Passaram se 5 anos desde que entrei nesse internato...
Durante esses todos anos não vi mais a minha família. Eu costumava falar com eles por meio de cartas. Esse colégio é bem rígido, não aceita o uso de telemóveis, não nos deixam ver os nossos familiares, e por aí vai.
Durante as férias, o colégio organiza algumas viagens de intercâmbio. Só temos o direito de mandar cartas uma vez por mês para nossos familiares. Eu sempre mandava cartas para eles, contava tudo o que acontecia aqui nesse colégio e sobre as amizades que fiz. Eles também mandavam e falavam de como esta Nova York e que não viam a hora de me ver.
Ao passar do tempo, esse contacto foi diminuindo, eu mandava cartas em cada mês mas eles respondiam apenas algumas delas. Até que, por fim, eles pararam de responder. Eu até cheguei de ir a Direcção da escola para perguntar porque eu não recebia a carta dos meus familiares e eles disseram-me que eles não recebem nenhuma carta dos meus familiares faz tempo. E já faz um ano que eu não tenho nenhuma notícia deles...
Mas, justamente, há um mês atrás eu recebi uma carta da minha tia, ela convidava-me para passar uma temporada numa das ilhas das Bahamas.
Eu aceitei logo na hora porque nem ao menos sabia para onde eu iria assim que saísse desse colégio, de férias. Mas feliz e finalmente depois desses anos estou livre desse colégio interno. Finalmente terei a minha liberdade!— Estou tão animada — digo para a minha melhor amiga e companheira de quarto.
— Eu nem falo, os inspectores estão dando graças à Deus, eu acho que assim como nós eles não viam a hora de nós irmos embora — gargalha.
Angel é minha melhor amiga desde que entrei nesse colégio. Ela é meio estranha mas sempre me faz rir quando não estou bem. Ela é muito bonita, possui cabelos loiros e lisos, olhos verdes e atraentes, ela tem uma personalidade forte e admirável.
— Isso é verdade, então você já falou com os seus pais? — pergunto.
— Claro, eles estão super ansiosos para me ver, estão morrendo de saudades — diz sorridente.
— É ... Eu mandei uma carta para eles na esperança de que eles me respondessem e nada, talvez nem sintam a minha falta — digo cabisbaixa.
— Lindsay, eles são seus pais, claro que sentem a sua falta — diz e levanta o meu queixo.
Recurso os olhos e vou fechar a minha mala, logo a inspectora surge para avisar que o táxi nos espera fora do colégio.
— Vamos ? — pergunto a
Angel.— Claro, vamos rumo a liberdade! — ela diz saindo do quarto, toda entusiasmada.
Fomos até ao táxi que nos esperava fora do colégio para nos levar até ao aeroporto. Nos vamos pegar voos diferentes.
Angel vai pegar um vôo para Texas, a sua cidade natal e eu para as ilhas das Bahamas.Trinta minutos depois já estávamos no aeroporto, o meu voo estava marcado para as 13:00h e o da Angel para as 14:30.
Nesse momento, são exactamente 12:20, provavelmente o meu vôo ainda não foi chamado.A minha felicidade era imensa, era tão bom sair daquele lugar, no qual nos mantêm como prisioneiros com suas regras absurdamente rígidas, e sentir o ar de liberdade. Só de pensar que a partir desse momento terei minha vida livre, sem ficar trancada naquele colégio o meu coração já entrava em erupção.
Eu e Angel caminhamos até à sala de espera. Nos duas estávamos em silêncio mas a minha fiel amiga resolveu quebrar o silêncio.
— E agora? Como será? Eu indo para Texas e você para Bahamas — ela diz — Será que agente vai se reencontrar? — pergunta.
— Eu espero — suspiro — A nossa amizade é algo inesquecível, quando eu chegar em Bahamas irei escrever uma carta para você — digo.
— Credo! Escrever não! — diz incrédula — Você vai me ligar, larga esse negócio de escrever cartas, isso é para aquele colégio que parou no século 19 — diz revirando os olhos __ Aqui fora é tecnologia inovadora! — ela diz chamando atenção de algumas pessoas.
