052 | Sook

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I'm glad you came
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Eu sempre fui uma pessoa que tenta ver o lado bom das coisas, fazendo coisa que provavelmente nenhum amigo faria por você. Aquele tipo de pessoa que é capaz de cair no meio do pátio só para fazer seu amigo triste abrir um simples sorriso bobo no rosto. A famosa trouxa. E eu não entendia o que eu fiz de tão errado para o universo descontar em mim essa semana.

Primeiro foi o caso da Yin, seu acidente acabou completamente com minhas noites de sono. O segundo foi que até agora eu não pude vê-la, sua família proibiu nossa visita sem motivo algum — e por algum motivo, Taehyung ainda tinha permissão para entrar. Eu sinto falta dela...

E, não sendo o suficiente, os céus ainda resolvem mandar uma tempestade logo na noite que vou passar sozinha?!

O universo deve amar brincar com minha cara, com certeza.

Estava lendo um livro qualquer no sofá quando ouvi o primeiro trovão, coisa que me fez pular dali em meio segundo e correr escada acima, rumo ao meu quarto.
Procurei por meus fones desesperadamente e me joguei na cama, ligando uma música aleatória no celular — ignorando as várias mensagens que tinham ali — e tentei superar o pavor se espalhando por mim assim que ouvi outro estrondo vindo do céu.

Minhas mãos começaram a tremer e a suar. E mesmo que estivesse de fones no volume máximo, ainda conseguia ouvir as vibrações e a claridade que entrava pela janela a cada relâmpago, não ajudando em nada.

Quem eu queria enganar? Eu nunca passei por uma tempestade sozinha antes. Minha mãe, Lisa, Taehyung e até mesmo a Yin sempre ficavam comigo assim que viam nos noticiários que iria chover e dormiam no meu quarto, mas hoje todos estão cruelmente ocupados para lembrar de mim.

Já estava quase cogitando a ideia de me enfiar no armário e passar a noite ali, chorando baixinho e tremendo que nem um cachorrinho na chuva, quando escuto a porta da frente ser esmurrada.

Meu coração disparou em pânico e coisas boas não vieram em minha cabeça. Veja bem, alguém aleatório surgir batendo em sua porta justamente quando você está sozinha e no meio de uma tempestade? Ou era o dono do imóvel querendo saber do aluguel ou então um assanino em série.

Para mim, nenhuma das situações eram boas.

Porém, mesmo que fosse um serial killer, era melhor que ficar sozinha nesse quarto — pelo menos, era o que minha mente apavorada pensava. Quem sabe ele até me fazia uma companhia antes de me matar? Corri escada a baixo, tentando controlar a respiração.

Quando abri a porta me perguntei se estava alucinando por causa do medo, porque eu acho que vi o assasino mais lindo de toda minha vida. Porém, mesmo com aqueles cabelos bagunçados, roupas molhadas e respiração de quem correu uma maratona, eu reconheceria seus olhos em qualquer lugar.

— ...Kookie? — minha voz saiu baixa e fraca. — O que você-

Outro estrondo alto atingiu meus ouvidos e congelei onde estava. Tampei os ouvidos rapidamente e fechei os olhos com força. Antes que tivesse chance de chorar, ouvi a porta ser fechada e senti um calor me envolver. Os braços de Jungkook, mesmo molhados, me aqueceram de uma forma que nem minha mãe conseguia.

— Shh... — falou perto de minha orelha. — Está tudo bem, você não está mais sozinha. Eu estou aqui com você.

Tentei concordar, mas tudo que conseguia fazer era tremer. Maldita astrofobia. Odiava me sentir fraca em relação aos outros, não queria que ninguém visse esse meu lado, principalmente pessoas importantes para mim como o Jungkook. Afinal, ele era meu amigo, certo?

❝Instagram❞ jung.kookOnde histórias criam vida. Descubra agora