quatro

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Eu não queria lutar.

Apesar de odiar estar preso em mim, da falta que um sorriso quente faz, da saudade dos dedos frios pressionados contra a minha pele. Queria que aquilo apenas passasse, como tudo sempre passou.

Resisti.

Até o último segundo, resisti, até que as doses matinais corroessem-me por dentro, até que meu corpo não aguentasse seu próprio sustento, até que os pés dissessem que não precisam de um chão.

E lá estava eu.

Atrás dela como um suicida, mantendo minha dor firme para lembrar da doença interior, agarrando-me aos últimos fios de esperança, de pé no meio da guerra, esperando apenas por ela.

Sou um tolo.

Ela disse que seria apenas por um dia, que amor é pó que se espalha pelo mundo como vírus e vento, que ela nunca o sentiria pois sua vida não precisa ser tão escorregadia, que não precisa de mãos para segurar as suas, nem lábios iguais para beijar todos os dias.

Ode Aos Corações InflamáveisOnde histórias criam vida. Descubra agora