Capitulo Um: Suspeito

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Dunas entrou rapidamente no prédio. Sua mente concentrada em encontrar qualquer pessoa que não se encaixava no ambiente. Ele se encontrava em uma lanchonete comum, onde uma grande variedade de pessoas se reunia na hora do almoço.

Dunas realizou uma troca. Diminuiu seu paladar até quase não conseguir sentir mais sabores, é recebeu um aumento na audição. O volume do som era sempre impressionante, mas Dunas já estava acostumado.

Ele começou a avaliar as conversas. Quem sabe assim não conseguiria achar seu ladrão.

Havia uma grande variedade de pessoas na lanchonete, desde pessoas reclamando dos chefes, casais flertando de forma embaraçosa e críticos de comida, que por incrível que pareça estavam cada vez mais frequentes. Lá no canto da lanchonete uma conversa chamou a atenção de Dunas.

– Falei que roubar daquela senhora ia dar problema! Você deu sorte que o controle não te achou na hora. Se fosse eu já tinha saído da cidade.

– Para de drama Rody! Você sabe que já enganei o controle antes. Eles não são tudo isso que o pessoal fala na rua!

– Você deu sorte da última vez! Ninguém em juízo perfeito se mete com pessoas que conseguem ver através das paredes e ouvir conversas de uma casa do outro lado da rua! – Respondeu Rody.

Dunas sempre achava engraçado as histórias que as pessoas contavam sobre o controle. Claro, eles podiam aumentar a visão e a audição a níveis que pessoas normais nem imaginavam, mas ver através das paredes era um pouco demais.

O que ele tinha ouvido da conversa era o bastante para saber que o amigo do sujeito chamado Rody era exatamente quem ele estava procurando. Dunas desativou a troca e tirou seus óculos, logo em seguida ativando outra troca. Diminuiu o olfato e aumentou a visão. Usar óculos de grau enquanto estava com a visão aumentada não era uma boa ideia.

O sujeito que Dunas estava observando usava roupas folgadas. Era possível que estivesse com uma arma embaixo da camiseta. Depois de reparar um pouco nos dois Dunas percebeu que eram dois jovens na faixa dos 20 anos. Dunas desativou a troca e colocou de volta os óculos, seguindo para mesa onde Rody e o ladrão estavam sentados.

Enquanto ele se aproximava, Rody pareceu alertado com algo. Desviou o olhar do seu amigo e olhou diretamente para Dunas, que se surpreendeu. Ele então falou alguma coisa para o ladrão e os dois levantaram e saíram correndo porta a fora.

Dunas suspirou. – Porque nunca é simples?

. . .

Dunas saiu da lanchonete a tempo de ver os dois jovens virando na primeira curva que acharam. Ele começou a correr atrás deles, tentando segui-los da melhor forma possível. Como era horário de almoço as ruas estavam bem movimentadas, o que dificultava o avanço de Dunas e dos jovens.

Dunas realizou uma troca. Diminuiu novamente o paladar para aumentar um pouco sua visão. Uma das vantagens de aumentar qualquer um dos sentidos, mesmo que somente uma pequena quantidade, era que a sua habilidade de se focar em algo aumentava. Para Dunas isso queria dizer eu ele conseguia utilizar a maior parte de sua visão para seguir os jovens, enquanto resto de sua visão o era usada para que ele não trombasse em nada ou em ninguém.

A cada curva Dunas se aproximava mais deles. Quanto mais perto ele chegava, mais ele foi percebendo que algo estranho estava acontecendo. A princípio ele não conseguia distinguir o que havia de errado. "Não deve ser nada" Pensou, enquanto continuava correndo. Subitamente ele compreendeu o que havia de errado. Nem uma vez os jovens olharam para trás, mas continuaram a correr como se tivessem certeza que tinha alguém atrás deles. E por algum motivo ele sempre perdia o ladrão de vista, mesmo os dois estando lado a lado.

"Bem, me preocupo com isso depois de pegar os dois! "

. . .

Rody e Zune estavam correndo, fugindo do homem que estava atrás dos dois. Se aquele homem fosse um policial, o que Rody estava torcendo que fosse, os dois seriam questionados e possivelmente presos caso ele encontrasse o colar que Zune roubou da senhora mais cedo. Caso ele fosse do controle...

"Melhor não pensar nisso" disse Rody para si mesmo enquanto se concentrava em fugir o mais rápido possível. Seu coração batia acelerado. Era a primeira vez que tinha que fugir de alguém.

– Tem certeza que aquele cara estava nos observando? Ele não parecia um policial.

– Tenho, no momento que o olhei ele se surpreendeu e desviou o olhar. – Afirmou Rody com convicção.

– Bom, se você diz, quem sou eu para duvidar. Que sorte que você estava comigo hoje! Sem você eu possivelmente estaria preso!

– Não se anime ainda, ele está cada vez mais perto. – Ele concentrava no som dos passos do sujeito. – Consigo ouvir ele se aproximando.

– Com esse seu "ouvido absoluto" você devia entrar para o controle! – Brincou Zune. – Não se preocupe, daqui a pouco nós o despistamos.

BANG!

Os dois se assustaram com o som do tiro que ecoou por toda a rua.

– Parem os dois antes que eu decida que é mais fácil atirar em vocês! – Gritou o sujeito que estava atrás deles.

– Parece que é o fim da linha. – Disse Rody, suspirando. – Vamos, antes que ele realmente decida atirar em nós. – Disse para Zune. Então ele finalmente reparou em um simples fato.

Zune não estava mais do lado dele.

– Filho de uma cadela – Disse ele enquanto o sujeito se aproximava.

Dunas Real e a pedra do equilíbrioOnde histórias criam vida. Descubra agora