Capítulo 13

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Revejo toda aquela cena em minha mente, em câmera lenta, e sou lançado ao passado, anos atrás em que vi Ana ensanguentada, lutando pela vida. A sensação foi a mesma, apesar de situações diferentes, medo desespero, perder o chão, sentir que meu mundo pode acabar se ela não resistir aos ferimentos, mas agora a dor é maior, a incerteza esmaga o meu coração.

Tenho medo de ela não resistir, de passar meses em coma, como da outra vez, de ficar com mais uma sequela, são tantas coisas que passam pela minha cabeça, que me sinto perdido.

Olho para Carla sendo aparada por Ray, se culpando pelo acontecido, apesar de insistir em falar a ela que a culpa não foi dela.

— Pai!- Annie vem correndo e chorando com Melanie atrás dela, chorando também, abro os braços e abraço, ela se esconde em meu peito, faço um sinal para Melanie e ela vem para mim abraço as duas, as consolando, falando que vai dar tudo certo, mas na verdade, falo para mim, preciso acreditar.

Vejo um médico vir em nossa direção, enfim suspiro em pensar que vou ter noticias, torço para serem boas, largo as duas e caminho para ele:

— Minha esposa?

— Ela está bem.- meu mundo volta a ter sentido.- a pancada na cabeça gerou uma concussão, o corte foi superficial, o mais grave é a fratura nas costelas, que demoram a cicatrizar, teremos que mantê-la sedada, por causa da dor, e também a concussão causa sono para o cérebro poder se recuperar.

Acho que ele percebe que fiquei aliviado, pois solto todo o ar que estava prendendo.

— Então ela não corre nenhum risco?- Annie pergunta.

— Nenhum, só precisamos mantê-la aqui por uns dias em observação.

Acho que lágrimas de alivio descem dos meus olhos, pois Annie limpa meus olhos.

— Quero ver minha filha.- Carla fala chorosa, olho para o médico e ele fala:

— Tem que ser de dois em dois e não ficar muito tempo no quarto, ela não pode perceber a agitação.

— Tudo bem.- falo e olho para Carla e Ray.- você vão depois Annie e Melanie, eu vou por ultimo.

Carla sorri e me abraça, beijo seus cabelos.

— Obrigada, meu filho.- fala e beija meu rosto, Ray me olha sorrindo, segurando a cintura de Carla e seguimos o médico por um corredor.

Ray e Carla entram no quarto, seguidos do médico, fico no corredor abraçado a Annie.

— Tive medo.- ela fala tremula, acaricio seus cabelos.

— Eu também.- confesso, mas ainda não estou tranquilo, tenho medo das sequelas, suspiro quando vejo o médico sair do quarto. Solto Annie e vou até ele.- doutor, posso lhe falar?- ele faz que sim.- minha esposa, sofreu um atentado há anos atrás, ele teve como sequela amnésia a curto prazo, será que essa queda pode acarretar mais alguma coisa?

— Sr Grey, o cérebro humano é uma caixa de surpresas, não posso lhe garantir nada no momento, somente quando retirarmos a medicação e ela acordar, mas vou lhe adiantando que ela pode demorar dias para acordar, mesmo depois de retirarmos a medicação.

Vejo Carla e Ray saírem do quarto e Annie e Melanie entrando no quarto abraçadas.

— Ok obrigado, então vamos esperar.- falo torcendo para que ela não demore muito e que não tenha mais nenhuma sequela.

— Se quiserem ir para a casa, depois, podem ir, depois que retiramos a medicação, ai sim ela vai precisar de alguém no quarto com ela. Se precisarem de algo, é só me procurar no posto de enfermagem, Sou Dr Norys, boa noite.

50 Tons de Libertação e Amor.- Segunda Temporada.Onde histórias criam vida. Descubra agora