prólogo

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Ainda me lembro daquele dia, eu tinha nove anos de idade... Naquele dia era o aniversário da minha mãe. Eu e meu pai decidimos fazer uma surpresa para  ela.

Era uma linda tarde de verão, estavamos no parque, a minha mãe estava com um sorriso de orelha a orelha. Eu estava mais feliz ainda com o meu vestido vermelho de bolinhas brancas.

—Gente para onde vamos? Pedro você sabe que eu não gosto de suspense. —ela falava enquanto íamos em direcção à lagoa.

Chegamos na lagoa, o meu pai tirou a venda da minha mãe e quando ela abriu os olhos viu meu pai de terno enquanto segurava um buquê de rosas vermelhas.

—Feliz aniversário, mulher da minha vida.

A minha mãe abraçou o meu pai agradecendo, eu olhava aquela cena linda, para mim eu estava vendo um verdadeiro conto de fadas.

Fizemos um piquenique no belo e esverdeado jardim que fazia um lindo constraste com a mistura de cores das flores, tornando o ambiente calmo e confortável... O meu pai tirava várias fotos da minha mãe alegando que queria guardar aquele momento para sempre... A felicidade era imensa que nem cabia em nossos corações.

—Eu amo-vos. —ele disse me carregando para os braços dele e segurando a mão da minha mãe.

—Eu amo-vos mais. —a minha mãe disse sorrindo.

—Eu também amo vocês. —disse-lhes dando beijos nas bochechas.

Nós estavamos felizes, tudo era perfeito...

[…]

Passou-se uma semana...

Eu estava na escola quando a inspectora veio me buscar na sala dizendo que o meu pai me espera na Directoria para me levar para casa. Eu estranhei muito, o meu pai nunca vinha me buscar quem fazia isso era a minha mãe.

Assim que avistei o meu pai ele me levou para casa.
Ele não chegou de falar nada durante o caminho.

—Filha eu fui te buscar na escola porque ligaram-me do hospital dizendo que a mamãe sofreu um terrível acidente. —ele disse tentando manter a calma. —Nós precisamos ir ao hospital agora.

Não, acidente não, aquilo não podia estar acontecendo, será que ela está bem? Será que se machucou muito? E isso era somente o que eu pensava enquanto estávamos a caminho do hospital.

Assim que chegamos lá, fomos a procura do médico e assim que o achamos, o meu pai deixou-me na sala de espera e foi falar com ele. Eu não conseguia ouvir o que eles estavam falando mais pude notar que a conversa não era nada boa. Foi quando, de repente, ouço um grito do meu pai e vejo ele ajoelhar-se gritando e chorando.

—Não, ela não, por quê vocês não salvaram ela?! Christina volta por favor. —o meu pai estava em extremo choque.

Naquele mesmo momento eu pedi ao papai do céu que recebesse a alma da minha mãe em paz e então corri e fui abraçar o meu pai também sentindo a dor que ele sentia...

[...]

Passaram-se três anos depois da morte da minha mãe...

A minha vida virou de cabeça para baixo, o meu pai vivia em bares e casinos, já não se preocupava com nada e com ninguém. Ele já não era o mesmo, na maioria das vezes que chegava em casa queimava todos os pertences da minha mãe e tudo que lhe fazia recordar dela.

Meu pai sempre amou a minha mãe, ele não consegue superar a morte dela.
Chegou um momento que ele se trancava no quarto, às vezes eu escutava através da porta do quarto dele e ouvia como ele chorava por ela. Eu rezei mais por ele do que por mim. Sempre que eu ia dormir eu pedia ao pai do céu para devolver a única mulher que o meu pai amou e toda noite eu sonhava com isso...

[...]

Um ano se passou, eu já tinha 13 anos de idade quando uma outra mulher entrou na vida do meu pai alegando que seria minha nova mãe.

Karmen Albert, a minha madrasta e suposta "nova mãe". No início tudo era maravilhoso, ela se comportava como uma verdadeira mãe, trouxe alegria de volta e o meu pai voltou a sorrir.
Ela trouxe paz para a nossa família e outra chance de sermos felizes. Mas nem tudo é um mar de rosas... Karmen não era aquilo que ela mostrava ser.

Meses depois, Karmen insistiu ao meu pai que deveria me por num colégio interno em Washington.

—Tenho mesmo que ir papai?__pergunto quase chorando.

—Sim filha será para você se tornar uma menina inteligente. —ele diz.

—Papai , mas eu queria ficar.__Karmen me interrompe.

—Lindsay, filha, eu já te disse que é para o seu bem e você vai e pronto.__ Karmen diz sem paciência.

Me conformando com a decisão, pois não tinha outra opção de escolha, abraço o meu pai o despedindo. Esse foi o último abraço que o dei até me mandarem ao colégio interno...

I will Always Love youOnde histórias criam vida. Descubra agora