Capítulo 17

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Um selinho bastante demorado, foi o que eu ganhei e acho que pode ser considerado beijo de meia noite. Depois do impacto eu olhei para os lados pra ver se alguém tinha visto, eu estava morrendo de vergonha e não esperava que ninguém tivesse visto isso. E acho que não viram. A Denise e a Bianca não estavam por perto, mas consegui ver as duas no meio de um monte de gente, agarradas com seus acompanhantes, papai e mamãe estavam abraçados e dançando e um pouco afastados de mim, assim como tia Analu e tio Carlos e seu Júlio e dona Lúcia. Suspirei aliviada claro, acho que nenhum pai quer ver seus filhos beijando. PRINCIPALMENTE QUANDO SE TEM 13 ANOS.

Pera, cadê o Bernardo?

Quando eu olhei pra trás, o Bernardo estava se AGARRANDO com uma menina lourinha que eu não tinha visto antes, mas que devia estar perto, pelo que parece. Esse tempo todo o André ficou do meu lado, e quando eu senti pegando na minha mão, olhei pra ele.

- Ei, Fernanda, feliz ano novo!!!

- Obrigada André, pra você também.

Acho que eu ainda tava meio em choque, porque ele veio completando...

- Você achou ruim eu ter te beijado?

- Que? Não, não. Só fiquei surpresa.

- Por que? Já disse, você é bonita, só poderia ficar surpresa se ninguém quisesse te beijar. – dei um sorriso sem graça e ele continuou. – Ah, e eu só te dei um selinho porque eu sabia que você era B.V.

Claro que eu olhei para ele com os olhos arregalados.

- Tava na cara assim? – eu perguntei. –

- Que? Não. – ele disse rindo, muito. E que sorriso. – O Bernardo me falou.

Vou matar o Bernardo. Que vergonha. Ele continuou.

- Ele percebeu que eu queria te beijar e veio falar comigo, disse que você era B.V e que era para ir com calma, pra não te assustar e tals.

- Ah sim. É, que bom que ele falou então. Se foi uma surpresa o selinho, não sei como reagiria se tivesse sido um beijo.

- Pois é, ainda bem que o Bernardo veio falar comigo, ele gosta muito de você e é muito protetor.

- É, ele é um bom amigo.

- Mas caso você me conceda a honra de te beijar, estarei aqui te esperando. – ele disse com uma piscada e antes que eu pudesse responder, o Bernardo chegou. -

- Eita que eu pensei que a lourinha não ia te soltar. – o André falou. –

- Pois é, o nome dela é Samara e é cheia de atitude. Vamos pra mesa?

Eu notei que ele tava com vergonha e um pouco corado.

- Vão indo, eu vou ao banheiro. – o André falou saindo. –

- Ei, você tá bem?

- Tô sim, obrigada.

- Ganhou o seu beijo?

- Um selinho, graças a você.

- Isso é ruim?

- Não, obrigada. Acho que seria um choque um beijo assim de cara. Até porque, meus pais estão aqui, não ia ser nada legal.

Ele riu, passou o braço pelo meu pescoço e eu passei o braço pela cintura dele e fomos andando para a mesa. Quando chegamos lá todo mundo nos cumprimentou, desejando feliz ano novo. O André chegou e todos ceamos.

Após comermos, eu, o Bê, o André, a Bianca, a Denise, a Samara e os meninos amigos das meninas, fomos pra areia. Estava rolando uma fogueira lá, mas nossos pais ficaram embaixo da tenda. Nos sentamos ao redor da fogueira e eu estava um pouco nervosa sem saber o que fazer, porque não sabia como agir com o André, por isso fui perguntar pra Denise e Bianca o que elas achavam.

Contei tudo, desde o dia do churrasco até o que ele me falou há pouco tempo atrás.

- Você quer beijá-lo?

- Bianca, eu não sei. Tipo, eu acho ele bem bonito, o sorriso dele é maravilhoso e ele é muito fofo, mas eu só tenho 13 anos, me acho nova demais.

- A idade é uma questão de opinião. Eu mesmo dei meu primeiro beijo com 11 anos.

- A Denise é um pouco precoce. – a Bianca disse e nós rimos. – Brincadeira. Meu primeiro beijo foi aos 12. A idade não importa, contanto que você se sinta bem e seja no seu tempo. Se você não quiser, fala pra ele e ele tem que entender.

Agradeci as meninas e voltei para o meu lugar na fogueira. O clima estava super casal. A Denise e a Bianca estavam com seus respectivos pares e o Bernardo estava com a Samara. O André me chamou pra andar um pouco e eu fui.

- Ei, você está bem? Tudo tranquilo?

- Estou sim. Adorando a noite. É muito bom passar a virada de ano na praia. Ér, àquela hora eu não te respondi, sobre o beijo... – disse mordendo os lábios, um pouco hesitante. –

Nessa hora ele parou, virou de frente pra mim, pegou nas minhas mãos e olhou no fundo dos meus olhos. Acho que meu coração estava batendo mais forte que tambor.

- Fernanda, eu disse aquilo brincando. Sem pressão, se você não quiser, tudo bem.

Eu acho que soltei o ar, apesar de que eu nem sabia que estava segurando. Ele me deu um abraço e voltamos a andar. Andamos um pouco mais e sentamos em umas pedras, observando o horizonte. A lua tava linda e naquele momento eu senti uma paz tão grande, que me senti a vontade pra encostar a cabeça no ombro do André. E ele me deixou ficar ali.

Não sei quanto tempo passou, mas ouvi o André me chamando e quando levantei a cabeça para olhar pra ele, estava bem perto do rosto dele. Ele pegou meu queixo delicadamente e eu vi nos seus olhos uma espécie de pergunta silenciosa se eu deixava ele me beijar e naquela hora eu não vi porque recuar e acho que ele também viu a resposta no meu olhar, porque se inclinou pra frente pra me beijar. Meu coração já tava batendo a mil e nessa hora eu escorreguei da pedra... e caí.

Entre o amor e a amizadeOnde histórias criam vida. Descubra agora