- Leah, acorda! Já são 8:00h. Vais chegar atrasada. – gritou a minha mãe puxando os cobertores da cama, deixando-me com frio.
- Já vou mãe. – disse eu enquanto me espreguiçava na cama.
- Tu adormeceste e eu hoje também adormeci por causa do teu irmão.
- O que tem o Roger a ver com o assunto?
- Não me deixou dormir a noite toda e agora de manhã como estava calado deixei-me adormecer. – bocejou - vá! Veste-te para depois vires tomar o pequeno almoço.
- Ok. Já vou.
Quando a minha mãe saiu peguei no telemóvel e pus a tocar a “Girl on Fire” da Alicia Keys. Depois disso dirigi-me á casa de banho, lavei os dentes, a cara, penteei-me e de seguida apliquei o creme para as espinhas.
Olhei-me ao espelho e senti-me muito triste porque o meu acne parecia que se agravava em vez de melhorar. Já tenho acne desde os 14 anos e eu agora tenho 17, o que significa que o meu corpo já devia ter ultrapassado as transformações. Sentia-me sempre muito em baixo em relação á minha aparência. Para além de ter acne também era gorda e não tinha roupas caras e de marca como alguns dos meus amigos e colegas de turma. Nunca fui descriminada por pertencer à classe média baixa, mas já me gozaram por causa do acne. Era horrível. Algumas pessoas quando eu passava olhavam para mim e murmuravam qualquer coisa baixinho, e outros olhavam para mim e diziam coisas do género: “olá espinhosa”, e depois riam-se. Eu ficava de rastos e ia a correr para a casa de banho a chorar. Os meus amigos diziam para eu ignorar as bocas mas eu nunca conseguia. E atualmente à também um rapaz que gosta de se meter comigo: o Abe Obbink. Mas sempre que o Liam está por perto ele nunca me diz nada. O Liam é um grande amigo meu. Já o conheço desde a creche e ele é quase como que um irmão.
Quando terminei de aplicar o creme fui novamente para o quarto, peguei novamente no tele e mudei de música. Agora tocava a “Why am I the one?” dos Fun que por acaso são a minha banda preferida.
Vesti-me, peguei na mochila e desci as escadas até á cozinha.