A criança que ninguem sabe o nome

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Acordei de madrugada​ sentindo um balde de água fria cair sobre mim.

- Acorda criança bastarda, tens trabalho para fazer.- um dos brutamontes de ontem acordou-me.

Encharcada levanto-me sem lhe dirigir a palavra sentindo as minhas costas arderem por causa das graves feridas que ainda tinha de ontem.

Dirigi-me à zona de trabalho na cozinha, duas empregadas que me assistiram a sofrer no outro dia deram me roupas limpas e novas olhando-me com dó.

Aquele tão famoso falso olhar de dó...

Eles realmente pensam que eu não consigo ver por detrás das suas "máscaras"?

Ninguém se importa, nunca ninguém​ se importou...

- Desculpa querida, nós queríamos te ajudar com essas tuas feridas, mas o nosso Senhor nos proibiu de te tocar...- uma das empregadas pronunciou com um falso tom de preocupação.

Mentirosa...

Eu sei perfeitamente que vocês riram das minhas costas quanto sofria, vocês fazem sempre isso.

Peguei nas roupas dirigindo me ao vestuário feminino dos empregados que se localizava na ala oeste do resto chão do palácio sem pronunciar uma palavra a alguém que seja.

Entrei no vestuário começando-me a vestir para poder trabalhar, e como de costume, as empregadas novas sussurravam coisas sobre mim, como se eu não tivesse ali ou simplesmente fosse...

...um fantasma...

Acabei de me preparar adequadamente e dirigi-me ao meu quarto que se localizava na ala este do palácio no resto chão onde era os quartos de todos os empregados do palácio.

O meu quarto era um pequeno cubículo miserável que mal se cabia lá dentro, só tinha uma "cama" feita de palha uma pequena janela trancada que era impossível de abrir, provável estam com medo que eu fugisse, e um pequeno armário que continha umas 4 peças de roupa.

Sapatos? Só tinha os que usava, e já estava muito feliz, porque dadas as circunstâncias, tive que andar descalça pelas ruas movimentadas de pedra por seis meses.

Coloquei o novo manto que o meu "paizinho" me ofereceu, pois o meu antigo estava estragado demais para usar, sem contar com as manchas de sangue que teimavam em não sair.

Após esconder o meu cabelo ruivo no capuz do manto peguei numa cesta feita de palha firmemente, saindo do palácio e caminhando nas ruas movimentadas desta pequena vila.

Fui ao mercado público localizado no centro da praça à frente de uma pequena igreja,onde se realizava uma missa todos os domingos.

O mercado estava bem movimentado, provavelmente porque chegou novos produtos.

Desde legumes a peixe fresco eram vendidos, e como sempre a carne era vendida com preços absurdamente altos, pois para conseguir esse mantimento, teria-se de entrar na Floresta Púrpura, e isso pouco tinha coragem de lá ir.

Comprei todos a mantimentos necessários, recebendo em troca olhares de contra gosto de uns, e outros simplesmente ignoravam a minha presença.

DianaOnde histórias criam vida. Descubra agora