Solidão

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Quando menos preciso
Ela me estende a mão
Me acolhe
Quem? A solidão
Parece que me escolhe
Não tem condição
Só pode estar de marcação

Sentir um vazio
Como que a beiro do abismo
Se eu cair a dor vai se esvair?

Rodeada de pessoas
Ainda me sinto só
Minha mente está um caos
Mas nada sinto
Nada sucinto
Apenas abstrato
Barato
Desesperado
Perdido

Riqueza em tristeza
E nada
Estou desesperada
E calma
Não me importo
Mas me comporto

Não sei o que está acontecendo
Não sei o que estou precisando
Talvez apenas de um abraço
Para que meu coração volte a bater no compasso
De uma bela canção
A qual quero estender a mão
E sair dessa deplorável solidão

Uma mistura de nada com tudo
Um só absurdo
De nada mais sei
Um, dois, três
Desesperei
Preciso de ajuda
Sair dessa noite escura
É a única saída
Para a solidão espantar
E, como um pássaro, voltar a cantar

Um céu azul, a única coisa que quero
Mas a escuridão da noite sozinha
É o que recebo
Aqui, nessa cozinha
Nada me espera
Tudo me desespera

A repetição é pra enfatizar a minha solidão

Sabe o que é se sentar no silêncio?
Apenas a mim, aqui
Ouvindo a chuva cair
E minha vida esvair

O tempo passa
Parece trapaça
da vida contra mim

A melodia que canto serve
Para o medo de espanto
O medo de assim continuar
Sozinha, não em uma mesa de bar
Mas em qualquer lugar

Como um pássaro livre espero ser
Um dia, talvez
Conto de um até três
E vejo nada acontecer

Ok, sem tanta depressão
Deixarei que levem meu coração
E nada mais irei sentir
Poderei cair e nada vai me acontecer
Nada de mau vai suceder

-Ana Estevão, 28/7/17

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