Capítulo 17 - A Bronca

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-TEMARI!! TEMARI!! TEMARI!!.

  Eu ouvia Kankuro batendo na porta e me chamando. Shikamaru e eu acordamos assustados, pulamos da cama, Shikamaru se vestiu correndo e eu gritei para Kankuro:

- OI, O QUE FOI?

- Temari, já são meio-dia! Estou assustado, você nunca dorme até essa hora. – Kankuro já falava mais baixo do outro lado da porta.

- E-Eu... já estou saindo. Calma! – Disse me trocando e arrumando meu cabelo.

Empurrei Shikamaru para dentro de meu guarda roupa, abri as janelas e abri a porta para Kankuro.

- Nossa, o que houve com você? – Disse Kankuro já entrando em meu quarto. – Você sempre acorda cedo.

- Oh... fiquei até tarde na festa ontem, só isso. – Respondi arrumando a cama.

- Bom, já que está tudo bem. Vamos almoçar? Estou morto de fome já. – Kankuro disse próximo a porta.

- É... Vai descendo... preciso ir ao banheiro. – Respondi e sorri a ele.

- Eu espero. – Kankuro respondeu cruzando os braços, então fui ao banheiro rapidamente, não queria que ele desconfiasse que não era isso o que eu iria fazer.

  Escovei os dentes bem rápido. Quando sai do banheiro vi que Kankuro olhava desconfiado para todos os cantos. Então eu o empurrei para fora e tranquei a porta do meu quarto rapidamente.

  Almoçamos rápido, Kankuro, Gaara e eu. Gaara teve de sair pois teria uma conversa com Kakashi, então Kankuro disse:

- Vamos para o parque daqui? Kiba disse que estaria lá junto com Shino, Tenten e Lee.

- É... Eu não posso? – Respondi sem saber o que falar.

- Por que não pode? – Kankuro me perguntou desconfiado.

- P-porque... eu... eu estou com dor de barriga, Kankuro. Preciso voltar ao meu quarto. – Menti, mas foi por uma boa causa. Sai correndo de perto de Kankuro e fui até meu quarto.

  Quando entrei em meu quarto, estava exatamente como deixei, abri o guarda-roupas e Shikamaru estava dormindo lá dentro.

- SHIKAMARU! – Gritei na orelha dele.

- Ei! Porque está gritando? – Ele acordou e coçou a cabeça. Parecia não entender nada.

- Shikamaru, são quase 14 horas e você está longe de casa desde ontem. Isso que aconteceu. – Quando ele se deu conta, ficou em pé em um pulo e foi correndo para a porta, mas eu o peguei pela camisa. – Não, você tá maluco.

- Porque? – Ele me respondeu.

- Kankuro apareceu aqui mais cedo, não se lembra? – Ele coçou sua nuca e bufou, então continuei. – Eu não sei onde ele está, se ainda está no hotel ou se saiu daqui. Vamos ter que arranjar um jeito de você sair daqui sem ser visto.

- Mendosukeee! – Shikamaru disse e sentou-se em minha cama.

- Pensei em você sair pela janela. – Disse trancando a porta do quarto que ainda estava aberta.

  Shikamaru fechou seus olhos e juntou suas mãos, ele sempre fazia isso quando pensava em alguma estratégia. Depois de algum tempo abriu os olhos e me olhou.

- Já sei! – Disse Shikamaru se levantando da cama e subindo na janela.

- O que? – Perguntei.

- Concentro o chakra em meu pé e dou a volta pelo prédio, fico te esperando na frente da recepção. Kankuro vai achar que eu estou te esperando. Demore um pouco.

  Shikamaru fez o que havia dito e então eu aproveitei para tomar um banho rápido. Acabei encontrando Kankuro no corredor dos quartos quando estava saindo e trancando minha porta:

- Ia te chamar. – Kankuro disse me olhando.- Você está melhor?

- Sim, estou sim. Obrigada! – Respondi.

- Vamos ao parque, então? – Kankuro perguntou.

- Não posso... Shikamaru está me esperando na recepção. – Respondi envergonhada.

- É mesmo, agora você tem um namorado. – Disse ele olhando para o lado. – Fico feliz que seja Shikamaru.

  Kankuro me abraçou forte, e eu o correspondi. Fiquei surpresa pela sua reação. Depois que ficamos só nós três, Kankuro se denominou o pai e eu a mãe. Era muito complicado para nós dois lidarmos com o Gaara, éramos crianças praticamente. Nos ajudávamos muito, esses laços que criamos, nunca irá se apagar.

  Assim que deixei Kankuro, estava feliz e de alma leve. E me encontrei com Shikamaru:

- Eu vou te levar para o meu clã, quero que você conheça um lugar. Mas preciso passar em casa primeiro. – Disse Shikamaru coçando a nuca. – Como minha mãe não sabe de nós dois ainda, acho melhor eu me ver com a fera primeiro e depois te levar em casa. Você não se importa, não é?

  Respondi balançando a cabeça avisando que não teria problemas. Então, fomos andando até chegar aos portões do clã Nara. Chegando lá Shikamaru olha para a mim e começa a falar:

- Chegamos! Quero te levar para um lugar especial para mim aqui. – Ele me olhou corado e fomos andando.

  Eu não respondi só o segui e chegamos em uma floresta. Quando vi aquelas árvores e flores diversas, me lembrei de um sonho que tive há algum tempo.

- Nossa. – Disse assustada, sem entender.

- O que foi? – Shikamaru me perguntou me olhando confuso.

- Não, nada! – Eu não queria falar que já tinha sonhado com aquele momento.

- Estranho. Mas está tudo bem? – Shikamaru perguntou e ainda me olhava confuso.

- Uhum... – Respondi balançando o rosto e corada.

  Shikamaru colocou seu braço laçando meus ombros e me levou em direção a um riacho. Era igualzinho ao do meu sonho, eu estava assustada com aquela coincidência, mas me sentia bem ali.

- Eu preciso ir falar com a minha mãe. – Shikamaru disse me soltando de seu braço e coçando sua nuca.

- Tudo bem, mas volte logo! – Respondi.

- Minha casa é bem próxima daqui. Volto logo! – Ele me deu um beijo e partiu.

  Fiquei olhando em volta e vi uma árvore com algumas frutas, resolvi subir e experimenta-las. Alguns minutos depois ouvi gritos vindo de uma casa próxima.

- S H I K A M A R U!!!!!! – Parecia a mãe do Nara.

  Eu não consegui ouvir muito bem o que acontecia, mas comecei a rir imaginando a cena. Depois de uns 40 minutos, Shikamaru volta e me vê em cima da árvore.

- Ei... – Ele disse me chamando.

- Levou bronca? – Perguntei rindo, desci e fui até seu lado.

- Levei mas contei a verdade para ela e agora está doida para te conhecer. – Shikamaru responde com a maior naturalidade, como se fosse algo fácil.

- O QUE? Como assim? – Estava extremamente envergonhada. – Você disse que dormimos juntos?

- Não contei detalhes, mas disse que comecei a namorar e levaria você e sua família amanhã para ela conhecer. – Ele disse corado e com as mãos nos bolsos.

- Entendo... amanhã então? – Perguntei a ele também corada.

  Shikamaru me respondeu positivamente balançando a cabeça. Veio até mim e me abraçou, correspondi ao abraço e nos beijamos.

Duas VilasOnde histórias criam vida. Descubra agora