?
Quantos nasceram?
Criança, adolescentes, jovem...
Um por ano, por mês
Um por dia, por susto?Em que momento morre um e nasce outro?
Sinto saudade de várias pessoas vivas, até próximas
Mas sinto saudades delas como eram...
Que diferença há entre o morto de ontem
Vivo ou morto hoje?
Nenhum dos dois existe mais, nem existirá.E temos que viver com esta responsabilidade:
Hoje, agora, é nosso último dia
Nosso último instante
Façamo-lo melhor.
Mas tenho uma notícia boa:
É muito provável que voltemos a nascer
Logo em seguida
Que bom, podemos ser novos de novo
A cada ano, mês, dia.
A cada instante.
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Você Já Escutou O Silêncio
PoesiaAproximando-se dos sentimentos básicos da existência com esse olhar de espanto, Spinelli faz lembrar, mas só de leve Alberto Caeiro do " Guardador de rebanhos ", Mário Quintana de " Sapato florido ", o lirismo sem afetação de Monuel Bandeira e, talv...