Capitulo Oito : Investigação

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Como Dunas havia prometido as investigações começaram no dia seguinte, logo pela manhã ele, Luare e Rody se dirigiam para a periferia da cidade. Segundo Dunas, um dos informantes que possivelmente saberiam algo sobre a localização da pedra estaria por lá.

– Se esse informante é tão bom, por que cargas d'agua ele mora na favela? – Perguntou Rody, se tinha um local da cidade que ele evitava, era a periferia. Já haviam roubado duas bicicletas dele por ali. – Ele não deveria morar na parte nobre da cidade?

– Você é idiota? Se ele ganha dinheiro vendendo informações, como ele provaria para o governo de onde vem a grana? – Cada vez mais Luare começava a duvidar que Rody fosse uma boa adição ao time. – Ele deve vender informações para bandidos também!

– Qual é a sua? Não te deram educação menina? Sai xingando os outros por nada! – Como Luare irritava Rody. Ele tinha que aturar essa menina chata e o chefe sarcástico? Alguém lá em cima deveria estar se divertindo as custas dele.

– Parem vocês dois! Se eu soubesse que estava trabalhando com duas crianças teria deixado vocês na creche! – "Eu tinha que ter escolhido aprendizes que se odeiam." – O motivo de ele morar na periferia é simples, nenhum policial conseguiria alcança-lo aqui.

Luare e Rody deixaram sua briga de lado e começaram a prestar atenção no que Dunas dizia.

– Porque não? – Perguntou Rody curioso, "Esse cara deve ser barra pesada!".

– A população daqui não deixariam os policiais passarem da entrada da favela. O Santo, como é conhecido o nosso informante, é a pessoa que mais ajuda a população daqui. Dinheiro, comida, abrigo, se você mora aqui o Santo não deixa você sem as necessidades básicas.

– Mas se ele gasta tanto dinheiro com isso o governo deve estar atrás dele! Principalmente se todo mundo sabe disso! Sonegação de impostos é algo complicado. Duvido que ele tenha como provar que conseguiu o dinheiro de maneira honesta.

– O governo é um dos principais clientes do Santo, ou você acha que nós não contamos como agentes governamentais? – Disse Dunas sorrindo. – Além do mais, vender informações não é contra a lei. A proposito Rody, o quão bem você sabe se defender?

– Eu consigo me virar. – Respondeu Rody, confiante. – Porque? Chance de problemas?

– Sempre existe chance de problemas, mas já que você se garante fico mais calmo, proteger você não é algo que eu queira fazer hoje.

Os três continuaram seguindo pelas ruas da periferia, observando o ambiente mudar gradualmente. As casas passando de casas de concreto bem-acabadas para barracos de madeiras e casas de tijolos sem reboco. Eles entraram em um beco, onde havia uma gangue de seis jovens, na faixa dos 20 anos. Dunas seguiu andando e se dirigiu a jovem que aparentemente era a líder dos jovens.

– Bom dia, poderia avisar para o Santo que Dunas está aqui para vê-lo? – Ele exibia mais um de seus sorrisos.

– Quem tu acha que é? Ninguém sai entrando por aqui querendo falar com o Santo! – A jovem encarava Dunas. – Ele não quer papo com ninguém! Ordens diretas.

– Eu garanto, ele vai querer falar comigo. Agora seja gentil e vá chama-lo para mim, ou me leve até ele, dá no mesmo.

– Tu é o que, político? Policia? Tá achando que com esse seu papinho o Santo vai olhar pra tua cara feia? – ela deu começou a rir. – Galera, acabem com a raça desses idiotas para eles aprenderem a não chegarem mandando nos outros! – Mandou ela enquanto se afastava.

Dunas suspirou, brigar com crianças não estava em seus planos. Ele sacou suas duas pistolas, uma de cor clara, quase branca e outra preta como carvão. As duas com uma linha dourada que partia da ponta do cano e seguia por toda extensão da arma.

Dunas Real e a pedra do equilíbrioOnde histórias criam vida. Descubra agora