Henrique estava sentado ao lado de Isaura sobre as cadeiras estofadas da sala, falando e falando, tentando conquistá-la. A mulher o achava atraente de certa forma, mas seus galanteios e inocência não combinavam com ela. Henrique para ela não passava de um jovem tolo e apaixonado.
— Tenho certeza que até mesmo o brilho da pedra mais preciosa não se compara aos seus olhos. — Henrique segurava as mãos de Isaura, encantado com sua delicadeza e aparência angelical.
— Muito gentil de sua parte, Senhor Henrique — forçou a sorrir. — é um completo cavalheiro.
— Vosmecê trás o melhor de mim, Isaura. — aproximou a face. — Mas confesso que gostaria de poder encostar os lábios aos seus pelo menos uma vez antes de nosso casamento!
— Está me pedindo um beijo?
— Um beijo seria muito atrevimento. Não quero deixá-la incomodada. — sorriu. — Mas desejo encostar os lábios sobre...
— Senhor Henrique, um beijo é um beijo — acariciou a face do rapaz. — já fui casada, não sou mais pura há muito tempo. A única coisa que me incomodaria seria se vosmecê continuasse a falar e fosse embora sem ao menos testar os meus lábios.
As palavras de Isaura foram o suficiente. Henrique aproximou a face, tocando os lábios aos de Isaura e começando um beijo calmo e quente. A mulher não pode negar que ele beijava bem, e intensificou. As mãos de Henrique pressionava levemente a cintura da Senhora, que arfou. Ele estava desesperado por mais, deliciando-se com os lábios carnudos de Isaura. Mas ela o parou, sorrindo e encantando-o ainda mais.
— Senhor Henrique — afagou suas bochechas. — estou admirada.
— Senhorita Isaura, não sabe como fico feliz em saber que terei o prazer de me casar com vosmecê.
— Eu te entendo — sorriu. — sou uma peça rara!
— Com certeza!
— Bom, obrigada pela sua visita. — levantou e esticou a mão em direção a Henrique. — Espero que volte em breve.
— Voltarei amanhã! — ele segurou sua mão, encostando os lábios delicadamente.
— Estarei aguardando. — Isaura piscou, vendo o homem encantado.
...
Uma semana depois.
Isaura rolava no colchão nos braços de Gabriel. Eles riam juntos, e para ele, tudo parecia bom. Ela estava com ele e fugiria com ele para se casarem e viverem felizes para sempre. Ele acariciou a face dela, observando seus olhos verdes e perdendo-se em seu brilho. Ele a amava mesmo que a conhecesse uma semana.
— Não acredito que o seu pai vai te obrigar a casar com aquele almofadinha do Henrique Albuquerque! — confessou para Isaura.
— Há muito poder envolvido — ela puxou o cobertor cobrindo sua nudez. — e o meu pai está decidido.
— Eu odeio o seu pai! — levantou, pegando a garrafa de bebida. — Não posso deixar ele acabar com a sua vida mais uma vez!
(Gabriel Albuquerque.)
— Oh, seu tolo! — gargalhou. — Vosmecê não tem como me sustentar, Gabriel.
— Eu tenho amor e isso basta para começar. — abaixou a cabeça. — Vou te dar a vida de princesa que merece...
— Amo a sua paixão por mim. — Isaura levantou, indo até ele e beijando seus lábios. — mas não creio que ficarmos juntos é a melhor escolha.
— Mas... vosmecê se entregou a mim! — arregalou os olhos com as palavras dela. — Vosmecê disse que em amava e que faria de tudo para ficarmos juntos...
— Vosmecê é um homem muito inocente — beijou sua face. — e me entregar não faz diferença. Eu faço isso facilmente com qualquer um que me agrade.
— Sua... sua... meretriz! — suas palavras foram acompanhadas com um tapa na face de Isaura, mas em seguida o arrependimento o atingiu em cheio. — I-Isaura...
Ela não o deixou que ele a tocasse, mas sua expressão não era de espanto. Isaura sorria enquanto procurava suas roupas espalhadas pelo quarto cheio de evidencias de sua tarde de amor com Gabriel.
— Isaura, por favor — ele tentou chamar a sua atenção, arrependido. — fui um tolo! Eu a amo... e me corrompi de ciumes com o seu comentário.
— Eu o perdoo — respondeu. — agora preciso ir.
O tom de sua voz era como se fosse o mais puro veneno para Gabriel. Era claro que ela estava o perdoando por medo, para que pudesse sair. Ele não queria isso.
— Isaura, eu entendo o por que vosmecê não quer se casar comigo — suspirou atrás dela. — sou um pobre e falido. Mas eu a amo, e se me der uma chance, uma unica chance...
— Claro — terminou de vestir o vestido, encarando o espelho. — podemos nos encontrar para finalizar essa conversa mais tarde, o que acha?
— Eu adoraria! Quero resolver tudo isso...
— Amanhã na sua casa depois da meia noite, o que acha? — Isaura terminou de se arrumar, encarando-o e esperando sua resposta.
— Combinado.
...
Isaura estava sentada no banco do jardim em sua casa. A lua e as tochas espalhadas iluminavam o lado de fora do casarão. Pode avistar o escravo André de longe, que vinha lentamente em sua direção como ela mesma havia lhe pedido. Ele finalmente se aproximou, sentando ao lado dela. André não deixou de reparar algo estranho em seu olhar.
— A Sinhá que fala com eu? — perguntou.
— Escravo ignorante — riu. — claro, caro André. Poderia fazer um favor para a sua Sinhá?
— Qualqué coisa.
— Vamos, digamos, assustar um certo alguém...
N/A: Eu sei, demorei para att, mas como esse perfil tem menos leitores, tenho que dar atenção para o perfil principal e para as minhas outras histórias. Mesmo assim não esqueci daqui! Eu fiz uma conta no instagram para essa história! Quem quiser seguir @ escravodeisaura ♥ O que acham que a Isaura está tramando para o Gabriel? Ela é muito, mas muito vingativa! HAHAHAH. O Léo nem apareceu nesse cap, aaaaa :( Mas no próximo ele vai aparecer :) Favoritem, comentem e BEIJOS NAS BUNDAS DE VOCÊS ♥
Obs.: O Gabriel da minha adaptação é o gatíssimo do Josh Hartnett ;)
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O Escravo de Isaura
AlteleUma adaptação do Romance de Bernardo Guimarães. Leôncio, um escravo branco, filho de um português e uma escrava mulata que morreu no dia em que deu a luz ao seu único filho. A criança, já cativa, propriedade de seus Senhores desde o...