Suicidal Love (Romance Gay) [PAUSADO]

Hope

"As minhas lágrimas à noite,
eram todos os sorrisos que eu dava durante o dia, em forma líquida"
— Lívia Oliveira

Duas horas.
Eu fiquei duas horas preso naquele maldito elevador com Connor.

Resgataram a gente quando comíamos os últimos biscoitos italianos de minha mãe. Ela não ficou brava, me abraçou e ficou feliz ao saber que pelo menos me alimentei.

Eu me senti culpado. Minha mãe se importava comigo, e o que eu mais queria era morrer. Como ela ficaria sem mim? O que faria com meu quarto, minhas roupas e meus desenhos?

Pensei sobre isso quando acordei no dia seguinte. Engoli as minhas pílulas e tomei um banho gelado. Após escovar os dentes, vesti a minha calça jeans, uma camisa branca com longas mangas (que dobrei acima do cotovelo), meu suspensório e meu All Star cor "branco encardido".

No café, minha mãe me deu uma bronca por ter ido para a escola com a bicicleta; "é perigoso", disse ela. Billy já estava me esperando quando eu engolia um bolo de lanarmos com um café com leite.

— Tenha cuidado. — alertou a minha mãe. — E se comporte, Jonas!

— Ok. — peguei a minha mochila e saí de casa.

Eu fiquei em silêncio durante o percurso, ouvindo a minha playlist "Sad|Bad|Depressed" que eu tinha no celular. Não demorou muito e já tínhamos chegado. Agradeci Billy e saltei do carro.

— Bonjour! — Sun me cumprimentou.

— Você é coreano ou francês? — perguntou eu.

— Eu sou tudo. — respondeu-me.

— Olá, putões! — Marco apareceu ao nosso lado.

— Chegou quem não devia... — Sun revirou os olhos.

— Sun, acho que você deveria deixar de ser tão "mal-comido". — December cruzou os braços.

— Eu? "Mal-comido"? — Sun arqueou as sobrancelhas.

— Okay, pessoal. Sun, você é o ser mais chato que já conheci. — Alicia brotou ao nosso lado.

— Obrigado, lady. Eu dou o meu melhor para ser irritante. — Sun fez uma reverência.

— Ei, esqueci o seu presente ontem, Jonas. Tome. Você vai gostar. — jogou um pacote em mim.

Abri a embalagem e me surpreendi com um *clothes* igual ao de Marco de "Star Vs Forces Of Evil."

— Valeu, December! — o abracei.

— Vista. — me pediu.

Então eu entreguei minha mochila para Alicia e vesti o moletom. Abri a mochila e tirei de lá a tiara de diabinho igual da Star e a coloquei na cabeça.

— Falta a bota da Star para ficar parecendo um fanático de Star Vs Forças Do Mal, gay. — Sun comentara.

— Eu exijo respeito, menininho! — imitei a professora Duckan, uma velha morta-viva que ficava de olho na gente durante a detenção.

Todos riram.

— Jonas... Pode voltar comigo amanhã? Temos que gravar um vídeo para o meu canal e você disse que iria participar. — me lembrou.

— Ah, sim... Vou. — respondi.

— Olha só quem chegou! — Marco me cutucou e olhou para Megan, que estava vindo na nossa direção.

— Oi, Jonas! — Megan me cumprimentou, sorrindo.

Olhei de soslaio para Alicia e a vi encarar Megan com uma certa rivalidade. Era evidente que Alicia ainda era a fim de mim, mas eu era gay e não podia fingir mais.

— Oi. — respondi.

— Feliz aniversário atrasado.

— Obrigado.

— Vai estar ocupado amanhã à tarde? — ela enrolou um pouco a ponta do cabelo. E não era charme de vadia, era uma mania dela.

Megan era a garota que todos queriam pegar. Até Sun já ficou excitado vendo-a vestida como líder de torcida enquanto andava pelo corredor da escola.

— Sim. Vou gravar um vídeo com Alicia. — respondi.

— Okay, tudo bem, então. Te vejo por aí. — e se afastou de nós.

— Um dia ela vai olhar para mim. — falou Sun, vendo-a andar até o seu grupo de amigas.

— Não perca as esperanças. — December deu um tapinha amigável no braço dele.

O sinal tocou e tínhamos que entrar na escola. Minha primeira aula: Educação Física.

E lá vamos nós...