Capítulo 16

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Quando abri os olhos, esperava ver Andrew, mas, o que vi foi uma sala completamente branca com umas cortinas, um aparelho que registra os batimentos cardíacos, várias outras coisas que não sei identificar e um tubo de oxigênio no nariz.

Uma enfermeira entra na sala, ao me ver ela arregala os olhos.

- Senhorita. Ah meu Deus! - Disse ela. - Que bom que acordou. Sua família vem visita-la em meia hora.

Onde estava Andrew? Porque estou aqui? Porque estou assim?

E aí eu lembrei de tudo. Do passeio, do motorista, do acidente. Tudo que aconteceu antes de aparecer no reino de Andrew.

Fechei os olhos e dormi novamente. Acordei minutos depois e vi minha mãe e meu irmão. Minha mãe estava chorando e meu irmão estava querendo chorar.

- Meu bem! - Disse minha mãe e me abraçou. - Estava morrendo de saudade de você.

- Você passou tanto tempo em coma que mamãe já estava sem esperanças. - Disse Eliot.

- O que? - Digo. Finalmente consegui falar.

- Senti muita saudade de você. - Disse mamãe me abraçando de novo.

Eu estava muito confusa.

- Vou ligar para Becca. - Disse Eliot. Minutos depois, ele voltou. - Ela já está vindo.

- Filha, como se sente? Alguma dor? Alguma parte do seu corpo está dormente? - Perguntou minha mãe. Balancei a cabeça, negando.

- Eu sabia que você era forte maninha. - Disse meu irmão. Sorri fraco para ele.

Minha mãe e meu irmão começaram a falar, eu não prestei atenção em nada. Minha mente estava no acidente.

Minutos depois, Becca chegou.

- Elle do céu! - Ela me abraçou. - Será que estou sonhando? Será que é ilusão? Eliot, me segure se eu cair.

Eu ri, mas não muito.

- Finalmente você acordou. Eu estava a ponto de te pegar e te sacudir nesse leito. - Ela disse.

~🔹Alguns meses depois🔸~

Se passaram uns meses e me recuperei bem.

Voltei a minha casa, ao meu trabalho e a minha vida normal.

Bob está sendo muito compreensível comigo. Ele entende quando me sinto mal, etc.

Acordei cedo, tomei banho, vesti um vestido na altura dos joelhos, um blazer e um tênis branco. Penteei os cabelos e os deixei soltos, passei pó compacto e saí.

Becca sempre me deixava na lanchonete e depois ia para o trabalho. Eu já não confiava mais em táxis.

- Obrigada Becca. - Digo.

- Elle. - Ouvi ela me chamar.

- Sim?

- Você tem que me contar o que aconteceu. - Disse. - Você não pode guardar tudo pra si e sofrer.

- Depois Becca. Depois. - Saí do carro e bati a porta. Entrei na lanchonete, coloquei meu avental, peguei um bloco de anotações de pedidos e uma caneta. - Vi um cliente sozinho. Ele estava de costas para mim. Quando me aproximei dele, comecei a anotar o número da mesa. - Bom dia senhor, o que gostaria?

- Quero um café médio. - Disse ele. Anotei o pedido, e, só depois que anotei percebi o quanto a voz dele parecia com a de Andrew. Olhei para ele. Ele era exatamente igual a Andrew, só que, usava óculos.

O bloco e a caneta caíram de minha mão.

- Meu Deus. - Digo para mim mesma. Me abaixo e pego o bloco e caneta. - Ahn, vou pegar seu pedido.

Me afasto dele o mais rápido possível. Enquanto a máquina de café fazia o seu trabalho, respirei fundo várias vezes. Será que é ele? O meu príncipe?

Peguei o café, fui até ele e o entreguei.

- Seu café senhor. - Ele sorri.

- Obrigado. - Disse. Quando dei as costas para sair escuto ele me chamando.

- Moça?

- Sim?

- Por curiosidade, qual o seu nome?

- É... É... Elle.

- Andrew. Prazer. - Ele estendeu a mão para um aperto. Quando apertamos as mãos, senti a minha vida voltando. Era como se eu só precisasse dele para melhorar.

Soltei a mão dele rapidamente.

- O prazer é meu... É... Preciso voltar ao trabalho. - Me afasto. - Tchau.

E eu voltei para dentro da lanchonete. Quando ele entrou para pagar, eu estava escondida dele. Ele nem sequer olhou para trás. Mas tudo bem.

Na hora do almoço, peguei meu caderno de desenhos, meu lápis e minha borracha. Comecei a desenhar o meu Andrew. O príncipe. O homem que tomou meu coração para si.

Eu havia sonhado com ele, como sempre. Desenhei o que havia sonhado. Apenas Andrew olhando para mim. Foi só isso.

Às 14:00H, tive que voltar para casa, tinha uma consulta marcada às 15:00H.

Tomei um banho, vesti uma calça, uma camiseta, uma jaqueta e uma sandália. Soltei meu cabelos ondulados e coloquei meu óculos.

Bati no portão de Becca e a mesma me atendeu.

- Oi, é... Prometi que te deixaria no consultório né? Vamos lá. - Ela pegou as chaves do carro e nós fomos. - Elle, você anda estranha desde que acordou do coma. O que aconteceu? Porque está tratando todos nós como lixo? Você sabia que estávamos todos preocupados com você?

- Eu me apaixonei. - Digo. Ela freia o carro.

- Como? Como você se apaixonou sendo que estava em coma?

- Eu estava em outro lugar. Um príncipe me salvou, me apaixonei por ele. Nós noivamos, casamos, e, quando ele me mostrou o quarto da princesa, eu acordei.

- Você sabe que estava sonhando, não é?

- Não estava. Becca, as emoções, dor, raiva, era tudo real. Quando nos beijamos, até as borboletas eram reais. Eu senti tudo isso. Não estou ficando doida.

- Elle, a sua sorte é que vamos ao médico agora. - Disse ela.

- Becca, você sabe que não estou mentindo, só não quer admitir.

- Tudo bem, eu vou acreditar em você, ou ao menos tentar. Me conta do começo. - Ela voltou a dirigir.

- O nome dele é Andrew Berkeley, ele é lindo. Você tinha que ver. Olhos azuis, cabelos castanhos lisos que estavam um pouco grandes, era alto, forte, tinha lábios carnudos... Eu o desenhei, ficou igual a ele. - Tirei de minha bolsa o meu caderno de desenhos. - Aqui está.

- O quê? Você casou com esse homem? Meu Deus! Era com esse tipo de Deus Grego que eu queria que fosse o pai dos meu filhos. - Eu ri. - Olha, se ele é fictício ou não, você me deu um belo tiro, dona Elle.

- Ah sim. Eu sei que te dei um tiro. - E depois de conversar muito, nós chegamos a clínica.

Perdidamente ApaixonadaOnde histórias criam vida. Descubra agora