OITO

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ANTHONY

     Fiquei olhando Mari sair da quadra marchando enquanto sentia a lateral do meu rosto arder. Mas que merda tinha acontecido pra ela ficar tão puta? Deve ter sido grave pra ela partir para a agressão.

     Estava pensando em ir atrás dela quando ouvimos o apito do treinador.

     -Chega de fofoca meninas! –Ele gritou e olhou na minha direção. –Underwood! Você se resolve com a sua namorada depois! Agora foco no treino!

     -Ela não é a minha namorada. –Respondi enquanto voltávamos à posição inicial.

     Marlon que estava perto de mim soltou uma risada abafada e me olhou com sarcasmo.

     -Tsc! Sei.

     -Tô falando sério. Eu respeito muito a Mari. Ela é uma grande amiga.

     -Não é o que estão dizendo por aí.

     Cara, se tinha uma coisa que eu odiava era que me contassem as coisas pela metade. Pessoas que ficavam fazendo mistério por tudo me deixavam puto.

     -Não enrola cara. O que estão dizendo?

     -Você não ficou sabendo?

     -Se eu soubesse não estaria perguntando. Fala logo porra. –Falei impaciente.

     Rolando os olhos ele soltou o ar pela boca e secou o suor da testa com a barra da camisa.

     -Desde que você e a quatro olhos chegaram juntos corre o boato de que você comeu ela.

     É assim que você descobre quando as pessoas não tem vida. Naquele colégio todo mundo falava da vida de todo mundo, mas ninguém cuidava da sua própria vida. Mari era uma garota inteligente. Aquele boato não era motivo o suficiente pra ela vir me dar um tapa.

     -E daí? –Indaguei querendo saber mais.

     -Também disseram que você chamou ela de vadia e tals. Só o básico. A escola inteira tá comentando.

     Puta que o pariu! Fiquei petrificado no lugar, tanto que a bola passou direto por mim e eu nem me mexi.

     -Underwood! –O treinador gritou impaciente.

     Acordei do meu transe e comecei a correr pra fora da quadra.

     -Eu preciso ir! –Gritei de volta pra ele.

     Estava virando um corredor quando bati de frente com tudo em alguém. Eu cambaleei uns passos para trás pra recuperar o equilíbrio e quando menos esperava um golpe me acertou em cheio no rosto.

     Abri os olho e vi Malu sacudindo a mão enquanto me olhava cortante.

     -Seu filho da puta! –Esbravejou. –Agora vem me explicar porque o nome da minha irmã está na boca de cada aluno dessa maldita escola!

     Porra. Pelo visto até a mulher da cantina estava sabendo dos boatos e eu estava alheio à tudo. Malu me contou tudo que estavam falando e eu passei a mão pelos cabelos nervoso. Mari tinha acabado de me perdoar então vinha uma tsunami de pessoas falando merda e ficávamos atolados até o pescoço.

     -Eu não disse as coisas que estão dizendo que eu disse. –Falei exasperado andando de um lado para o outro. –Eu nem sabia que estavam falando isso.

     Malu me observou de cima a baixo com os olhos semicerrados e quando se convenceu de que eu estava falando a verdade ela pôs uma expressão pensativa no rosto.

Apaixonado pela Nerd Onde histórias criam vida. Descubra agora