Essa merda sempre demora para vir,
E, além disso, demora pra sair.
Tenho que ficar esperando esses pobres aí.
Quer dizer, eu também sou pobre
E, às vezes, o metrô também me espera,
Mas eu tenho que eles não têm: segundo grau!
Agora, partimos,
Na verdade partimos há duas estações,
E essa mulher não para de falar o nome das estações;
Como se eu não soubesse.
O ambiente aqui estava até que mediano,
Mas está ficando lotado e quente.
Estou ficando toda suada. E tenho nojo de suor.
Acredito que aquele babaca [maquinista] desligou o ar.
Agora tenho certeza. Ele deve estar nos observando por uma dessas câmeras.
E, provavelmente, está rindo de nós aqui,
Nessa superlotação de tudo.
Tudo aqui dentro aumenta, menos o próprio espaço em que estamos.
Com absoluta convicção, afirmo que esse safado desligou o ar condicionado para nos ver suando.
Ele é sádico! Morrerei desidratada aqui.
Mas, para a minha sorte, a última estação está chegando.
Cheguei. Só falta esse imbecil sádico abrir a porta.
"Obrigado pela preferência, tenham um bom dia."
Filho da puta!
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Minha Metamórfica Poesia
Poetry"Poesia é morfina pra quem sente as dores de alma." Arthur Diogo Capa do livro- Guilherme Allan