capítulo:51 ✍

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Depois daquele dia, nunca mais parei de escrever, é nunca mais peguei em um cigarro.

Os cortes, agora eram somente em dias de crise, que aconteciam uma vez na semana, mais ou menos.

Os cortes, sem dúvida, foram os mais difíceis de parar; aquilo era como um vício, meu corpo pedia por mais.

Todos os dias, eu pegava o caderno vermelho e escrevia. As vezes poemas, frases, textos; as vezes sobre mim, as vezes sobre você, ou até mesmo sobre coisas aleatórias.

Eu me sentia em paz colocando aquilo pra fora.

Evie:como foi?

Eu:incrível! -sorri simples.

Evie:usou cigarros novamente?

Eu:não.

Ela sorriu, satisfeita.

Evie, sem dúvidas foi uma das pessoas mais importantes da minha vida. Sem ela, eu teria morrido com aquela merda de depressão.

Evie:como é sua relação com seus pais?

Eu:sou adotada.

Evie:você sabe quem são seus pais verdadeiro?

Eu:sou fruto de um estrupo. -engoli em seco- minha mãe tinha 15 anos quando me teve, e meu pai era um estrupador nojento.

Evie:você está inganada. Seus pais se chamam Elza e Abel.

Eu:mas...

Evie:querida, pai e mãe não é quem coloca você no mundo, é quem cuida, da amor, carinho...

Eu:eu sei, eles são meus pais... -suspirei- mas, sinto que... não sei... não sei quem sou, como posso saber? A maioria das crianças se parecem com os pais, tem eles como inspiração. Mas eu não sei quem são os meus. Não sei com quem me pareço, quem eu tenho como inspiração, eu não sei nada...

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