Diana... Esse é o meu nome... Um nome que deriva do latim.
Diana é a deusa da Lua, da caça... e das florestas.
Por tão esse motivo religioso, minha amada e falecida mãe me concedeu este nome no dia em que vim ao mundo.Minha mãe era um jovem e esbelta mulher de longos e volumosos caracóis ruivos e com uns doces e gentil olhos verdes que trabalhava lealmente para um arrogante e rico nobre que comandava uma pequena vila muito religiosa.
Clementine, era o nome de tão corajosa mulher que trabalhava no setor da caça sem medo dos perigos, seguindo fielmente e cegamente cada ordem dada por seu mestre... Esse mesmo mestre que foi a origem de sua morte.
Mesmo sendo arrogante a ganancioso, o nobre conseguiu "caçar" o coração de tão valente mulher que, por detrás de tanto orgulho, conseguiu ver um homem de coração puro...
Pelo menos era isso que ela acreditava...
Após "capturar" o coração de tal nobre minha mãe teve uma relação às escondidas com o mesmo, pois para uma vila tão religiosa e pequena como aquela, tal ato de mestre ter algum relacionamento mínimo com os seus servos era considerado um dos maiores pecados.
Para infelicidade de uns, e felicidades de outros... o relacionamento não se conseguiu esconder mais, pois a minha mãe, a jovem caçadora Clementine, estava grávida de uma menina.
Como tal ato foi descoberto, minha adorada mãe foi condenada à morte,pela igreja católica, na fogueira assim como faziam às bruxas naquele século.
A minha mãe implorou por piedade e ajuda de joelhos a seu mestre, seu único e verdadeiro amor, chorando entre súplicas aos seus pés mas a única coisa que o mesmo se limitou a fazer foi pisar em sua cabeça e cuspir-lhe em cima.
"Morrerás pelos teus pecados, sua escrava imunda"
Isso foi a única coisa que o mesmo pronunciou sem olhar para minha mãe, sua leal e honrada serva.
Minha mãe foi levada presa e morreria dentro de um mês, porém algo inédito aconteceu, a mesma deu à luz mais cedo.
Enfurecidos por tal acontecimento inesperado, sem menos esperarem a pobre mulher recuperar o após parto, pois a mesma tinha perdido muito sangue, a jogaram numa fogueira para bruxas numa execução pública onde, a valente mulher, agora sem forças se quer para gritar de dor, morria em silêncio desejando até ao seu último suspiro que sua recém nascida filha estivesse em segurança.
Após horas da execução macabra daquela mulher, seria a vez da pobre criança ter o mesmo destino, porém seria diferente, para dar exemplo e assustar toda a população, iria dividir a criança em duas partes ainda viva, e com essa demostração traumatizante mais ninguém teria coragem de fazer tal pecado.
Porém nos últimos segundos antes o acontecimento macabro, o jovem e rico nobre se manifestou.
" Essa criança é filha de uma das minhas escravas, então ela é minha prioridade também"
Após tais palavras pronunciadas a igreja católica não teve argumentos para discutir com o nobre dando-lhe assim a pequena criança que chorava desesperadamente à procura do seio de sua mãe.
Vários anos se passaram desde então, e eu, a criança que devia ter sido morta, fui cuidada e educada por criadas do nobre pois para o mesmo eu não era considerada sua filha mas sim apenas uma criança bastarda, alguém que nunca deveria ter nascido.
Boatos dizem que ele só me salvou por causa da sua consciência pesada, outros dizem que o mesmo tinha medo que a alma de minha mãe o assombra-se até ao fim dos seus dias.
Não importa qual foi o motivo, ele simplesmente nunca será um homem de coração puro.Aqui estou eu, com os meus meros e nobres dezoito anos de idade, preparando-me para mais um dia de caça às ordens do meu senhor, já que para mim ele nunca será meu "pai".
Poucos cavaleiro vinham para a caça, pois poucos cavaleiro tinha coragem de entrar na tão temida Floresta púrpura.
A minha vila era rodeada por uma imensa e vasta floresta de árvores e mato espesso, que durante as noite produzia uma névoa um tanto peculiar com uma tonalidade púrpura, e como toda a gente daquela pequena vila eram supersticiosos diziam que a floresta estava rodeada de seres do mal, impedido assim as pessoas entrarem e saírem da vila.
Ao contrário dos outros caçadores, que andavam a cavalo, eu preferia caçar a pé pois faria menos barulho para não afugentar as presas.
Aprendi a dominar o arco e flecha com os meus meros sete anos, as empregadas diziam que eu tinha o dom da minha mãe para a caça.
Com as flechas pontiagudas as costas e o arco firmemente seguro em minha mão fui caçar para o lado contrário que os outros caçadores iam pois eles iram me atrapalhar com o barulho todo que fazem.
Abaixo o capuz do meu manto sentindo os meus longos e volumosos caracóis ruivo, herdados de minha mãe, esvoaçar com o vento.
Na floresta eu sentia-me livre, não precisava de esconder meu cabelo para que as pessoas não me olhassem de lado, não precisava de sentir vergonha de sair à rua pelo simples facto de ser uma filha de uma escrava impura, eu podia ser... Eu própria...
Procurei vestígios de pegadas na terra molhada pela chuva da noite , galhos partido ou até mesmo algum tufo de pelo que ficou preso nos ramos das arvores.
Respiro fundo fechando os olhos sentido o cheiro a pinheiro e terra molhada entrar pelas minhas narinas.
Escuto a floresta silenciosa, ouvindo o cantar dos pássaros ecoar em harmonia com os sons da natureza
Um grunhido...
Com um último lamento de um animal antes da sua morte, é considerado algo natural para um caçador ouvir isso.
O som estava perto, e em silêncio, agarrando firmemente no meu arco, aproximei me do local de onde o som vinha.
Só sei que nesse momento nem nos meus próprios olhos eu acredito, pois aquilo que tinha visto era tudo menos... Natural...
Continua...
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Diana
ParanormalDiana... Criança bastarda, nascida de uma escrava caçadora e de um nobre reconhecido pelo seu grande poder na riqueza. Essa pequena criança, é odiada pela sua própria vila, refugia se nos livros para não encarar a própria realidade dura. Criaturas s...