Ficamos conversando sobre vários assuntos e dando risadas, durante a espera do meu vôo. Só de pensar que daqui a alguns minutos irei me separar da minha fiel companheira eu já sentia um aperto no coração.
"— Atenção passageiros! O vôo para Bahamas do horário 13:00 já está aberto. A segunda chamada será da que a alguns minutos"
Eu olhei para ela e então o silêncio dominou o ambiente. Já havia chegado a hora, se há algo que eu odeio são as despedidas. A minha leal amiga levantou-se e ajustou a sua roupa numa tentativa de evitar contacto visual comigo. As lágrimas começaram a brotar dos meus olhos e eu me levantei arrumando minha roupa também.
Me aproximei dela, a abraçando.
Nossos choros se intensificaram ainda mais. Eu não imaginava que seria tão doloroso me despedir dela.— Porque despedidas são dolorosas?
— Psiu, você promete que não vai me esquecer? — ela pergunta no meu ouvido e eu interrompo o abraço.
— Prometo, nunca irei te esquecer — digo olhando-a.
— Então, eu vou deixar você ir em paz, prometo que não vou me matar de saudades, assim que eu chegar no Texas, eu vou manter contacto com você — ela diz limpando as lágrimas.
Eu sorri e concordei, dando um beijo em sua bochecha, de seguida a abracei novamente. A segunda chamada do meu vôo foi anunciada. Me afastei dela e peguei a minha bolsa e fui em direcção a sala de embarque, entreguei o meu passaporte, para ser carimbado, a uma moça e a mesma me desejou boa viagem.
Me virei para trás para ver minha melhor amiga, acenei e disse um "Eu te amo" sem emitir algum som. E então, eu me virei e entrei na sala de embarque. Lágrimas já não eram presentes, agora eu sorria pois eu sabia que daqui em diante será diferente.
[...]
— Senhorita, por favor acorde. O avião vai realizar a aterragem daqui a alguns instantes.
Até assustei-me, não acredito que dormi durante o vôo todo. Me ajeitei na poltrona e agradeci a aeromoça por ter me acordado. Olhei para a janelinha do avião vendo o mar todo cristalino com um tom azul claro, aquilo era uma vista incrível.
Fui até ao banheiro e me arrumei, alguns minutos depois de eu ter voltado para o assento o avião pousou. Alguns passageiros começaram a levantar se e sair do avião. Me levantei, peguei a minha bolsa e sai do avião, eu estava nervosa, o meu coração batia tão rápido que só faltava sair pela boca.
Logo cheguei no terminal de passageiros, as pessoas andavam apressadas, algumas se despedindo e outras reencontrando os familiares e eu, ali, sozinha. Aquilo só me deixava mais nervosa.
Fui até à esteira onde as malas estavam a ser retiradas e logo peguei a minha. A minha tia iria me buscar no aeroporto, ela sabia o horário em que eu chegaria. Fui andando em meio as pessoas e nada de ver a minha tia, então decidi sentar-me num dos bancos de espera do aeroporto.
— Lindsay?!
Ouço alguém me chamar e avisto a minha tia vindo quase correndo em minha direcção.
—Meu Deus! Que alívio encontrar-te — ela diz e me abraça — Você cresceu menina e está igualzinha a sua mãe! — diz sorrindo.
— Eu confesso que também fiquei desesperada, você também tia, você está cada vez mais jovem! — comentei rindo e ela se juntou a mim.
— Vamos? Preciso me apressar, tenho uma reunião marcada para da que a uma hora.
Assenti e seguí-a até ao estacionamento, ela ajudou-me a colocar a mala no seu carro preto. Entramos nele e ela começou a dirigir.
Nem via a hora de conhecer as belas praias dessa ilha, poder mergulhar nessas praias lindas e cristalinas, me estabilizar, conhecer novas pessoas e ter uma vida normal. Liberdade é algo novo para mim. A felicidade é tanta que nem cabe em mim.

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I will Always Love you
RomanceLindsay uma jovem de 18 anos, sempre viveu longe da família desde que perdeu a mãe, e consequentemente estudava num colégio interno onde fez o ensino médio em Washington, quando uma outra mulher entrou na vida do seu pai causando um desequilíbr...