Epílogo

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(reparem na mídia do capítulo anterior e a dessa.
Ouçam a música do capítulo do começo ao final.
Percebam que ele será metafórico ❤️)

Episode: Harry and Louis

Você já pensou sobre a morte?

É engraçado porque o ser humano é o único que tem consciência da morte. É o único que discorre a respeito dela levando em consideração o aspecto da finitude e da infinitude.

Já teve um lapso de delírio onde cogitou como seria perder uma pessoa que gosta, a conclusão sufocante , o desespero cru, do quanto doeria?

E se já perdeu, como foi?
Como é seu próximo suspiro acompanhado de lágrimas ao perceber que nós estamos a cada instante dizendo um adeus adiantado da vida? Um adeus mais curto de quem ama?
Que seu batimento cardíaco tem prazo de duração?

Talvez essa seja a questão: usar o termo errado para definir as coisas.

Falecer não é perder. É manter protegido dentro de ti, onde ninguém mais poderá tocar. É preservar. É prolongar. É eterniza-lo.

"Eterno" não é uma questão de constância, é uma questão de importância.

Porque... existem episódios de um dia, tardes bonitas e momentos marcantes que você não deixará ir embora das suas lembranças.
Estas são as suas eternidades.

E eternidade não significa tempo.
Eternidade significa momento.

Eternidade não dura para sempre.
Ela dura o quanto você a faz durar.

Amores eternos que perduraram três décadas.
Uma paixão estrondosa que durou cinco meses.
Um fascínio raso que te marcou por oitenta segundos.

Encontrar a eternidade nas efêmeras passagens.
Encontrar a eternidade personificada na transgressão de um único dia, ou então de uma singular hora.

Buscar infinitude nos acontecimentos finitos.

Há muitas eternidades.

-

E Louis... Louis encontrou a eternidade em Harry em seu amor por ele... nos muitos, muitos, detalhes.

Ele encontrou a eternidade em Harry em seus sorrisos tímidos de quando recebia um elogio a respeito de seu potencial (porque não estava acostumado antes).

Ele encontrou a eternidade em Harry nos sorrisos vangloriados de quando comentavam sobre seu vestuário, e como ele se deixava se gabar um pouco porque simplesmente era um narcisista incorrigível.

Louis notava que os sorrisos para cada situação eram diferentes. Eram específicos. Se fossem honestos viriam com covinhas afundadas. As curvaturas mudavam, e os ângulos também.
Louis encontrou a eternidade neles.

Naquela temporada ele havia assistido a sua metamorfose. Assistiu a metamorfose completa do príncipe, desde o estágio em que rastejava em sujeira e negligência como uma lagarta até aquele em que se colocou em um casulo, porque aceitou mudar, porque precisava se transformar e precisava abandonar toda a fiel fantasia que vestia para trocar por uma nova.

Então Louis o viu.
Em sua resplandecência.
Em seu auge pós-crisálida.
Em seu apogeu.
Até que Harry pudesse enxergar suas asas (talvez ele goste de tornar essas metáforas literais), e sua dignidade e honra novamente se reconstituíssem.

As pessoas tendem a apreciar borboletas na sua última fase porque elas ficam bonitas e coloridas.

Mas Louis não amou mais o príncipe quando este assumiu seu ápice de transformação. Ele não o amou só quando as partes consideradas belas estavam nítidas. Ele não o amou somente no final de seu ciclo de renascimento.

How to Wear a Crown [❀ls fanfiction ❀]Onde histórias criam vida. Descubra agora