6 - Nicholas não... Lorenzo!

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         Sei que não sou uma das pessoas mais inteligentes deste grande e vasto mundo, mas uma coisa eu gostava de me orgulhar, eu não era idiota, e nunca gostei de fazer papel de tal.

Por isso, quando o garoto mentiroso a minha frente, deu dois passos a minha frente, querendo se aproximar, a única coisa que pude fazer, foi dar uma tapa em sua mão afastando-o.

— Você acha que sou idiota? – soltei uma risadinha histérica, estava prestes a dar uma surra nele, por estar me fazendo de imbecil às seis horas da manhã.

Ele gaguejou palavras indecifráveis. Juro que pude ver nele todas as feições as quais eu fugia há tanto tempo. Maldições! Isso não estava no roteiro!

— Me perdoe, Natalia. – ele começava, a se desculpar.

— Cala a porra da boca, pelo amor que você tem aos seus dentes. – ladrei, sentindo meu peito subir e descer mais rápido do que eu pudesse controlar. Senti uma puta lágrima descer. Mas sequei-a, antes de ele poder vê-la.

— Vamos, con-conversar...- ele gaguejava, e isso só aumentava minha raiva crescente incontrolável.

— Você se aproximou de mim apenas para quê? – gritei, exaltada. — Você quer zombar da minha cara?

— Por favor me ouça... – ele continuava nessa lengalenga.

Eram poucas as pessoas que consegue me desestabilizar, e só um motivo no mundo que é capaz de me fazer chorar como uma criança de seis anos, que tem a boneca destruída por causa do seu primo malvado que insistia que a minha boneca preferida serviria de almoço para o cão do vizinho. Isso ainda dói.

E este assunto, tem nome, e um endereço eterno.

Lucas Cropper. Endereço eterno: Céu estrelado para sempre.

Meus olhos ainda insistiam em se tornar bicas abertas, apertei as pálpebras com força, me amaldiçoando a chorar ali. Não ali.

Em casa sim, eu poderia chorar. Mas não agora, eu estava sem dormir, com uma puta ressecada eminente. E com a cópia fiel do meu primeiro namorado de infância na minha frente. Isso não estava nada bom para um começo de um dia.

Por isso, não medi meus atos, quando acordei Alex com umas sacudidas violentas.

— Acorde, Alex! Alexandra! Precisamos ir! – continuava lutando uma batalha para acordá-la.

— Que foi? Só mais cinco minutos... – ela balbuciava, e a baba continuava a escorrer.

— Alexandra!

— Que saco, Natalia! Tenho culpa que você teve uma péssima foda?! Você tem dedos, termine o serviço no banheiro! – ela me deu o dedo do meio, em resposta a todas as minhas sacudidas.

Sentei na cama, desistindo. Foi quando eu percebi, que estava tendo um colapso, de tanto que eu chorava copiosamente.

Ela se levantou no mesmo instante, desistindo totalmente de voltar a dormir. Passou os braços no meu pescoço.

— Ohmeudeus, miga... – ela acariciava — Eu não sei o quão decepcionante foi, mas não precisa chorar assim... ele não é o primeiro virgem que você tira a virgindade. – fiz uma careta, ela secou minhas lagrimas.

— Quem me dera se fosse uma péssima foda... – quase voltei a chorar — Ele. Você não vai acreditar quem é ele.

— Se você não me falar, nunca vou saber. Então respire, e me conte. – ela sorriu, gentil, com os olhos de panda, por causa da maquiagem borrada.

O Irmão Mais Novo Do Meu ExOnde histórias criam vida. Descubra agora