Depois de recusar o jantar pela milésima vez, a empregada desistiu e me deixou sozinha no quarto. Eu chorava muito. As empregadas tentaram me ajudar, fizeram penteados em meus cabelos e me fizeram rir, mas, quando elas se foram eu chorei, e muito.
Sentei na cama e desfiz algumas tranças, foi quando bateram na porta. Mandei entrar. E, para a minha surpresa, era o príncipe.
- Sai daqui. - Eu disse ríspida fechando a porta, ele a segurou.
- Me desculpe pela forma no qual tratei a senhorita pela manhã. - Se desculpou. - Isso não era bem uma atitude de um cavalheiro. Eu só... só não gosto que entrem no meu quarto.
- Você poderia ter sido bem menos grosseiro. Podia ter me pedido para sair e não voltar mais lá, só isso. - Digo.
- Eu te peço perdão. E quero recomeçar. Que tal um passeio?
- Não vou sair com você depois de ter gritado comigo, me tratado com tanta brutalidade...
- Me arrependo do que fiz, prometo não toca-la, se não quiser. - Pensei por um instante. É, não seria má idéia.
- Mas, vestida assim? - Ele olhou para meu vestido e sorriu. - Não acha que ele seja simples de mais?
- Prefiro a simplicidade. - Ele disse. Sorri sem mostrar os dentes. - Então, aceita?
- Tudo bem, mas, você tem que me prometer que não vai fazer nada contra a minha vontade. - Digo.
- Não vou sequer toca-la, se não quiser.
Nós saímos de meu quarto e fomos para o jardim do castelo. Era lindo. Andamos um pouco até que vimos um guarda nos seguindo. O príncipe olhou para ele e o mesmo recuou.
- Então Duquesa...
- Elle!
- Elle, como sabe que não é a Duquesa Meredith? - Ah não, esse assunto não.
- Eu apenas sei. Antes de aparecer aqui, eu iria a um passeio com minha mãe e meu irmão. O taxista estava louco e acabou batendo o carro, ele capotou várias vezes e eu desmaiei.
- Taxista? Carro? - Ele me olhou confuso.
- São coisas da minha cidade. Lá tem várias coisas que você não sabe o que é. E você, como sabe que eu "sou" a tal Duquesa? - Perguntei.
- Vocês são idênticas. - Ele disse. Olhei para ele e levantei uma sobrancelha. - Se não acredita, me acompanhe. Posso mostrar um quadro seu.
- Tudo bem. - Ele me levou até uma sala gigante. Chegando lá ele tira um grande cobertor de cima de um quadro. Havia uma foto de uma mulher e um homem. Minha vista estava embaçada. - Desculpe, não consigo ver muito bem.
- Aproxime-se. - Me aproximei mais do quadro e consegui observar melhor. Era uma mulher totalmente idêntica a mim e um homem muito bonito. - Este homem é seu falecido marido.
- Céus!
- Eu disse que era parecida.
- Por favor, vamos sair daqui. - Eu o segurei pela mão e senti um arrepio. Então eu parei. - É... Pode ir na frente.
- Venha. - Ele caminhou na frente e eu o segui pensando no significado do arrepio. O que será? - Então Duq... Elle, como está se sentindo aqui no castelo?
- Estou me sentindo presa. - Ele arregalou os olhos.
- Bom... Eu fiz isso porquê você...
- Eu sei, eu sei. Eu merecia tudo.
- Me desculpe. Pode sair o horário que quiser. Só não pode ir além dos muros do castelo sozinha.
- Obrigada.
- Não há de que. - Depois de andarmos mais um pouco, o Príncipe me deixou em meu quarto e deu um beijo em minha mão. - Tenha uma boa noite e amanhã apareça para o café dá manhã.
- Ok. - Eu disse.
Fui dormir bem tarde naquela noite. Como alguém pode mudar de uma hora para a outra?
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Perdidamente Apaixonada
RomanceUm acidente. Um homem. Um amor. Elle Carter é uma jovem que odeia depender dos outros pra fazer qualquer coisa. Desde a sua infância, Elle passa a ter sonhos com um rapaz de olhos azuis, muito belo, mas não sabe o porque. Nos sonhos o rapaz sempre...