Acidente Fatal

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Bruno é festeiro, gosta de sair muito com os amigos, vão para shows, e é claro, muita festa regrada de álcool, drogas e sexo.

Ele não usa drogas, prefere só ficar no álcool mesmo, já seus amigos bebem, fumam e cheiram, ele não aprovava mas também não falava nada, seus pais não gostavam nenhum pouco das atitudes que ele tomava.

Quando ele não estava farreando estava nos bares, todos os dias voltava para casa bêbado e de madrugada, sempre recebia multas por dirigir em alta velocidade mas nunca foi parado e multado por dirigir alcoolizado.

Ele então conheceu Clarice, uma linda jovem estudante de direito, ele se apaixonou loucamente por ela, começaram a namorar, e casaram.

É claro que seus amigos não gostaram nenhum pouco dele ter casado, e aos poucos ele foi parando de beber, até que ele saiu por completo do mundo do álcool.

Clarice é o nome da heroína dele, ela que o tirou desse mundo horrível, ela que o mudou, mas tinha um pequeno porém, eles brigavam de mais, e nas brigas acabavam em porradas.

Bruno nunca soube brigar, mas Clarice... Ela era faixa preta em karatê, é sempre que eles brigavam ela batia nele, e muito, os amigos e familiares queriam o fim do relacionamento deles, mas ele tinha medo de terminar com ela, ela é muito possessiva e violenta, e esse era o medo dele, acabar morto por ela.

Então ele saiu escondido para afogar as mágoas na bebida com uns amigos, ele saiu de carro no meio dá noite, foram para um bar no centro dá cidade, começaram a beber.

Como Bruno estava á um bom tempo sem sentir o gosto do álcool ele não resistiu, bebeu até perder a consciência.

Clarice rastreando o telefone dele o encontrou, ela foi de moto-taxi, chegando lá ela começou a discutir com ele, ele já sem consciência de nada entrou no carro e ligou ele, ela foi atrás dele.

Nenhum deles colocou o cinto de segurança, ele saiu rápido dali, ela á todo instante gritando com ele para parar o carro, e ele nem dando ouvidos, então ela pula no colo dele e pisa no freio, e ele teve o seu primeiro momento de defesa e a tirou de cima dele a jogando no banco do passageiro, porém essa jogada dela no banco custou uma batida no poste.

Ambos atravessaram o parabrisas, ele ainda pode ver que ela rasgou a barriga no vidro dele, ele apaga e acorda numa cama de hospital duas semanas depois do ocorrido, ele vê gessos na perna direita​ e braço esquerdo, uma enfermeira que cuidava dá paciente do lado vê que ele acordou e fala:

- Bem vindo ao mundo dos vivos.

- O quê... O que aconteceu ?- Pergunta ele com a mão que não estava engessada na cabeça.

- Você estava bêbado, bateu em um poste em alta velocidade e ficou bastante ferido.

- E... E minha esposa ? Clarice ? Cadê ela ?

- Infelizmente ela não resistiu á cirurgia, foi bom você ter acordado, uns policiais tiveram aqui mais cedo, e eles querem falar com você.

- O que ?... Ela morreu ?... Como ?...

- Você atravessou o parabrisas em alta velocidade, você teve sorte de não ter acabado que nem ela, você só quebrou um braço e uma perna, ela coitada, ficou toda rasgada, o caixão teve que ser fechado, ela ficou viva até a cirurgia, mas na cirurgia que ela veio a morrer - Disse a enfermeira depois de ter lido a ficha dele.

- Uau ! Podia ter usado eufemismo, eu acabei de acordar, não precisa me dar a notícia dessa forma - Disse ele com uma cara assustada.

- Sou enfermeira, não tô aqui para passar a mão na cabeça de ninguém não, tô aqui para cuidar de você, se acha ruim sinto muito.

Ela saiu do quarto e depois de alguns minutos e entram dois policiais e falam que assim que ele tiver alta ele será julgado por direção perigosa, dirigir embriagado, e homicídio.

Ele fica dois meses ainda no hospital antes dá alta, e foi para o tribunal duas semanas depois, lá ele foi julgado e declarado culpado, só que ele não tinha consciência de nada do que aconteceu, então entra um conceito do Direito Penal, que é a Imputabilidade Penal, e nela fala que só é culpado aquele que apresenta consciência na hora do crime.

Então Bruno foi intimado a prestar serviços comunitários e a participar do AA (Alcoólicos Anônimos), as reuniões são todas as terças e quintas, e ele chegou na sua primeira reunião, alguns começaram a se apresentar, e foi a vez dele:

- Oi ! Me chamo Bruno - Todos dizem "Oi Bruno" - Tenho 27 anos, gostava muito de festas, eu ia muito a festas, até que me casei, e em uma bebedeira sofri um acidente fatal que infelizmente matou minha mulher e me deixou no hospital por um longo tempo.

Começou a hora do intervalo e tinha alguns biscoitos, bolos, café, sucos, pães e roscas, enquanto ele comia chega uma bela moça e o comprimenta:

- Oi Bruno, sou a Ana, que pena o que aconteceu com sua esposa, eu sinto muito mesmo.

- É lamentável, eu não era feliz do lado dela mas não queria que acabasse assim - Disse ele com a boca cheio de bolo.

- Entendo, olha pelo lado bom, pelo menos você tá vivo, e é isso que importa - Disse ela sorrindo.

- Você sabe lutar ? Tipo, luta alguma coisa ?- Disse ele coçando a nuca.

- Eu sei dançar, mas luta prefiro só o que passa na televisão, mas porque a pergunta ?- Disse ela com um sorriso irônico.

- Nada não, só que você é bonita - Disse ele olhando nos olhos azuis dela.

- Obrigada, tá afim de sair qualquer dia desses ?

- Tô, que tal hoje mesmo depois dá reunião ? - Responde ele pegando outro bolo.

- Que rápido, vamos, só não sei onde vamos - Ela sorri olhando para a boca dele.

- Que tal um restaurante japonês ?- Pergunta ele coçando a nuca.

- Não, eu acho melhor irmos para sua casa mesmo, não tô afim de gastar dinheiro hoje.

- Eita ! Isso foi bem rápido.

A reunião se encerra e eles vão no carro dela para a casa dele, chegando lá antes de abrir a porta eles já estavam se pegando, abriu a porta nos beijos, e a noite deles foi bem molhada, quente e gostosa.

Passaram a ir juntos para a reunião, se pegavam antes dá reunião e acabavam na casa de um deles, com esse tanto de sexo eles nem lembravam do álcool, depois de alguns meses é feito o pedido de casamento por ela, o que o assustou muito, porque ele sempre estava acostumado a ser quem pede, e não quem tinha a mão pedida.

Seus pais acharam tudo muito rápido, viúvo recentemente e já vai casar de novo, mas eles aprovavam o relacionamento, seus amigos também aprovaram o relacionamento.

Eles se casaram, tiveram um casal de filhos, e viveram até o fim de suas vidas um casamento próspero e feliz, um do lado do outro sempre ajudando um ao outro quando precisavam.

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