Chapter Eleven

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Episode: Diana

Domingo.
Finalmente domingo.
Uma manhã de ansiedade e gracejos.
Uma manhã de expectativa e medições.

Medições?
Sim. Os alfaiates reais se apresentaram nos aposentos dos príncipes logo no nascer do sol - oh, um sol de verão, daqueles que os raios dourados sacrificam sua pureza e penetram no céu límpido -, fitas métricas enroladas em seus pescoços e sorrisos amistosos acompanhados de um 'sinto muito por apresentar-me tão cedo, vossa alteza, mas devemos iniciar as medições e costuras imediatamente para que vossos trajes de gala estejam prontos até a iniciação do evento'.

Os príncipes, embora exaustos e com sono, deviam recordar-se que ser um rei é se submeter a qualquer contratempo e compromisso visando o cumprimento de etiquetas e reputação.
Estética é um dos ramos da Soberania, infelizmente.

- Vossa Alteza? - uma voz melodiosa e tímida escoou pelo quarto ainda escuro. - Tenho permissão de abrir as cortinas? O alfaiate está prestes a chegar.

Louis esfregou os olhos, inspirando fundo.

Ele nunca foi alguém difícil de despertar, embora sua insônia geralmente o mantivesse acordado encarando o teto até tarde da noite e acabasse por desregular completamente o sono.

- Claro. - proferiu com a voz rouca e um pouco grogue. - Bom dia Jeze-

No entanto, assim que o tecido vermelho grosso das cortinas foi afastado e a claridade invadiu o espaço, Tomlinson se surpreendeu ao notar Lorena ali, com um pequeno sorriso tímido e uma bandeja de café da manhã em mãos.

Honestamente ele não acreditava que veria a garota.
Era Jezebel, sua irmã alta e loira, quem vinha acorda-lo e transmitir suas tarefas diárias, sendo Lorena apenas a assistente calada e reclusa que espanava o quarto ou prestava serviços que não exigissem interação.

- Oh. Bom dia, Lorena. - Louis saudou, sentando-se no colchão e pedindo que a mesma depositasse a bandeja sobre o criado-mudo. - É uma surpresa vê-la, confesso.

As bochechas da menina tornaram-se rosadas diante a pele pálida, que se distraía espalmando a costura de seu vestido de criada.

- É, b-bem... - iniciou gaguejando, parando por alguns segundos até recobrar alguma confiança . - Jezebel está com o alfaiate, auxiliando ele para separar tecidos e sugerindo moldes, ela é boa com moda. Pediu para que eu trouxesse seu café.

- Compreendo.

- Ela acha que isso é bom. Que eu me soltaria mais. - adicionou em baixo tom, numa luta interna entre se encolher instintivamente ou manter a postura ereta.

Tomlinson acenou em ciência, avaliando o comportamento recatado e assustado da moça. Ele meio que sentia sua insegurança. E ele meio que, pela primeira vez, desejou sair de sua figura neutra de futuro rei para abraça-la igual Johanna fazia com todos os filhos quando chovia forte e os trovões os assustavam.

- Você tem medo de mim? - Louis indagou, ao invés. Para não deixá-la desconfortável com o direcionamento de uma pergunta íntima, ele ocupou sua atenção com o café da manhã, mastigando as uvas verdes sem caroço com uma tranquilidade esclarecedora.

- N-não. - Lorena negou imediatamente. - É-é só que... - tomou um suspiro profundo, mordiscando o canto dos lábios vermelhos. - Isso é grandioso demais, sabe?

Os olhos vibrantes azuis desviaram-se da xícara branca de porcelana para as grandes orbes verdes arregaladas.

Louis bateu levemente ao seu lado do colchão sinalizando para que ela se sentasse.

How to Wear a Crown [❀ls fanfiction ❀]Onde histórias criam vida. Descubra agora