15.09.2009
Voltei ontem para casa, entrei, e sem me darem tempo para reagir, fui recebida por um estalo da minha mãe.
"A dor física é passageira, a dor emocional, a que vive dentro de nós é eterna, nunca morre, quando se pensa que está a ser apagada aos poucos, existe sempre uma palavra, um gesto, uma pessoa, um lugar que nos faz relembrar dela, como se o seu começo fosse ontem."
« Que fiz? » Foram as únicas e, inuteis palavras que sairam da minha boca, arrependime.
« Morte » Foi a resposta, a única resposta que obtinha á 2 anos.
Fugi. Não para a rua, tenho medo dela na noite, outra morte que faz parte da minha vida, a minha tia, uma pessoa mágnifica, com um final que não devia ser escrito para ela, foi á noite, violada, deixada sozinha na rua até que eles voltaram a puseram fim á sua vida.
Fugi para meu quarto o único que me entendia, que não me humilhava, chorei, chorei até não conseguir mais, aquele sentimento de a única coisa que interresa no mundo são as laminas.
Para que senvem?
Também não sei explicar, tira-me a dor, por meros segundo, mas tira.
Adormeci, pensando que o próximo dia seria melhor.
Esqueci de uma coisa, a mais importante em toda a minha vida. « Faz hoje 2 anos » era a única coisa que ouvia o meu subconsciente dizer « Faz 2 anos que a tua princesa, a tua razão de viver te deixou ».
Sabia o que aconteceria nesse dia, não iria ser diferente dos outros, bem seria, seria pior, o pior imaginavel, o pior que ninguem pensa que alguém com 15 anos passe.
Chegei á sala. Gritaram:
« Devias ter sido tu. Devias ter sido tu a morrer. Fazias menos falta que ela. A culpa foi toda tua. »
Sabia o que a minha visão iria enxergar a seguir.
Um cenário, que não é admisível algum filho ver. Um sofá, 1 mãe, 1 pai, dezenas de garrafas de alcool vazias.
Não agentei mais, fugi, para a rua, não era noite. Corri, corri o mais depressa que pude, corri o mais que pude, até mais longe que pude.
Chegei a um parque, não sabia onde estava, não consegui ver onde estava devido ás lágrimas.
Senti alguém sentar-se ao meu lado.
« Porque choras? » recebi esta pergunta de uma menina, devia ter a idade da minha irmã quando..., tinha o mesmo olhar puro, com toda a inucência possível.
« Nada, meu amor. »
"Nada, a palavra mais simples com o maior peso de metira que qualquer outra, a mais falsa e ignorante alguma vez inventada, só servia para fazer com que fossemos invisíveis, a nós e aos nossos problemas."
« Não parece. » foi que recebi vindo da menina
« Ás vezes choramos porque não agentamos mais, sabes, não tem uma única causa. »
Levantei-me de lá, continuei a andar, andar para sítio nenhum, com tudo da minha cabeça. Todas a discusões, todos os gritos, todas as mortes, tudo.
Caí.
« Au! » a única coisa que consegui dizer
« Desculpa, não te ví sério, estás bem? »
A sua voz, apaixonante, fez com que me esqueçece de tudo da mal.
« Sim » enquanto que me levantava, foi a única coisa que respondi.
Vi pela primeira vez uma pessoa preocupada, mesmo não me conhecendo, mesmo não o conhecendo, mesmo estando preocupado com a queda, só queria sentir todos os dias a preocupação de alguém.
"Mais vale 1 amigo verdadeiro, e procupado do que 100 que não querem saber se estás bem."
Perfeição.
O meu único pensamento.
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Diário de um Amor Impossível
Mister / ThrillerA história da vida de uma rapariga culpada pela morte da irmã, O que será que vai acontecer?