Capítulo 5

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A casa tinha uma lava louças. Depois de eu colocar todos aqueles pratos, copos, tigelas e talheres na máquina, fui dar um passeio pela mansão. Eu sabia que, se Monique me pegasse bisbilhotando às escondidas em vez de trabalhando, acabaria com minha raça. Mas, mesmo assim, resolvi arriscar.

A casa era simplesmente enorme! Olhei os quartos, que, por sinal, eram uns mais lindos que outros, as várias salas, incluindo uma de jantar que possuía uma mesa gigante, com uns vinte lugares, entre outros cômodos, que, por sinal, pareciam não serem usados a tempos.

Depois, fui até o lado de fora de fininho. A piscina era a maior que eu já havia visto em toda a minha vida, a piscina do sítio onde eu morava antes parecia uma banheira perto desta! Monique e Giulia estavam sentadas nas espreguiçadeira, na beira dela. Recuei um pouco, elas não podiam me ver. Pensei: " que vida boa, hein? Em plena quarta feira, essas duas tranquilinhas, curtindo uma piscina." Elas eram ricas, podiam ficar atoa o quanto quisessem. Já eu...

- Buh! - Gabriel falou. Ele tinha chegado de fininho por trás de mim, sem que eu percebesse - Achei que eu ia conseguir te assustar.

- Vai me entregar para sua mãe, dizer a ela que eu não estava trabalhando? - perguntei.

- Eu não. Pode ficar tranquila. Seu segredinho está a salvo comigo. - ele respondeu.

Eu estava olhando as duas pela porta. Fechei-a depois disso.

- Bom, é melhor eu voltar ao trabalho. - falei

- E eu vou pegar uma piscina. Pode trazer um sorvete pra mim?

- Claro, eu levo pra você em um instante.

- Obrigada, Gabi. - ele falou isso e passou por mim, abrindo a porta e indo em direção a piscina.

Fui até a cozinha pegar o sorvete que o Gabriel havia pedido. O problema é que haviam três tipos diferentes de sorvete na geladeira. Como eu não sabia qual era o tipo preferido dele, resolvi colocar uma bola de cada sabor. Coloquei em uma taça, pus bastante calda de chocolate por cima (na minha cabeça, todo mundo gostava de cauda de chocolate, não tinha erro), e levei para ele em uma bandeja. E, como era de se esperar, Monique e Giulia deram o maior pití.

- Como é que você traz sorvete só para o Gabriel e eu e minha mãe ficamos sem? Nós também estamos com calor, sabia? - Giulia questionou, super mal educada.

- Não liga não, filha, essa garota é desligada mesmo. Aliás, que taça é essa, Maria Gabriela? Desde quando isso é taça de sorvete?! - Monique completou.

- E tem mais um detalhe: ela colocou todos os sabores de sorvete na taça. Acorda, garota! Você sabe contar, não sabe? Se sabe, deve ter percebido que são três pessoas morando nessa casa e três tipos de sorvete. Não passou pela sua cabeça que cada sabor de sorvete era de um integrante da família? O Gabriel detesta sorvete de maracujá! Você vai ter que jogar tudo fora e colocar tudo de novo. - Giulia disse, quase gritando.

- Giulia, pelo amor de Deus, eu esqueci de avisar a ela, como ela poderia adivinhar? - Gabriel disse

- Ah, lá vem você defender essazinha! Por que é que você não permite que ninguém reclame com ela? Por acaso está apaixonado por essa... - Giulia falou, mas foi interrompida.

- Não estou apaixonado por ninguém, conheci ela ontem! Só não acho justo vocês ficarem tratando mal uma pessoa por causa de um detalhe tão pequeno. - Gabriel falou. Eu gostava quando ele me defendia daquele jeito.

- Ah meninos, deixem pra lá. - Monique interrompeu a briga. - é melhor eu chamar o Antônio para trazer sorvete pra nós duas. Antônio! - ela gritou, balançando aquele bendito sininho novamente. - E você, o que está esperando? Vai trabalhar! - Ela falou isso pra mim e eu saí.

O trabalho lá era pesado e cansativo. Além disso, eu já estava sendo maltratada no primeiro dia e ainda nem era o horário do almoço! Como eu ia sobreviver naquele lugar?

(Quase) Perfeita - PAUSADAOnde histórias criam vida. Descubra agora