Cap IV: Primeiro dia de aula

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Como Noa ainda não conhecia Amaranto, a nova cidade, muito bem ficou combinado que depois do pequeno almoço seu pai lhe levaria até à escola, o que de certo modo o deixava desconfortável pois o fazia se sentir como uma criança. Pra sua sorte ele o deixou na porta da escola e logo se foi embora, não ia gostar nada de o ter dando uma de pai orgulhoso levando o filho no primeiro dia de aula.

Quase todos olhavam pra si com cara de curiosidade, não era todos os dia que tinham um aluno novo se transferindo para a EPA. Por sua vez Noah, mantendo sua feição de indiferença, simplesmente ignorou os olhares curiosos que sobre ele e caminhou até a entrada onde o porteiro estava observando o fluxo de alunos que entravam. Sem querer perder mais tempo do que o necessário ou acabar por se perder perguntou ao homem onde ficava a secretaría. Depois das indicações recebidas entrou na escola caminhando até ao local indicado, seguindo as instruções do porteiro.

Chegou na secretaria, pegou seu horário, a chave do armário, ficou sabendo onde era sua sala e recebeu um papel que eu deveria mostrar a todos os professores, provando assim que eu era daquela turma. Depois disso caminhou pelos corredores procurando saber onde ficava seu armário, seguindo as indicações da senhora que lhe atendeu na secretaría. Após encontrar o que procurava olho no horário pra ver quais aulas teria naquela manhã, começando com Matemática para sua infelicidade, de longe aquela era a matéria que mais odiava, de todos os tempos. Sabendo que não tinha o que faze apenas se limitou a pegar o livro de Matemática, que colocou na sua bolsa, tirou também alguns dos cadernos que carregava consigo, os guardando no armário, ficando assim apenas com o material que iria precisar naquela manhã.

O sinal tocou e ele caminhei lentamente pra sala, não estava nem um pouco animado, mas não podia simplesmente faltar a aula, embora essa não fosse uma má ideia. Entrou na sala depois de receber a permissão da professora, que o o olhava por cima dos óculos na ponta do seu nariz. Lhe entregou o papel que havia recebido mais cedo, vendo uma expressão de espanto tomar conta da cara da professora, o que não sua opinião não deixava de ser um exagero.

-Noah Adms!? Seja bem vindo a nossa sala, pode se sentar. - disse a professora após algum tempo o observando.

Como ainda iria precisar do papel o pegou de volta e só então foi se sentar um dos lugares vagos que haviam na sala. Não deixando de sentir sobre si o olhar de todos os presentes, que o acompanharam até  chegar no fundo da sala e se sentar em uma cadeira. Mesmo após isso ainda era observado e podia ouvir os muitos sussurros a seu respeito, muitos dos quais com relação a sua aparência, mas sequer se deu ao trapalho de se importar com o que os novos colegas tinham a dizer sobre si, simplesmente se limitou em tirar seu material e assistir a aula.

Surpreendentemente acabou por prestar muito atenção na aula do que esperava. Embora a aparência rígida da professora ela explicava a matéria de um modo simples de entender, falava com certo entusiasmo, dava para ver que ela sabia sobre o que lecionava e que amava o que fazia. Noah cegou mesmo ao ponto de fazer algumas anotações sobre coisas que considerou importantes e fazer algumas atividades que a professora indicou no livro.  Algo que não fazia a um tempo, o que o fez pensar que afinal de contas o pai poderia estar certo, mudado de cidade talvez fosse o melhor para eles. Só de saber que não teria mais sobre si todos aqueles olhares de pena já era um grande avenço.

Na hora do almoço caminhou até ao refeitório calmamente, diferente dos outros alunos não estava com pressa. Quando entrou todos ficaram o olhando e falando baixinho mas isso já era esperado por Noah. Para não ser incomodado pegou os fones, colocou as musicas para tocar no aleatório, e caminhou até ao balcão onde as funcionarias serviam a comida aos alunos. Apos ter a comida em uma bandeja rapidamente procurou com o olhar por uma mesa vazia, assim que a encontrou caminhou até ela e se sentou para comer.

Aquela poderia ate ser uma escola pública mas devia admitir que o lugar superou suas espectativas. Não que ele seja do tipo de pessoa que perde seu tempo se importando com coisas como essa mas ao seu ver a escola era muito bonita, limpa e organizada, bem diferente de tudo que alguma vez ouviu falar das escolas publicas. O que o levou a conclusão de que os alunos riquinhos que faziam parte do seu círculo de convivência na antiga escola não passavam de um bando de esnobes preconceituoso.  

Na saída seu  pai foi lhe buscar na escola, este queria o levar para um restaurante mas Noah disse já ter almoçado na escola, o que surpreendeu seu pai. Visto que o filho já havia comido Cristian resolveu que melhor seria deixar em casa e voltar ao trabalhar, comeria qualquer coisa mais tarde. Fazendo do trabalho seu refugio, afinal de contas cada um lida com sua dor de um modo.  Enquanto Noah se isolava cada vez mais, enquanto era dominado por sua tristeza e sentimentos de culpa, por outro lado Cristian se focava no trabalho e no filho para se manter ocupado e não pensar demais nas pessoas que perdeu

Sem o que fazer Noah ficou em seu quarto vendo vídeos no YouToube mas acabou por deixar o celular de lado não muito tempo depois. Por incrível que pareça estava incrivelmente entediado e para o meu azar o tempo não parecia querer passa de jeito algum, Chegando a conclusão que talvez fosse melhor tentar dormir um pouco para compensar o sono perdido durante a noite. Contudo não conseguia dormir, apenas ficou deitado na cama olhando o teto branco do meu quarto.

A noite não demorou a chegar, logo Cristian estava em casa, mal entrou em casa e foi direto ao quarto do filho o convidar para assistir a um espetáculo consigo. Cristian falava animado com o filho sobre o espetaculosa, havia ouvido falar muito bem do evento. No tédio Noah acabou por aceitar acompanhar o pai, o que deixou o mais velho ainda mais eufórico do que já estava .

Ao contrário de seu pai que estava todo elegante em um Smoking feito sobre medida, Noah apenas se limitou em colocar uma skinny preta, uma camisa branca e meu casaco de couro favorito. Quando prontos partiram para o local onde aconteceria o espetáculo, um belo auditório, bem decorado e cheio de gente que Noah não conhecia de lado algum, todos vestidos igualmente elegantes como seu pai. Contudo não se deixou intimidar por aqueles velhos, pois embora tinha alguns poucos jovens no recinto a maioria dos presentes eram homens maduros de 40 anos pra cima.

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