C-Fr: Revenge

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A justiça é a vingança do homem em sociedade, como a vingança é a justiça do homem em estado selvagem.

::. Epicuro.::



Tweeks'A...

Point of View - Lexa Jauregui

- Quero que você apenas faça o que estou falando! – falei segurando o celular um pouco mais forte e comprimindo meu dedo indicador na minha têmpora direita afim de amenizar a dor de cabeça infernal que estava sentindo à horas.

Desliguei o telefone e pus em cima da mesa do escritório onde  eu estava. Me permitir encostar na cadeira de couro preto com alguns detalhes marrom claro, ao descansar minha cabeça no comprimento superior da mesma, pude sentir o quão rígido estava todos os meus músculos durantes esses dias que tem sido um inferno desde que minha filha está interna naquele hospital. Minha rotina está uma loucura, não que antes não fosse, mas agora está pior. Enquanto eu balançava lentamente meu corpo juntamente com a poltrona e tentava respirar o ar de incenso de eucalipto, que Clarke mencionava ser para uma boa concentração e raciocínio, me fez rir por um segundo, o cheiro era tão agradável que me permitir ficar ali parada por alguns minutos.

Tudo ao redor estava em um grande silencio, abri meus olhos que vagavam e contemplavam as paredes brancas que contrastavam com os móveis marrons e pretos. Na grande mesa à minha frente tinha três porta-retratos com fotos de Clarke e Lauren, e foquei instintivamente em uma em que ambas sorriam, Clarke segurava nossa filha com apenas 5 anos, nos braços enquanto ela se contorcia inteira sorrindo de alguma palhaçada que eu estava fazendo para que essa foto existisse agora. Uma lágrima se formou em meus olhos e eu deslizei meus dedos pelo rosto de Lauren, naquela foto.

- Não vai ficar assim, filha! – sussurrei acreditando mentalmente que ela pudesse ouvir de alguma forma. – eu não vou deixar.

Uma lágrima correu por minha bochecha esquerda e eu a limpei antes mesmo de que ela pudesse seguir mais seu caminho. Coloquei o porta-retrato no lugar, levantei indo em direção à porta, peguei meu sobretudo que estava disposta logo ao lado da porta e saí antes que Clarke acordasse.

Eram exatamente uma hora e vinte e dois minutos de uma madrugada de sexta-feira, as ruas de Colorado estavam congelantes, nem o aquecedor da minha Mercedes estava dando conta de amenizar todos os arrepios que sentia em meu corpo. Mas, a raiva ajudava significativamente para que esse frio não fosse tão insuportável ao ponto de me fazer desistir do que eu queria fazer.

Despois de desviar de alguns pontos onde a neve estava irremediavelmente acima do nível possível para que trafegassem nas ruas, eu cheguei ao meu destino. Estacionei perto de um poste, onde a luz estava fraca, a lâmpada quebrada e uma placa que dizia que não era permitido estacionar ali. Saí do meu carro sem me importar, batendo a porta e colocando minhas luvas para não perder o dedo nesse frio intenso. Olhei para ao redor e tudo parecia exatamente igual à alguns anos, exceto um pouco mais escuro devido a falta de iluminação, existiam os mesmo cincos barris cinzas ao lado de uma grande caçamba de lixo, tinha um senhor sentado perto de uma fogueira improvisada com alguns gravetos e papeis, à esquerda estava uma pequena loja de tatuagem, onde o letreiro estava piscando mais do que árvore natalina, comecei a dar alguns passos e sentia o frio intenso congelar cada um dos meus ossos, o que me fez colocar as mãos dentro do bolso do meu sobretudo preto, e andar mais rapidamente.

Andei por alguns minutos e logo a frente eu encontrei o que eu queria, o galpão continuava caindo aos pedaços da mesma forma que eu lembrava, seus dois andares permaneciam com suas janelas quebradas e paredes pinchadas, tudo ao seu redor não passavam de grades de ferro que circulavam vários barris inutilizados, carros velhos e latarias distorcidas. Havia capim que não são aparados por anos, presumi e tudo agora estava em baixo de neve, tornando aquela cena mais fria e cruel.

Nothing Like Time [Camren]Onde histórias criam vida. Descubra agora