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Essas 24 horas me mostraram duas coisas.

Primeira que não sei fazer outra coisa que trabalhar. Até quem trabalha em casa precisa de férias. Eu to precisando agendar isso. Quem  sabe uns dias em um lugar paradisíaco sem internet para me desligar um pouco.

Segundo, ainda sou luanete dos pés a cabeça. Não imaginava que ia ficar tão mexida e encantada. Parece que não consigo processar uma frase sem ter Luan no meio.
Isso só reforça a ideia das férias.
Não quero me meter nessa história da ruiva e o suposto Luan. Estando de férias tenho a desculpa perfeita pra deixar tudo de lado.

É isso! Chegando em casa vou atualizar o blog,  responder uns e-mails e anunciar férias.

Tudo isso eu pensava enquanto me arrumava pra pegar a estrada.

- Parar num posto.
- O que a senhorita falou?
- Só pensei alto. Preciso passar no posto antes de pegar a estrada.
- Recomendo um na entrada da cidade.
- Acho que sei qual é. Obrigada!
- Foi uma boa estadia?
- Uhum!
- Veio a trabalho ou só para curtir o show?

Joguei aquele olhar questionador.
Quem é esse aí querendo saber de tudo? Eu não dei liberdade pra isso.
Claramente ele percebeu meu incomodo com sua pergunta e ficou sem jeito.

- É... boa viagem e volte sempre.
- Obrigada.
Eu não gosto que entrem em minha privacidade.

Peguei o carro e dirigia concentrada, mas não era na estrada e sim nas minhas férias e no que tinha pra fazer antes de tira-las.
Quando sai do automático percebi que ja tinha passado do posto.

- Deve ter outro mais a frente.

Não tinha. Eu deveria ter sido mais atenta. Agora não iria estar parada no meio do nada com o carro sem gasolina.

Olho para os lados e nem sinal de posto, casa, algum estabelecimento. Celular? Sem sinal. Lembrei que passei por algumas vans na vinda. Agora deve passar alguma. Não importa o destino e sim a ajuda.

Passou uns dois carros, me viram encostada no meu, mas não pararam, eu também não pedi ajuda, sou muito assustada com essas caronas com desconhecido, acho que assisti seriado policial demais.

- Graças a Deus uma van. - falei olhando pro céu.

Acenei. O motorista sinalizou com a mão que estava cheia. Nem parou.
 Eu ja estava com sede, derretendo debaixo do sol, por isso quase fiquei no meio da pista quando a próxima van apareceu. Ela tinha que parar.
Parece que o motorista acelerou, quer me matar? Será que acham que é um truque para assalta-los?
Sai cabisbaixa da pista. Ela passou mais devagar por mim. Acho que o motorista ficou com dó e parou.

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