Capítulo 1

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- Olá Anne, tudo bem? Onde estás?

- Oi Jane, estou um pouco atrasada. Podes esperar mais um pouco por favor? Depois mostro-te a razão do meu atraso.

- Que é que tu andas a fazer Anne?

- Daqui a pouco vês, relaxa. Não é nada de mais.

- Mexe-te!! Estou à tua espera no shopping. Despacha-te!

- Não te preocupes, daqui a pouco estou aí. Adoro - te. Até já.

Anne desligou o telefone e respondeu ao homem que estava ao seu lado:

- Compro-a. Ela tem combustível suficiente para chegar à bomba de gasolina?

- Penso que sim. -- respondeu o homem encolhendo os ombros.

- Aqui tem o dinheiro. Obrigada.

Anne afastou - se e dirigiu - se à mota preta nova que tinha acabado de comprar. Desde criança, que Anne adorava motas, muito embora os seus pais nunca terem tido possuído nenhuma. Anne nunca tinha andado numa, pois os seus pais não o permitiam mas, quando Anne decidiu que queria tirar a carta de condução de mota, os seus pais viram-se obrigados a deixa-la sob a condição que seria ela a pagar a mota. E ali estava ela, com o exame concluído, a comprar a mota dos seus sonhos.

Anne subiu para cima da mota, colocou o capacete preto, apertou o casaco e ligou o motor. Ao ouvir o som do motor, Anne sorriu.

Estou no meu elemento. Vamos por combustível para mostrar-la à Jane que está a minha espera. Ela nem vai acreditar. -- pensou ela com um sorriso largo na cara.

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Jane olhou boquiaberta para a mota que tinha acabado de parar à sua frente, sem querer acreditar no que os seus olhos viam.

- Não acredito! Chegaste atrasada por causa dela?

- Claro. Gostas?

- Adoro, é linda! Ficas fantástica em cima dela, já para não dizer sensual, sabias? Depois levas - me a dar uma volta nela, por favor? Imploro - te!!

- Obrigada. -- disse Anne corando -- Descansa, se tivermos tempo, depois de irmos às compras, damos uma volta, pode ser?

- Sim claro, na boa. -- concordou Jane, ainda a olhar para a mota -- Vamos então?

- Anda daí. Depois andamos o tempo que quiseres. -- Anne agarrou o braço da amiga e empurrou - a para dentro do shopping.

Eram quase 7h da tarde quando finalmente acabaram de correr todas as lojas. Ambas tinham comprado tantas coisas que Anne, ao chegar à sua mota, lembra - se da promessa que fizera horas antes a Jane.

- Bem, se ainda quiseres andar de mota hoje, vamos ter de pôr as compras no teu carro. Depois trago - te aqui de volta outra vez.

- Então, levo as compras a tua casa, ok?

- Está bem, obrigada. Vamos lá. Preparada?

- Sempre! -- confirmou Jane.

Anne ligou a mota e avisou Jane:

- Segura - te!

E partiu com uma velocidade que fez com que Jane soltasse um grito de satisfação. Ela sempre adorara a sensação de liberdade e do vento a bater na cara.

As duas raparigas andaram vários quilómetros pelas redondezas de shopping. Já passava das 8h quando voltaram para o lugar onde o carro de Jane estava estacionado. Anne desligou o motor, tirou o capacete e virou - se para a Jane:

- Gostaste?

- Promete - me que vamos repetir a experiência no futuro.

- Claro, mas da próxima vez, iremos para a auto - estrada, andar na velocidade máxima que a mota permite, combinado? E da próxima vez, tens te trazer o teu capacete.

- Combinado! Vamos então para a tua casa. Os teus pais já devem estar à tua espera para ... Olha lá Anne, quem é aquele borracho ali a sair do shopping? Nunca o vi por aqui!

- De quem é que estás a falar? Ahh... aquele ali de calças de ganga e t - shirt preta? É o novo aluno da nossa escola. Acho que se chama Simon, não tenho a certeza. Bem, sempre te podes fazer a ele. -- disse Anne a rir.

- Que engraçadinha. Mas acho que é isso mesmo que vou fazer.

- Claro que vais.

O pai de Anne, Peter Varner, era o diretor da escola secundária de San Diego, desde 1999, por isso não era de estranhar que a Anne soubesse várias coisas que os outros alunos ignoravam, entre as quais, quem eram os alunos novos.

- Já reparaste que esse Simon está a olhar para ti Anne?

- Oh! Não digas disparates! Provavelmente, deve estar só a olhar para a minha mota. Para além de que ele tem um aspeto esquisito.

- Não digas isso! Ele é bem giro!

- Não concordo, desculpa. Vamos embora.

- Pronto está bem, vamos lá!

Jane dirigiu - se ao seu carro e arrancou atrás de Anne. Por volta das 8:30h, chegaram a casa de Anne, descarregaram as compras dessa tarde e foram para a sala de estar cumprimentar os pais de Anne. Estes, preocupados com a demora das duas, perguntaram:

- Porque demoraram tanto?

- Desculpa pai, mas a Jane queria dar uma voltinha no meu novo tesouro pessoal. Comprei - o esta tarde.

- Não perdeste tempo para comprar a tua mota. -- disse a mãe dela, levantando - se e espreitando pela janela. -- É aquela ali fora preta?

- Sim. Gostas?

- É gira, mas vê - la se tens cuidado quando estiveres a conduzi - la. Vamos jantar. Jane, nós tomamos a liberdade de telefonar à tua mãe para lhe perguntar se podias jantar connosco quando chegasses com a minha filha, e ela respondeu que não havia problema, por isso, hoje jantas connosco.

- Obrigada. -- agradeceu Jane.

Quando, duas horas mais tarde, Anne foi - se deitar depois de se despedir da amiga e dos pais, ficou a pensar na sua mota e no teste que iria ter no dia seguinte. Enquanto revia a máteria que sairia no teste, Anne adormeceu profundamente.

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