PIPER TEVE PROBLEMAS PARA DORMIR.
O treinador Hedge passou a primeira hora depois do toque de recolher fazendo seu dever noturno, andando para cima e para baixo pelo corredor gritando:
— Luzes apagadas! Para cama! Tentem escapar e eu irei mandá-los de volta para Long Island!
Ele batia seu taco de beisebol contra a porta de uma cabine toda vez que ouvia algum barulho, gritando a todos para que fossem dormir, o que tornou impossível para que qualquer um dormisse. Piper descobriu que aquela era a maior diversão que o sátiro teve desde que fingiu ser um professor de Educação Física na Escola da Vida Selvagem.
Ela olhou para as vigas de bronze no teto. Sua cabine era muito acolhedora. Leo tinha programado seus quartos para se ajustar automaticamente a temperatura preferida do ocupante, de modo que ali nunca era tão frio ou tão quente. Os cobertores e os travesseiros eram recheados com penas de Pégaso (nenhum Pégaso foi prejudicado na fabricação desses produtos, Leo a assegurou), então eles eram ultraconfortáveis. Uma lanterna de bronze pendia no teto, trazendo para Piper qualquer brilho que desejasse. Os lados da lanterna foram perfuradas, de modo que a noite constelações cintilantes flutuavam pela sua parede.
Piper tinha tantas coisas em sua mente, pensou que nunca iria dormir. Mas havia algo de pacífico no balançar do barco e no zumbido dos remos aéreos enquanto eles escavavam pelo céu.
Finalmente suas pálpebras ficaram pesadas e ela adormeceu.
Pareceu que apenas alguns segundos se passaram que ela acordou com o sino do café da manhã.
— Hey, Piper! — Leo bateu em sua porta. — Estamos desembarcando!
— Desembarcando? — Ela se sentou, grogue.
Leo abriu a porta e colocou sua cabeça para dentro. Ele estava com suas mãos na frente dos olhos, o que seria um gesto legal se ele não estivesse espiando por entre os dedos.
— Você está decente?
— Leo!
— Desculpe — ele sorriu. — Hey, pijama dos Power Rangers legal.
— Eles não são os Power Rangers! São águias Cherokees!
— Sim, claro. De qualquer modo, nós estamos nos instalando a poucos quilômetros fora de Topeka, como solicitado. E, hum... — ele olhou para fora do corredor e então inclinou-se de volta para dentro. — Obrigado por não me odiar, sobre explodir os romanos ontem.
Piper revirou seus olhos. A festa na Nova Roma havia sido apenas ontem?
— Tudo bem, Leo. Você não estava no controle de si mesmo.
— Sim, mas mesmo assim... Você não tinha que me apoiar.
— Você está brincando? Você é como um irmão mais novo irritante que eu nunca tive. É claro que eu vou apoiar você.
— Hã... obrigado?
De cima, o treinador Hedge gritou:
— Lá ela sopra! Kansas, ahoy!
— Por Hefesto — Leo murmurou. — Ele realmente precisa trabalhar sua língua de marinheiro. Eu seria melhor em cima daquele convés.
Desde o tempo em que Piper tomou banho, trocou-se e pegou uma rosquinha no refeitório, ela podia ouvir o desembarque do navio e suas rodinhas se estendendo. Ela subiu na plataforma e se juntou aos outros enquanto o Argo II se estabelecia em meio a um campo de girassóis. Os remos se retraíram. A prancha se abaixou.
O ar da manhã cheirava a irrigação, plantas quentes e terra adubada. Não era um cheiro ruim. Lembrou Piper da casa do vovô Tom em Tahlequah, Oklahoma, de volta a reserva.
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A Marca de Atena
FantasyAnnabeth está apavorada. Justo quando ela está prestes a reencontrar Percy - após seis meses afastados por culpa de Hera - o Acampamento Júpiter parece estar se preparando para o combate. A bordo do Argo II com os amigos Jason, Piper e Leo, ela não...