Lyen Oak Moon e o portal

Capitulo 23

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A cidade era um pouco mais distante que eu pude achar. Eu estava novamente dentro de um trem e eu não via a hora de descer para respirar pelo menos, já que este vagão está superlotado.

Senti algo esquentar dentro de minha mochila e tive o (des)prazer de saber que era uma mensagem de Lua. Não me acostumei a chamá-la de mãe, parecia que essa palavra ainda tinha um gosto amargo quando pronunciada para ela. Sei que suas intenções foram as melhores possíveis, mas ainda a culpo por nunca ter possuído uma vida comum: com mãe, pai e irmã. Hoje, não conheço meu pai, minha mãe mora em outro mundo é minha irmã deve estar curtindo festas e boates com sua vida de rica, imaginando que tudo na minha dela está em perfeita harmonia.

Com muito esforço, consegui alcançar o pedaço de ouro. A letra dela estava estranha, como se tivesse feito com pressa.

Oliver, Lyen. Quero que encontrem Jenny rápido, informações confidenciais me dizem que ela está correndo perigo.

E nós não? Mas por que querem ela sendo que a mesma pertence ao mundo quase normal? Fiz uma lista de hipóteses e resolvi não pensar mais nisso. Agora, era apenas eu sair deste trem e achar meu futuro treinador.

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Depois de duas horas, cheguei à cidade, que não era bem uma cidade, era bastante pequena mas moderna. Comecei a caminhar e senti minha barriga roncar. Espera mais um pouco, Lyen. Temos que achar o tal treinador.

Abri Bob e o mesmo me deu instruções de como achar o sujeito. Encontrei o armazém que Bob falou e bati três vezes na porta de madeira

Para minha surpresa, uma menininha de cabelos loiros me atendeu, ela aparentava ter oito anos e não era muito com cara angelical.

- Bom dia, é aqui que o sr. Woodwest mora? - questionei educada

- Ele não recebe visitas nesse horário. - falou fria - E também duvido que ele gostaria de ver alguma piranha pela manhã.

- O quê?! - quem ela pensava que era para me xingar desse jeito?! - Eu só quero conversar com ele, e posso te garantir que não sou piranha alguma...

- Eu sei! - ela falou me aliviando e me deixando confusa - Ele me treinou para falar isso toda manhã para meninas que aparecem aqui, para meninos é apenas um chute Entre as pernas e "tchau".

Aquilo me fez sorrir e perceber que ela talvez não fosse tão ruim assim.

- Sou Lyen Oak. - me apresentei

- Lizzy Woodwest, filha do senhor Woodwest. - falou sorridente - Parece que está com fome... - disse quando ouviu minha barriga roncar - Eu deixo você entrar, mas não deixe meu pai te ver...

- Ok, obrigada. - entrei no local e percebi que era simples em relação à cidade como um todo.

- Tem bolo de milho e de chocolate...qual prefere? - perguntou trazendo dois bolos

- Chocolate, óbvio! - sorri

- Eu também prefiro o de chocolate, às vezes como escondida...mas não fala pro papai! - ela sussurrou e começou a contar o seu bolo

Ela era uma ótima pessoa, muito alegre mas que pude observar que obedecia rigorosamente o pai, e se houvesse alguma exceção, seria milagre.

- Que lua é essa na sua mão? - crianças e sua curiosidade...

- Gostou? Foi uma tatuagem. - falei a minha desculpa de marca registrada

- Gostei, acho que quando crescer vou fazer uma tatuagem de nebulosas! - falou animada

- Você o que, Liz? - perguntou um homem com voz grossa assustando a garotinha que estava tão contente com seu pedaço de bolo - E quem é você?

- Lyen Oak, vim falar com o senhor. - falei calma e simpática estendendo a mão para um aperto

- Logan Woodwest, e não sei por que está comendo da minha comida sem minha permissão. Lizzy?

- Desculpa pai. Ela estava morrendo de fome e deixei ela entrar porque estava um sol muito forte lá fora. - impressão minha ou ela tentou me ajudar?

Ele ajeitou sua jaqueta e pude perceber que ele não era tão velho assim. Talvez uns 26 anos.

- Lyen, não sei o que você quer falar comigo mas eu não tenho paciência pra nada! - ele ia saindo mas segurei seu braço com certa audácia

- Ouvi falar por aí que você treinava as pessoas, em luta. - puxei assunto e vi ele se interessar um pouco - Pode me treinar?

- Com esses palitos que chama de braços? Bem, eu até posso mas não vai custar barato. Vai ter que lavar as louças, os pisos e a casa...todos os dias. - falou sério e me senti intimidada pelo seu tom de voz - Concorda com os termos?

- S-sim! - gaguejei demonstrando minha fraqueza diante dele

- Ótimo, comece agora limpando os pratos que estavam com bolo, depois limpe o depósito inteiro. Não quero ver um grão de poeira até as 22:00,sem descanso.

- Tudo bem - claro que não estava nada bem!

- Tchau, Lizzy. Tchau. - se dirigiu a mim e deu um aceno de cabeça

Ele saiu e me deixou com as orelhas saindo fumaça. Quem ele pensava que era para me mandar? Aquilo estava errado, mas o preço era caro a se pagar.

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LivMCS