9 - Não me interesso em você!

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Eu fechei os olhos tão fortes, que imaginei por segundos que dessa forma Deus poderia ser generoso comigo e me ajudar na minha teletransportação direta para minha nave mãe em Plutão.

Claro que isso não aconteceria primeiro porque não tenho uma nave, e segundo que depois que tiraram a classificação de planeta do pobrezinho do Plutão ele nunca mais foi o mesmo. Só por causa disso a minha teletransportação não funcionou.

Mas claro que tentaria me explicar, se fosse possível. Porque assim que levantei, com as mãos em sinal de rendição, juro que não quis brincar com a situação, mas isso só fez Lorenzo, bufar ainda mais de raiva, e sair da lanchonete batendo os pés, deixando me plantada com cara de tacho na frente de todos.

Adoro uma cena. Nossa, como adoro! Espero que tenha sentido meu deboche de longe. Porque já estou farta dessa infantilidade. Ele que vá pastar com o diabo, comigo é outros quinhentos, meu bem.

Por isso, quando fui atrás dele, estava decidida a mandá-lo de vez para o inferno, e seguir minha vida, como sempre.

Ele havia parado há quase vinte metros de distancia, e havia colocado a mão na cintura, e a outra apontava pra mim, com tanta convicção que quase quebrei o dedo ao meio, para nunca mais tentar agir de babaca logo pra cima de mim. Mas me fingi de sonsa, e revirei os olhos. Deixando ele falar tudo o que guardava no coração.

— Você tem noção de como suas palavras podem machucar? – ele perguntou, como se eu fosse uma criança de cinco anos, e não soubesse que empurrar o coleguinha do balança não é legal. Claro que nunca fiz isso. Nossa, imagina!

— Você agora que dá uma de muda e surda? Não vai dizer nada? – ele continuava matracando.

— Isso tá me tirando do sério, Natalia! Você é a errada, então para de agir como se eu estivesse errado.

Dessa vez, eu tive que controlar para não rir, ele ficava vermelho pimentão muito rápido, e o pior que minha cara de deboche só piorava a situação toda.

Eu estava sendo repreendida por um garoto de dezesseis que não sabe nem falar direito, obviamente não estava com as melhores caretas.

— Você vai continuar agindo deste jeito? – ele perguntou batendo os pés, como se fosse minha mãe.

Não pude evitar quando uma risadinha pulou dos meus lábios.

— Você me faz passar vergonha, e a culpa é minha? – ironizei. — Você tem razão eu não deveria ter falado da forma que falei, e muito pouco me intrometer com quem você transa ou deixa de transar.

Ele bufou mais uma vez.

— Você acha mesmo que eu queria ter algo com Cecília, se não fosse por causa do Matheus? – ele gesticulava, cuspindo as palavras, em desespero.

— Sinceramente? – dramatizei, rolando os olhos, se ele estava pedindo pra ouvir, eu realmente faria o favor de dizer tudo o que estava pensando.

— Fale.

ㅡ Não me importo. Não me interesso em você. – apontei meu dedo em riste, e cuspi todas as asneiras que sempre gostei de dizer a todos os garotos.

Matheus tinha razão. Eu precisava colocar o Lorenzo em seu lugar. Por mais que isso doesse, era algo que se eu não fizesse, me arrependeria pelo resto da vida.

— Natalia... – ele tentou.

— Você deu seu show, agora é a minha vez. Você vai ouvir tudo o que tenho a dizer!

O Irmão Mais Novo Do Meu ExOnde histórias criam vida. Descubra agora