Anoiteceu rapidamente, e com tanta tarefa que tinha que fazer nem reparei o tempo a passar.
Agora estava deitada na minha "cama" de palha a olhar para o teto branco do meu quarto.
A próxima caçada seria daqui a duas semanas, e eu não podia esperar tanto tempo... Eu precisava de encontrar aquela coisa de novo...
Levantei me rapidamente colocando o meu costumeiro manto castanho sobre os meus ombros e uma mala às costas com os cinco livros me dados, o livro em branco e os quatro livros que Aphonse me emprestou.
Segurei um punhal em minhas mãos, pois aquela seria a minha única arma em caso de aflição, já que o meu arco estava partido precisaria de comprar um novo futuramente.
Sai em silêncio do meu quarto atravessando os corredores escuros daquele inferno de palácio.
Toda a gente estava a dormir... Era o momento perfeito para sair sem ninguém notar.
Corri pelas ruas silenciosas da vila chegando à frente de uma ponte que fazia a travessia do rio do norte que separava a aldeia e a Floresta Púrpura.
Olhei uma última vez para a vila que estava incrivelmente silenciosa e quieta.
Respiro fundo
Entro na floresta ligando uma pequena lamparina que encontrei na cozinha do palácio e comecei a explorar cada canto em busca de alguma pista de como encontrar aquela besta de novo.
A busca foi longa e árdua já estava quase a amanhecer e eu não encontrei nada que indicasse a localização da besta a única coisa que encontrei foi...
...uma casa...
Uma casa no meio da Floresta Púrpura? Isso é algo realmente intrigante.
A casa estava em destroços, parecia que tinha sofrido um grave incêndio, pois grande parte do teto estava queimado.
- Olá... Está aí alguém?- pergunto e como resposta só oiço o eco da minha voz bater nas paredes de pedra e madeira semi destruídas.
A casa era enorme, quase uma mansão com um formato retangular.
O seu chão estava quase todo consumido por musgo e relva fazendo quase um tapete natural por toda a casa.
Árvores e plantas começaram a crescer dentro da mesma, mostrando assim o grande poder que a natureza tem sobre as construções do ser humano.
Heras e trepadeiras preenchiam as paredes semi destruídas da pobre casa em destroços.
Havia uma escada que dava ao primeiro, e último andar, da casa.
Subi as mesmas ouvindo a madeira ranger.
Degrau a degrau subi com cuidado com medo que as escadas se partissem a qualquer momento, até chegar ao primeiro andar que dava a dois corredores, o da direita que era bem iluminado pois faltava teto naquela zona da casa, e o da esquerda que estava totalmente às escuras, pois nem o fim dava para ver.
Explorei primeiro o lado direito que dava a dois quartos, um que estava sem porta e aparentava ser um quarto de um casal, pois tinhas uma grande cama já destruída, sem falar dos cortinados e do armário que estavam totalmente queimados, com certeza aquele tinha sido o local onde o incentivo começou pois de todos os locais da casa aquele era o que estava em pior estado.
O quarto à frente do quarto do casal estava fechado.
O mesmo tinha uma porta que aparentava ser branca no passado, mas agora estava com um ligeiro tom cinzento escuro.
Vi algo a brilhar na porta, passei a mão na mesma tirando a poeira do incêndio tendo uma boa visão de uma letras a dourado que estavam cravadas na porta formando um nome.
"Caleb"
Li em voz alta o nome, e breves segundos depois senti uma respiração quente nas minhas costas e um rosnar já conhecido por mim...
A besta estava de volta...
Viro me para trás rapidamente encarando os olhos furiosos da besta que rosnava alto.
Retiro o punhal do bolso das calças apontando para a cara daquela coisa que continuava a rosnar-me observando atentamente cada movimento meu porém sem se mexer.
Fui me afastando do mesmo em paços lentos, e ele seguia-o com um olhar desconfiado.
Após chegar perto das escadas, era a minha oportunidade de sair daqui, comecei a correr escadas a baixo ouvindo as mesmas ranger.
A besta começou a correr a trás de mim e , por causa das escadas estarem bem danificadas e velhas, as mesmas partiram-se fazendo ele ficar com uma das patas entaladas nas farpas de madeira queimadas.
Um rugido de dor
A pata em que eu lhe tinha acertado a flecha no outro dia estava presa, aquela era a oportunidade perfeita para sair dali a salvo...
...porém..
O meu principal objetivo era encontra-lo, se eu fugi-se agora toda a minha busca teria sido em vão e provavelmente nunca mais o voltaria a ver.
Peguei no punhal aproximando-me da besta com cuidado e a mesma rosnava-me com o seu pelo branco todo no ar, provavelmente estava com medo que eu o atacasse.
- Calma não te vou fazer mal nenhum...- falei ainda receosa de aproximar-me mais, bastaria uma única mordida desta coisa que eu seria uma mulher bem morta.
O mesmo pareceu acalmar um pouco mas continuava com um rosno baixo e um olhar de desconfiado.
Comecei a partir a madeira que estava a volta da pata que estava entalada e a besta observava-me atentamente cada movimento que eu fazia.
Finalmente consegui retirar a pata enorme daquela besta, e o mesmo distanciou-se de mim descendo as escadas devagar indo para o resto chão.
O seu pelo branco estava manchado de vermelho na zona onde estava ferido e ele coxiava porém mantinha o seu ar arrogante e protetor.
Desci as escadas ficando à frente dele e retirei a garrafa de água dentro da mala, que trouxe antes de sair do palácio.
- Deixa-me tratar disso...- digo aproximando-me dele com cuidado e o mesmo rosnou para que eu me afasta-se.
-Isso é só água, vês?- digo abrindo a garrafa e bebendo um pouco, ele pareceu acreditar.
Ele deitou-se no chão, em cima da relva fofa e sentei-me ao seu lado de frente para a para ferida dele.
Acho que é hora de cuidar desta besta, as perguntas ficam para depois.
Continua...
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Diana
ParanormalDiana... Criança bastarda, nascida de uma escrava caçadora e de um nobre reconhecido pelo seu grande poder na riqueza. Essa pequena criança, é odiada pela sua própria vila, refugia se nos livros para não encarar a própria realidade dura. Criaturas s...