Medos & Segredos (Romance Gay)

Cap II: O Depressivo

Noah se sentia extremamente descontente, seu pai tinha decidido não só mudar de casa como  também resolveu mudar de cidade. Noah entendia que seu pai estava preocupado com ele e apenas queria seu bem, sabia bem os esforços que tinha feito para se manter forte para poder lhe  ajudar com a sua depressão. Contudo achava aquilo tudo desperdício de tempo quando tudo que queria era ficar no seu canto quieto, ouvindo suas músicas sem ninguém lhe enchendo o saco com coisas que não lhe interessavam. Mas acima de tudo estava chateado porque seu pai que um dia, do nada, chegou em casa lhe pedindo para arrumar as coisas porque eles iam se mudar, sequer perguntou sua opinião sobre o assunto.

Não que ele realmente fizesse questão de continuar na cidade antiga, ou estivesse deixando para trás algum amigo em especial ou um amor, não tinha nada que lhe prendia a aquele lugar. Nisso tudo apenas sentiria saudades de sua antiga casa, onde nasceu e cresceu, um lugar que um dia lhe rendeu tantas boas recordações mas que agora trazia tantas lembranças que ele queria esquecer, mesmo que fosse difícil. Nunca admitiria em voz alta mas em certo ponto dava razão ao pai, talvez essa mudança não fosse tão ruim como parecesse. Apenas não gostava quando o pai tomava as decisões importantes de sua vida por ele.

-Filho? Filho? Estás a ouvir?- Pergunta seu pai balançando sua perna para lhe chamar a atenção.

-Não. - Diz tirando seus fones de ouvido, a musica não estava alta mas havia acabado por se perder em pensamentos. - Desculpa pai, se importa de repetir?

-Chegamos. - Diz o pai animado para o filho que só então percebe que o carro não estava mais em movimento.

-Já? mas nós mal entramos no carro. Pai o senhor não disse que levava algumas horas da nossa antiga cidade para aqui? - Pergunta Noah meio confuso para o pai, pois a sensação que tinha era de que mal tinham saído da sua antiga cidade.

-E leva. - Responde o pai com uma expressão divertida no rosto vendo a confusão do filho. - Mas você esteve tão destruído nos teus pensamentos durante a viagem toda que nem percebeu o tempo passar. 

os dois desceram do carro e Noah pode ver que a nova casa nova era muito bonita, não que isso realmente lhe interessasse. No momento o que mais queria era entrar pra dentro e ir ver se o caminhão de mudança já havia entregado suas coisas. Mas como não tem muita sorte na hora que ia entrar em casa aparece uma senhora velha, daquelas fofoqueiras que amam ficar se metendo na vida dos outros, e começou a conversar com seu pai animadamente, Noah bem que tentou escapar sem ser notado mas não deu certo, logo foi obrigado a ficar e cumprimentar a vizinha.

Depois do que parecia ser uma tortura finalmente se despediram da senhora e finalmente puderam entrar em casa, com o olhar atento foi explorar por onde passava, enquanto buscava por seu quarto. A casa não era apenas bonita por fora mas também por dentro, com um ar moderna bem diferente da sua casa antiga que tinha um ar mais conservador. Assim que encontrou o seu quarto pode ver que tudo já estava arrumado, o caminhão da mudança havia chegado mais cedo e seu pai tinha contratado alguém pra arrumar e limpar a casa.

O quarto era branco com uma parede azul, o que fez a cara dele se fechar odiava o fato de seu quarto ser pintado em tons claros, a vontade que tinha era pegar uma lata de tinta preta e jogar nas parede, contudo estava demasiadamente cansado pra fazer isso naquele momento, optou  simplesmente  por apagar as luzes e deitar para dormir, sequer foi tomar um banho.

Porem não dormiu por muito tempo, aproximadamente três horas depois seu pai foi lhe acordar pra irem jantar fora. Embora seu pai tenha contratado alguém para arrumar a casa ainda não tinha contratado uma empregada permanente, e pelo que conhecia do pai era capaz de nem chegar a contratar, e como seu pai estava cansado de ter dirigido de sua antiga cidade não estava com vontade  alguma de cozinhar e Noah  apenas sabia ferver agua e colocar o miojo dentro, o que seu pai odeia pois segundo ele aquilo não tinha valor nutritivo algum.

Ao chegarem ao restaurante foram atendido por uma moça simpática e bem vestida, mas Noah acabou não dando muita importância para ela ou para decoração do restaurante. Muito menos se importou com os olhares reprovador das pessoas vestidas formalmente que desaprovavam sua forma desleixada de se vestir, pois sabia que seu pai tinha tanto dinheiro quanto qualquer um que estivesse naquele restaurante, ou até mais, logo se vestia como queria e ninguém tinha  o direito de dar opinião na minha vida, lhe dizendo como vestir ou comportar.

O jantar correu normal, Noah mal dirigia a palavra ao meu pai mas este já estava acostumado com o jeito de ser do filho, logo não fez questão de puxar assunto. Sabia que seu filho já não era muito de conversar e tudo só ficou pior depois do acidente que matou sua mulher e seu outro filho Theo, irmão gémeo de Noah. Assim que terminaram de jantar pagaram a conta e foram embora.