Capítulo 26 (2º PARTE)

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          Nunca imaginei que pudesse fazer tanta coisa em tão pouco tempo. Assim que Mia disse as palavras mágicas, "o bebê vai nascer", vesti a primeira coisa que estava à mão, calcei-me, peguei a mala do bebê e no minuto seguinte já tinha protegido Mia com um roupão meu e a levado para dentro do carro. O caminho para o hospital era de quase dez minutos de carro e a minha sorte era que não havia trânsito às duas da madrugada.
    - Toby, me ajuda, está doendo muito! - Terminei de colocar o cinto nela e segurei seu rosto já completamente vermelho e suado em minhas mãos.
    - Meu amor respira fundo e tenta controlar a respiração, prometo que chegaremos lá o mais rapidamente possível. Toma, segura meu celular e tenta ligar pro doutor Cárter. Eu mesmo falo com ele enquanto conduzo.
    - Mas você vai...
    - Bluetooth Yasmin. Agora tenta não entrar em pânico. Tudo vai ficar bem. Prometo. - Dei-lhe um beijo na testa e logo fechei a porta do carro enquanto acionava o portão da garagem. Corri pro lado do motorista e logo parti com o carro.
    - Está chamando Toby. - Disse antes de gritar pela segunda vez.
    - Alô, Tobias? - Atendeu o Dr. Cárter.
    - Boa noite Dr. Cárter. Está no hospital?
    - Sim, hoje é meu turno. Espera, essa é Yasmin gemendo?
    - Tobias, por tudo o que é mais sagrado, tira esse bebê de mim!
    - Doutor, Mia entrou em trabalho de parto. Eu já estou a metade do caminho, mas chego aí rapidamente.
    - Ainda bem que ligou Tobias. Já vou arranjar uma sala e uma maca para quando chegarem. Sabe há quanto tempo a bolsa estorou?
    - Não sei exatamente. Acordei com Mia gritando por mim e a cama já estava toda úmida. Talvez à uns dez minutos mais ou menos.
    - De quanto em quanto tempo é que as contrações estão vindo?
    - AH MERDA! TOBIAS! - Olhei assustado pra Mia que agora chorava e senti meu coração apertar de agonia.
    - Fez uns três minutos desde que ela teve uma, e agora acabou de ter outra.
    - É, eu reparei. - Disse ele rindo. Minha mulher estava berrando de agonia e ele ria?
    - Mia está me ouvindo?
    - Sim. - Gemeu em meio ao choro.
    - Tente fazer a contagem entre as contrações e respire fundo repetidas vezes. É importante que consiga manter a respiração controlada para sentir menos dor.
    - Tente ter um filho saindo de suas entranhas e depois a gente discute o assunto! - Disse fazendo-me rir, mesmo o assunto sendo sério.
    - Vamos fazer esse garoto sair hoje Mia, relaxa o máximo que puder.
    - Diga pro meu filho relaxar e vai ficar tudo bem! TOBIAS CHEGA LOGO COM ISSO! - Ótimo, outra contração. Estacionei o carro na primeira vaga que encontrei e logo fui até Mia.
    -  Dr. Cárter, chegámos.

30 MINUTOS DEPOIS

    - Mia, eu vou contar até três e você vai fazer toda a força que você conseguir, ta bom? - Perguntou o Dr. entre as pernas dela. Mia assentiu rapidamente e olhou pra mim completamente assustada. Estávamos na sala de parto fazia trinta minutos e só agora Mia ficou totalmente pronta para ter nosso filho. Ela já segurava minha mão com toda a força que podia e eu já me sentia desesperado. Sabia que aquilo devia ser normal, mas eu só queria que aquela agonia passasse logo e fossemos todos pra casa. Mia estava claramente com medo e eu não sabia como acalmá-la. Eu não queria que ela sentisse dor, não queria que ela chorasse e nem gritasse. Como pai da criança, eu tinha todo o direito de assistir ao parto, mas tive que deixar Mia por uns minutos para vestir as roupas de hospital. Quando finalmente me cruzaram entrar na sala, logo vi a expressão de alívio no rosto de Mia. Praticamente corri para o seu lado esquerdo e segurei sua mão com força, para que ela lembrasse que eu estaria ali o tempo todo.
    - Mia, olha pra mim. - Chamei sua atenção a aproximei meu rosto do dela. Encostei nossas testas e acariciei sua bochecha. Sussurrei para que só ela escutasse.
    - Eu estou aqui com você pequena. Você nunca vai estar sozinha. Eu vou estar aqui o tempo todo do seu lado e nada de ruim vai acontecer. Dê vida ao nosso filho e tudo vai ficar bem.
    - Eu tenho medo de... de não conseguir. Dói muito Mia, muito mesmo.
    - Eu sei que você tem medo, mas eu estou aqui do seu lado. Não vou deixar que nada de ruim aconteça meu anjo. Eu te amo e sei que você consegue fazer isso. Mia assentiu e eu beijei sua testa carinhosamente. Aquele seria um dos momentos mais importantes das nossas vidas e eu queria guardar cada detalhe.
    - Um, dois, três! - Mia deu um impulso para a frente, cerrou os dentes, apertou a minha mão e gritou, fazendo a maior força possível. Em seguida caiu na cama e olhou pra mim respirando com dificuldade.
    - Não desceu nem o pouco. Eric, me ajude. Quando olhei para a minha frente, vi um enfermeiro se aproximando da maca onde estava Mia. Não podia ser uma enfermeira não? O tal Eric foi para trás de Mia e rodeou-a com os braços para que as mãos ficassem à altura da barriga. Vi-o pousar uma mão sobre a outra e vi-o deixá-las em cima da barriga, no sentido de cima pra baixo. Com certeza ele ia ajudar a empurrar o bebê pra fora. Aquilo era uma técnica que eles usavam para ajudar o bebê a sair. E eu sabia disso porque pesquisei, queria estar preparado para quando chegasse a hora, agora vejo que você nunca está pronto para ser pai até que realmente aconteça.

Quebrando RegrasOnde histórias criam vida. Descubra agora