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   25 de julho de 2015

   Snape dormia tranquilamente sobre o peito de Park, que assistia ao noticiário noturno. Seus olhos lutavam para se manter abertos, apenas com a fraca luz de seu abajur iluminando sua sala de estar.

   Na tela à sua frente era passado o que nos últimos dois meses virara rotina nas manchetes.

   "Policiais passam noites à procura do assassino que ainda anda solto pelas ruas. Casal afirmam ter filha filha desaparecida há três dias, aumentando a busca de nossos profissionais. Pedimos à todos que tomem o máximo de cuidado ao sair de casa, e até mesmo trancando suas portas devidamente ao entrarem."

   "Aish." Levou até sua boca o café que havia acabado de preparar. Olhara para as papeleiras jogadas sobre sua enorme mesa de vidro frente à cozinha. Estava cansado de perder o jogo para Bunny, ficando mais confuso a cada vítima que lhe aparecia. Estava cansado de apenas ficar sentado e não ser capaz de chegar a algum tipo de conclusão.

   "Como posso pegar alguém sem que nunca tenham visto seu rosto?" Suspirava, passando suas mãos em seu cabelo já desbotado. Havia semanas que Park não retocava o ruivo de seus fios.

   Mas isso não era o que mais se preocupava. Encolhido sob o cobertor feito pela própria mãe, pensava com a xícara em mãos, em todas as possibilidades para resolver o caso.

   -Sabemos que é moreno. Mas pode ter mudado a cor de seu cabelo assim que a notícia foi vazada. -Desligou o televisor de tamanho médio, deixando o local totalmente silencioso, apenas com o barulho do ronronar vindo de Snape.

   -Mas ele pode não ter mudado. -Dizia alto, encarando um ponto fixo à sua frente. -Nenhum dos nossos maiores suspeitos bateram com as características disponibilizadas pelas testemunhas. Alguns são baixos, outros com peso elevado. Não são de fato Bunny.

   Bunny era preciso, nunca deixaria transparente sua criminalidade e Park estava ciente disso.

   -Isso tudo só me dá dor de cabeça.

   Abraçou o gato que tentava lhe arranhar para que pudesse se desprender de seus braços.

   Sentou-se, ajeitando seu cabelo bagunçado. Suas olheiras fundas deixavam evidente suas horas de sono perdidas para seus pensamentos em relação ao caso. Fitou seus papéis e seu computador, colocando- se frente à eles.

   Ajeitou todas as informações em pilhas, em direita e esquerda, contendo desde nomes de suspeitos, até nomes de vítimas ou prováveis vítimas futuras. Gráficos precisamente feitos, estatísticas, dados recolhidos, todos organizados ao lado da tela do computador vermelho.

   Apertou o botão sobre o teclado, fazendo com que a tela se iluminasse logo após. Checou seus e-mails, assim mais tarde, pesquisando mais a respeito de Bunny.

   Fez uma busca rápida pelo Google, buscando por relatos de alguém que pudesse tê-lo visto.

   Acabou por parar em um canal pequeno, com poucos vídeos no mesmo. Abaixou a tela, buscando pelo vídeo que lhe interessava.

   "O dia que vi Bunny" era o título.

   Deu play, analisando a testemunha. Um moço de cabelo azul, brincos de argola e dentes pequenos, foi o que Park Jimin percebeu de imediato. Seu canal com cerca de mil inscritos com a edição digna de milhões.

   "Eu havia acabado de sair de uma loja, tinha comprado uma câmera fotográfica. Estava todo feliz, querendo chegar em casa e finalmente sair feito louco por todos os lugares, fotografando até as bundas de velhos. Estava noite, já era tarde, passara muito tempo dentro daquela loja de esquina. Como vocês sabem, pelo menos os que me acompanham há um tempo, sabem que eu tenho costume de ser uma pessoa muito confusa e que não consegue se decidir entre uma coisa e outra. Tudo bem. Vida que segue. Enfim, sai da loja, meu carro estava em frente à ela, funcionários estavam prestes a encerrar o funcionamento do local. E eu vi na outra esquina um garoto de capuz. Ele usava uma máscara sinistra do rosto e eu sabia desse tal de Bunny. Quer dizer, já havia ouvido falar dele na televisão, mas quem não havia não é mesmo? Eu me assustei, obviamente. Não poderia ser brincadeira de alguém, até porque se o vissem o levariam para a delegacia, e se fosse algum tipo de pegadinha a pessoa estaria muito encrencada. Eu corri para o meu carro, tranquei a porta e fiquei olhando pelo retrovisor. Bom, como eu havia acabado de comprar a câmera, coloquei para gravar sobre o volante. Dei ré e segurando na mão do bom Deus e do mal Satanás também, vai que um não dá conta não é mesmo? Aí eu fui atrás do Bunny. Bem devagarinho, segui o cara até um condomínio perto dali. Vou colocar a gravação para vocês aqui embaixo. Só sei que não sairei de casa até Bunny estiver preso, porque depois desse vídeo, meu cu está nas minhas mãos. "

   A gravação foi iniciada. De fato o cara do vídeo seguia o suspeito. Park tomava o último gole de seu café já frio, olhando cada detalhe do vídeo.

   "Eu conheço esse caminho" pensava consigo mesmo.

   Era visível no vídeo Bunny retirar sua máscara e a guardar em seu bolso. Porém, estava escuro, e o assassino andava de costas, não ajudando muito na visualização.

   "Aí caralho! Se for ele mesmo, eu sou um puta louco do cacete!" - O de cabelo azul dizia enquanto andava atrás de Bunny.

   Chegaram até muros altos, e uma luz amarela iluminando as paredes de cor vermelha.

   "Isso... É um condomínio..." Jimin pausou o vídeo, tirando uma foto da tela do computador e dando zoom no ambiente.

   "Merda! Ele mora aqui? Ele é rico? Ou ele vai matar alguém daí? Galera, eu vou é embora! Espero ter conseguido ajudar! Eu sou muito louco, aí porra!"

   Olhava pasmo para a foto em seu smartphone. Aproximava a imagem cada vez mais, tentando se convencer de que não era o que estava pensando.

   Bunny morava em um condomínio?

   -Bunny mora no meu condomínio!

  

• JKiller- One Dark Night • - HiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora