Acordei ouvindo algo que eu ouço desde que nasci: tiros.
Levantei agindo como se nada estivesse acontecendo e fui tomar meu último café da manha em casa.
Hoje, assim que esse tiroteio acabar, eu pego minhas coisas e vou pro lado de la da favela tentar enganar o tal do Nicolas.
Meu irmão esteve me mostrando fotos dele. O cara é gostoso pra caralho e se eu não tivesse com sangue nos olhos eu até gostaria de estar com ele, mas pra mim ele não vai passar de um boneco com quem eu vou foder algumas vezes antes de destruir a vida dele.
Nicolas é filho do nosso maior inimigo, a quem prometemos vingança há muito tempo.
Seus pais foram os responsáveis por matar os meus, e agora que assumimos o comando dos Barões Vermelhos, vamos colocar todos os nossos planos em prática.
Depois de tomar meu café deixei a louça na pia e fui arrumar minhas coisas pra levar pra casa dele. Peguei principalmente lingeries. Nicolas é famoso pela quantidade de putas que tem e isso é uma ótima vantagem pra mim.
Homem é um bicho burro mesmo, é só aparecer uma mulher abrindo as pernas e eles caem de quatro por ela.
Coloquei também as roupas mais curtas e chamativas que eu tinha. Roupas que faziam todos os homens do morro quererem cinco minutos de foda comigo.
Assim que tudo estava pronto eu coloquei um short curto e um cropped. Quase uma hora depois o tiroteio acabou e meu irmão veio correndo pra casa.
Aparentemente ele estava bem, então não me preocupei.
#Gus: tudo pronto ai maninha?
#Mari: nasci pronta meu amor. Já posso ir?
#Gus: presunçosa igual o papai né? - riu - Pode ir sim, não esquece de me ligar sempre que der. Vai até o orelhão mais longe daqui e liga, porque ele não pode desconfiar de nada. Vamos acabar com o sobrou dessa família desgraçada.
#Mari: pode deixar. - ri - não esquece de comprar um champanhe pra gente tomar em cima do caixão dele quando ele morrer.
#Gus: jamais. Vai la, o caçapa já tá te esperando pra te deixar na entrada do lado de la.
#Mari: é? E eu não posso dar pra ele antes de ir não?
#Gus: sossega maninha, você não tem tempo pra ficar fodendo com qualquer um por ai. Vai!
#Mari: que pena. - fiz beicinho - Tchau tchau maninho. E nem pense em aproveitar minha saída pra colocar aquela vadia aqui dentro da nossa casa. Eu mato você também e você sabe disso. - o repreendi e depois o abracei - Beijo, beijo, fui!
Saí de casa tendo a mais pura noção do que deveria fazer pra domar e destruir Nicolas Prattes. Ele não é de se apaixonar, mas vive rodeado de putas e essa vai ser minha maior arma. Vou acabar com aquele homem de dentro pra fora.
Ele vai pagar por tudo que a família dele fez com a minha.
Assim que botei os pés pra fora, vi caçapa quase me comendo com os olhos. É uma pena que ele não possa me comer com o pau também.
#Caçapa: ta gata hein mari?
#Mari: nasci gata meu amor. Vamos? Tenho uma vingança a cumprir.
#Caçapa: vamos. Vou te deixar la perto e você segue o resto a pé ok? Eu não posso ser visto.
#Mari: ok.
Ele colocou as malas no carro e partimos. Rapidamente chegamos à entrada do outro lado. Desci do carro e comecei a subir, mas logo fui interrompida.
#Xxx: ta fazendo o que aqui? Perdeu o juizo? - um dos crias que faziam a vigia perguntou.
#Mari: eu quero falar com o Nicolas. – falei fazendo minha melhor cara de inocente.
#Xxx: ele não tem nada a tratar com você ou qualquer pessoa da sua laia. Mete o pé antes que eu meta bala na tua cara.
#Mari: eu não saio daqui até falar com Nicolas Prattes. – cruzei os braços.
Eu olhei pra ele séria e firme da decisão que tinha tomado.
Passamos quase dois minutos inteiros nos encarando, até que ele finalmente aceitou que eu não ia desistir e falou algo com alguém no walk talk.
Não demorou nem dez minutos pro meu alvo apontar no alto da rua, bufando de raiva.
O desgraçado era ainda mais bonito pessoalmente, mas eu conseguia sentir de longe o ódio dele exalando.
Não que isso fizesse diferença pra mim, porque ódio eu tinha de sobra.
#Nick: mas que porra tá acontecendo aqui?!
#Xxx: eu mandei ela sair chefe, mas ela insistiu em falar com você.
#Nick: VOCÊS SABEM QUEM É ESSA PORRA? - gritei - DEVIAM TER METIDO BALA NELA CARALHO!
Ele passou as mãos no cabelo nervoso, e eu sorri, não me abalando com isso.
Fui criada por dois homens que era assim todos os dias, isso já não me assusta mais.
Nicolas começou a bater boca com um dos capangas dele, que tinha descido junto do mesmo, e eu fingi que tinha toda paciência do mundo, mas tava completamente entediada.
#Mari: eu ainda tô aqui ok? - chamei a atenção deles - Será que a gente vai poder conversar?
#Nick: não, porra! A gente não pode! E o que que vocês tão fazendo aqui que vocês ainda não mataram ela? Atira logo nessa filha da puta!
#Mari: espera! Eu vim em paz. - levantei as mãos em sinal de rendição.
#Nick: você? - riu com ironia - E eu posso saber o que a queridinha do Gustavo tá fazendo aqui, além de consumir com o resto da paciência que não tenho?
#Mari: eu vim pedir abrigo. - Nicolas riu alto, sendo acompanhado por seus capangas que chegaram a chorar de rir.
Era um tanto humilhante isso, e a minha vontade era de meter bala neles real, mas me segurei.
#Nick: olha bem pra minha cara garota! Eu tenho cara de idiota?
Sim!
#Mari: eu tô falando sério. Pelo menos escuta o que tenho a dizer e depois você julga se é verdade ou não.
#Nick: tu deve tá maluca mesmo se pensa que vou mesmo ouvir as merdas que tu fala.
#Mari: eu sei os pontos fracos do Gustavo, Nicolas. Todos eles. Te entrego um por um, sem trapaça. Eu só quero um lugar pra ficar.
Ele continuava me encarando impassível, mas dava pra ver que tava lutando entre o ódio e a curiosidade.
Ele é um filho da puta, mas com certeza não é idiota. Tenho que ser bem convincente pra conseguir dar sequência ao plano.
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Tráfico do Amor (Degustação)
RomanceO crime sempre foi o meu lar. Eu nasci com seis meses, no meio de um tiroteio entre as facções da favela Ladeirão. Minha mãe? Morreu naquele dia, atingida por um desgraçado chamado Felipe Pires. Ele matou ela sem pensar duas vezes. Meu pai foi obrig...