Verdes Intensos

158 33 6
                                        

Ele caminhava

Em busca de memórias passadas

Resquícios de uma história que quase apagou

Era uma página de tantas cores, que não se rasgou

Seus versos eram verdes

Como a vida

Cuja intensidade jamais perderia

Eram chamas que não apagariam

Sabia o que pretendia encontrar

Ele aprendeu a nadar

Nadar pelas águas dos desejos

Onde muitos se afogam

E se perdem, junto com suas pretensões

Não havia um farol para iluminar o seu caminho

Apenas dois corações

Que se reencontrariam

Feito uma ave que voa de encontro ao ninho

E foi voando pelas águas

Nadando pelo céu

Sorrindo para o vento

Não haveria sofrimento

De longe, ele a avistou

Finalmente havia encontrado quem tanto esperou

Então ele mergulhou

Mas ela já não sabia nadar

Apenas caminhar

Surpreso, ele indagou

— Aprendi a nadar, apenas para lhe encontrar. Ele disse.

— Não precisava nadar, apenas me amar. Ela respondeu.

Desde então, ele remou em direção daqueles lindos olhos verdes

Saiu das águas, mas não conseguiu toca-la

Ele já não sabia caminhar, apenas nadar

Ela mergulhou no grande oceano

Mas já não conseguia navegar

Ela iria se afogar

Desesperadamente, tentou salva-la

— Me esforcei tanto para mudar, e continuamos distantes. Ele disse.

— Não era preciso mudar, apenas me amar. Ela respondeu.

Ela continuava a se afogar

Lagrimas

Ele começou a chorar

— Não chore. Ela suplicou

— Te amo, e não sou capaz de te salvar. Ele lastimou.

— Agora é tarde, bastava me amar. Ela respondeu.

Quando se deram conta, já não estavam mais no mar

Ele aprendeu a voar

Finalmente foi capaz de abraçar quem tanto amava

Estavam sobre o celeste céu azul

E então percebeu

As diferenças não eram obstáculos

Então olhou para os olhos dela

E ela para os dele

— Eles são verdes e intensos. Ele observou.

— São de todas as cores. Ela respondeu.

Criaram asas

E voaram

Em direção do Amor

Para onde não exista Dor

O Poeta ViveOnde histórias criam vida. Descubra agora