Chapter Fifteen

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(Notas da autora: não me aguentei de segurar esse capítulo.
Por favor, escutem o capítulo inteiro com a música da mídia, deem replay quando acabar).

Episode: Talking to the Moon

Os passos afundados nas poças profundas do solo faziam com que as barras de sua calça se encharcassem.

Louis nem reparara, embora.

Ele piscava determinado com seu guarda-chuva preto velho (foi o único que encontrou no fundo do armário de mogno, onde as criadas guardavam itens básicos) protegendo-o superficialmente da enxurrada que condenava a região - não que isso evitasse com que se molhasse, pois honestamente o vento soprava de tal forma que a tempestade torrencial atingisse-o por inteiro.

Inevitavelmente tremia de frio, enquanto que a franja molhada insistia em cair sobre seus olhos e dificultar a visão - que já era limitada.

Toda a nobreza e resplandecência do jardim de inverno se transformara em um covil de sombras místicas e tenebrosas, um lugar frio que ninguém diria ser a mesma paisagem gloriosa que és quando o sol ilumina o exterior e realça a beleza dos canteiros de flores frescas.
Se havia um ponto bom na dada circunstância era que o olfato poderia deliciar-se com o aroma da terra molhada pela chuva, um típico cheiro prazeroso e bucólico.

Príncipe William sentia o sufoco enquanto se arrastava cegamente próximo à trilha de coníferas. Estava muito escuro, a água embaçava o caminho, e a penumbra das árvores desorientava-o visualmente.

Quanto mais se afastava no longo corredor de coníferas em direção norte, menos enxergava qualquer coisa.

Mas ele não desistiria.
Era um Tomlinson.
Louis William Tomlinson.
Desistir nem foi uma hipótese considerada em sua mente.
Quando se dispunha a algo, ia até o final.

E o inconsequente príncipe de Malta era esse tal algo do momento.

Entre um suspirar e outro, buscando aflitamente oxigênio em toda essa situação asfixiante, ele flagrou um vulto, alguns metros a diante, de uma figura ajoelhada próximo a uma árvore.

Harry.

Pela localização exata da figura, Tomlinson teve que sair do trajeto asfaltado e se submeter a pisar no solo argiloso que, por conta da tempestade, estava completamente lamacento, mergulhando suas chinelas e parte da calça na terra pastosa.

Aproximando-se o suficiente do corpo ajoelhado, pôde escuta-lo.

Escutou perfeitamente...
Seu choro.

Um choro soluçado, estrondoso e quase descontrolado, parecia a consequência de um desespero tremendo o qual Harry não era capaz de conter.

Não mesmo.

Styles resfolegava e retornava a choramingar, enterrado com suas pernas no solo viscoso, ora desferindo socos no próprio colo e ora apoiando as palmas da mão no chão para se sustentar.
Sustentar-se é complicado quando você carrega um peso que não pode suportar.

Ele resistia bem.
Sim, ele resistia.

Mas nesse momento ele podia se libertar. Ele podia se afundar sem que o impedissem, sem que o vissem, se que o julgassem.

É como se ele quisesse se afogar naquilo, nele próprio.
É como se ele quisesse ser parte daquela tempestade, porque dentro de seu corpo havia uma pior. Intermitente. Constante. Estrondosa. E eterna.

How to Wear a Crown [❀ls fanfiction ❀]Onde histórias criam vida. Descubra agora