Capítulo 2 - Do outro lado

197 11 0
                                    


Eu acordei sem saber o que havia acontecido, me levantei normalmente com uma dor no peito mais não dei muita atenção. Caminhei pelos corredores e fui até o salão para comer só então percebi que não havia ninguém.

- Mais que diabos, onde está todo mundo. – Ele procurou por todo castelo e nada.

- Meu senhor. – Uma voz o chamou tocando seu ombro.

- Que susto mulher! E como ousa me tocar.

- Desculpe meu senhor, mais precisamos conversar.

- E porque eu deveria conversar com uma serviçal? Vá e traga algo para eu comer.

- Sr. Lucas acho que ainda não entendeu a sua posição.

- Acho que você que não entendeu, me obedece ou mandarei que os guardas lhe deem uma lição.

- Pois então chame os guardas, não sairei daqui onde estou.

- Como é!? – Guardas, guardas...- Ele chamou várias vezes e ninguém apareceu.

- Arrogante como sempre, nem mesmo percebeu o que está bem na sua cara.

- Olha como fala comigo.

Ela olhou bem para ele e já ia embora quando ele a segurou.

- Tudo bem, faremos do seu jeito por enquanto, o que está acontecendo?

- Estamos mortos é isso que está acontecendo. Aquela sua esposa fingindo ser uma santa orquestrou a nossa morte.

- Do que está falando, me sinto muito vivo.

- É mesmo, e esse buraco em seu peito, e não é possível que não esteja vendo minha garganta cortada.

Ele não havia percebido até ela dizer, pois a mão em seu peito e sentiu o furo. O pior foi perceber que ela tinha um corte que ia de um lado a outro do pescoço.

- Meu Deus estamos mortos! – Mais se estamos mortos porque me sinto tão vivo?

- Porque a vida continua depois que morremos, e pelo jeito não fomos nem para o céu nem para o inferno.

- E agora, o que faremos mulher?

- Nos vingaremos é claro. Eu andei o castelo todo e não consigo encontrar ninguém é como se todos tivessem ido embora.

- Impossível, mesmo que todos tivessem saído alguém ficaria tomando conta do castelo.

- Tem razão, e o que sugere que façamos?

Ele fechou os olhos e tentava lembrar o que aconteceu, flashes começaram a confundir seus pensamentos. Começou a se lembrar do dia do casamento e tudo ficou obscuro quando entrava no quarto de Catherine.

- Não consigo lembrar o que aconteceu, nem mesmo como morri.

- Foi me pedido dar um recado para um rapaz que havia me entregue um bilhete o qual era para sua esposa. Assim eu o fiz, e no dia do casamento eu ouvi uma gritaria e fui ver o que era, quando entrei nos aposentos nupciais antes que eu pudesse falar qualquer coisa Catherine cortou minha garganta.

- Mentira, ela não conseguiria ferir nem mesmo uma mosca.

- Pois quando entrei no quarto seu corpo já estava sem vida na cama e o rapaz com a espada suja de sangue nas mãos.

Foi um buum, a dor no peito foi tão forte que ele teve vertigem e quase caiu, se lembrou do rosto daquele que tirou sua vida.

- Ricardo, filho bastardo do barão e meio irmão de Catherine. Aquele pedaço de bosta.

A uma escolha do umbralOnde histórias criam vida. Descubra agora