Annabeth

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ANNABETH QUIS ODIAR NOVA ROMA, mas como uma aspirante a arquiteta, não podia deixar de admirar os jardins nos terraços, as fontes e templos, as ruas sinuosas de paralelepípedos e as reluzentes casas brancas. Depois da Guerra dos Titãs no verão passado, tinha conseguido seu trabalho dos sonhos de redesenhar os palácios do Monte Olimpo. Agora, caminhando por esta miniatura de cidade, ela continuava pensando, Eu devia ter feito um domo como esse. Adoro o jeito que aquelas colunas levam em direção àquele pátio. Quem quer que tenha desenhado Nova Roma colocou um monte de tempo e amor nesse projeto.

— Nós temos os melhores arquitetos e construtores do mundo — Reyna disse, como se estivesse lendo seus pensamentos. — Roma sempre teve, nos tempos antigos. Muitos semideuses ficam para viver aqui depois de seu tempo na Legião. Eles vão à nossa universidade. Instalam-se para criar famílias. Percy pareceu bem interessado nesse fato.

Annabeth imaginou o que isso significava. Ela deve ter feito uma careta mais feroz do que tinha percebido, porque a pretora começou a rir.

— Você é uma guerreira. Tudo bem — a pretora disse. — Você tem fogo em seus olhos.

— Sinto muito — Annabeth tentou diminuir o brilho.

— Não sinta. Eu sou uma filha de Belona.

— Deusa Romana da guerra?

Reyna concordou. Ela se virou e assoviou como se estivesse chamando um táxi. Um momento depois, dois cães de metal correram em direção a elas – galgos autômatos, um prateado e um dourado. Eles se esfregaram nas pernas de Reyna e estudaram Annabeth com seus olhos reluzentes de rubi.

— Meus bichinhos — Reyna explicou. — Aurum e Argentum. Você não se importa se eles andarem conosco?

Mais uma vez, Annabeth teve a sensação de que ela não estava na verdade fazendo um pedido. Ela notou que os galgos tinham dentes parecidos com pontas de flechas de aço. Talvez armas não fossem permitidas dentro da cidade, mas os bichinhos de Reyna ainda podiam retalhar ela em pedaços se quisessem.

Reyna conduziu-a até um café, onde o garçom claramente a conhecia. Ele sorriu e entregou a ela uma xícara para viagem, depois ofereceu uma a Annabeth.

— Você gostaria de alguma coisa? — Reyna perguntou. — Eles fazem um maravilhoso chocolate quente. Não é uma bebida romana na verdade...

— Mas chocolate é universal — Annabeth disse.

— Exatamente.

Era uma tarde morna de junho, mas Annabeth aceitou a xícara com um agradecimento. As duas então continuaram a caminhar, os cães prata e ouro de Reyna rondando ao redor.

— Em nosso acampamento — Reyna disse — Atena é Minerva. Você está familiarizada com o quanto a forma romana dela é diferente?

Annabeth não tinha realmente considerado isso antes. Ela lembrou do modo como Término tinha chamado Atena de aquela deusa, como se ela fosse escandalosa. Octavian tinha agido como se até a existência de Annabeth fosse um insulto.

— Eu suponho que Minerva não seja... hã, muito respeitada aqui?

Reyna soprou o vapor de sua xícara.

— Nós respeitamos Minerva. Ela é a deusa da estratégia e da sabedoria... Mas não é realmente uma deusa da guerra. Não para os romanos. Ela também é uma deusa virgem, como Diana... Que vocês chamam de Artemis. Você não vai achar nenhuma filha de Minerva aqui. A ideia de que Minerva tivesse filhos... francamente, é um pouco chocante para nós.

— Oh — Annabeth sentiu seu rosto corar.

Ela não queria entrar em detalhes sobre os filhos de Atena – como elas nasciam direto da mente da deusa, exatamente como a própria Atena brotara da cabeça de Zeus. Falar sobre isso sempre fazia Annabeth se sentir constrangida, como se ela fosse algum tipo de aberração. As pessoas geralmente perguntavam se ela tinha um umbigo ou não, já que ela tinha nascido magicamente. É claro que ela tinha um umbigo. Só não conseguia explicar como. Na verdade não queria saber.

A Marca de AtenaWhere stories live. Discover now